Enquanto Maria Barroso e Fernanda Corte-Real Silva apelavam aos democratas, no S.Pedro aclamava-se a ditadura e Magalhaes Mota era candidato da UN, depois ANP.
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panfleto doado por Mário Semedo
Assim de repente só identificamos a careca do dr.Agostinho Baptista e o industrial Fernando Simão.
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O saudoso locutor Henrique Mendes apresenta em directo os resultados da farsa eleitoral de 69, quando a ditadura quis referendar Marcello Caetano e o dr.Magalhães Mota abrilhantava com o meu amigo João Nuno Serras Pereira as listazinhas da UN.
A estrela da CDE era Maria Barroso e a personagem mais influente da CDE local a drª Fernanda Corte Real Silva. Também o eng.Lino Neto concorria pela Oposição.
Na reportagem também se destacam Manuel Figueira e Fialho Gouveia.
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ver vídeo Arquivos RTP
A pintora Maria Lucília Moita e o marido aplaudindo o lavrador eng. Amaral Neto, que se candidatava pela UN em 1969 e discursava no Teatro S.Pedro.
devida vénia aos Arquivos RTP
Curiosamente nesse dia Maria Barroso falava num comício da CDE em Alcanena.
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A 16 de Maio de 1969 o Diário de Lisboa dá grande destaque ao Congresso Republicano de Aveiro, que começara no dia anterior, pela pena dos enviados especiais Raul Rego e Urbano Tavares Rodrigues.
Destaca entre os telegramas de apoio recebidos pela organização, o do dr José Vasco (Abrantes).
Naturalmente