O pintor Carlos Reis apresenta o retrato do Ministro da Justiça, que vai figurar na sede da Ordem dos Advogados. Era 1934. Como se sabe, Rodrigues foi nos anos 30, o nº 2 de Salazar.
mn
Em 1934, uma queixa enviada à tutela e ao Prof. Oliveira Salazar arrasava a gestão municipal de Henrique Augusto da Silva Martins/ França Machado e do seu grupo, que comandava todas as rédeas do poder abrantino, incluindo a Santa Casa donde tinham sido saneados Solano de Abreu e Manuel Fernandes.
A queixa acusa os visados de corrupção, abuso de poder, prisões ilegais, abusos sexuais ( praticados alegadamente pelo Administrador do Concelho, um fidalgote de Alvega), ilegalidades múltiplas, etc.
O principal visado é França Machado, mas o Provedor da Santa Casa, Dr.Henrique Martins de Carvalho não escapa.
Inclusive é posta em causa a sua probidade como Notário.
O poder salazarista demorou a digerir a coisa e só uma inspecção desencadeada pelo Ministério do Interior, realizada por militares, em particular pelo tenente-coronel Castel-Branco, levou à dissolução compulsiva da autarquia e à entrega da gestão a militares, chefiados pelo capitão Machado. (1945)
Trataremos disto com vagar, mas desde já a lista dos abrantinos que subscreveram a queixa:
D.Luiz Cândido do Amaral Cardoso
Dr.Raimundo Soares Mendes
Dr.Guilherme Henrique Moura Neves (Médico e Lavrador, ex-Provedor da Santa Casa;
Dr.António Correia de Campos (Médico militar, genro de Ramiro Guedes)
Ramiro Guedes de Campos (Eng e Licenciado em letras, poeta, Professor universitário (IST), futuro chefe de Gabinete de Duarte Pacheco, )
Dr.António Campos Melo, Advogado
Armando Ferreira Matafome,Lavrador
José dos Santos Ruivo
João Pimenta de Almeida Beja
Dr.José Serra da Mota (Advogado)
Dr.Alfredo Pimenta de Almeida Beja (Veterinário)
Dr.Armando Moura Neves, Advogado e Lavrador
José Rosa de Sousa Falcão, Lavrador e Industrial
António Ferreira, Industrial
D.Luiz do Amaral Cardoso
António Serrão Burguete
Manuel Serra da Mota Ferraz, farmacêutico
José Joaquim Bairrão de Oliveira
Joaquim Rosado Rico, comerciante e industrial
Eduardo Dias da Silva
Manuel José Coelho
José Moura Neves, Lavrador
Jaime Pintasilgo, Comerciante
António Augusto Salgueiro, o mais antigo jornalista e comerciante da cidade
Joaquim Cipriano dos Santos
Joaquim Maria de Almeida Beja.
Foram eles que começaram a limpar Abrantes em 1934.
Devia haver uma lápide com estes nomes, à beira do monumento a Manuel Fernandes
Foram eles que o levaram onde chegou, ajudando a limpar a cidade duma gestão corrupta.
mn
Jornal do Brasil
As armas compradas pelo reviralho luso....tinham ido parar às mãos dos revoltados, graças entre outros a Indalecio Prieto e a Azaña.
mn
Passa-me pelas mãos um texto autógrafo de Henrique da Silva Martins. Traz a lista dos bravos participantes abrantinos no I Congresso da União Nacional.
Entre os caciques do Rossio de Abrantes, lá está o ex-democrático Manuel Lopes Valente Júnior.
O Congresso terminou aos berros: ''quem não é por Salazar, é contra Salazar.''
O Valente Júnior era a favor, tornara-se num fascista.
O último acto político do curioso ancião (1) foi aderir ao Partido Socialista ...pela mão do publicista C.Silva
O Valente e pessoal dirigente da Associação Comercial esperando ser recebido por Salazar
Continuo a ler papéis velhos, assinados pelo Martins da Moagem....
Acusa numa queixa, mandada aos corifeus do partido único, o major Marques Godinho de conspirar com o reviralho.
Era 1934
Há mais acusações, o homem queria impedir o ex-deputado democrático, João Damas, de aderir ao partido único.
Parecia que quase todo o pessoal político da cidade e concelho aderira ao Messias, perdão, ao Botas.
Não era assim, António Farinha Pereira proclamava que liberal morreria.
Devemos ser ternos com um tipo que se vendeu?
Enquanto Marques Godinho conspirava pela Liberdade, a repressão acumulava mortos e deportações às centenas, o Valente aderia à ''Ordem Nova''.
Um tipo assim é capaz de tudo, tendo em conta o seu passado de radical jacobino provinciano, o passo (de ganso) ao fascismo, revela um carácter.
Aderiram muitos a Salazar? Aderiram.
Resistiu um punhado de bravos?
Resistiram.
Porque é que o Valente merece este destaque?
Porque o quiseram transformar (através duma história revisionista) num símbolo moral deste pobre abrilismo abrantino.
Mas....o Valente adesivou à tirania.
Braço ao alto, na saudação romana, em honra do pacóvio de Santa Comba.
Entretanto cá na terra, acamaradava com o Martins de Carvalho, o Silva Martins, o França Machado.
Enquanto isso o velho maçon Solano de Abreu era expulso da Santa Casa.
E a ignomínia ia prosseguir, com o Valente cantando e rindo....
ma
(1)-Quando o conheci....já era um velho...
Deu-se aqui propósito de encontrar as senhoras que estiveram na festa da inauguração da Assembleia (a que se seguiu um ágape na casa de D.João de Ataíde, o bisavô do nobre candidato laranja, que também aqui será divulgado, pena é que as Zitas tenham a Casa Ataíde à venda), encontrámos a notícia do cruel assassinato na R. Correia de Lacerda da irmã do Barão de Rio de Moinhos, que era uma das presentes.
O autor assina Manuel Viterbo e esta evocação dum crime que comoveu a Cidade despertou polémica.
Um conhecido medalhado da Cidade andou a espalhar que o Sr.Viterbo estava a inventar.
Não o crime foi mesmo assim e os autores foram pessoal dum circo que estava na feira. Escapa-me a data, talvez tenha sido em 1934-35.
M.Viterbo é (como ele próprio revelou) o pseudónimo literário do Dr. Jorge Moura Neves Fernandes.
mn
in Jornal de Abrantes, 2007
Primeiro a foto dum monárquico liberal, maçon na juventude, dirigente partidário do P.Progressista, P. da CM de Abrantes até 1910, literato fecundo mas medíocre (di-lo José Augusto França), homem do teatro e das actrizes, mecenas de quase todas as causas sociais em Abrantes, o divino Solano.
Provedor da Santa Casa de Abrantes onde gastou boa parte do seu dinheiro nos pobres. Com a ajuda de Manuel Fernandes na parte clínica e de Diogo Oleiro (sobrinho de Ramiro Guedes) na administrativa.
Em segundo lugar a foto e a biografia oficial, revista pelos seus amigalhaços, a tropa do integralista Henrique Augusto da Silva Martins, do homem imposto pelo fascismo para substituir na Santa Casa um liberal e um homem-bom
É o dr. Henrique Martins de Carvalho (pai), Há partes negras na História desta cidade que nos desonram. Este homem e os seus ao lançarem-se na perseguição política para controlar tudo, desonraram Abrantes.
Mas Abrantes escorraçou-os, é esta a parte boa da história.
A demissão ignóbil de Solano foi em 6 de Fevereiro de 1934. Com ele caiu uma mesa hostil ao fascismo. (A data é do Eduardo Campos na Cronologia)
ma
devia dizer a fonte da biografia do Martins de Carvalho, não digo, para dar trabalho ao Gaspar
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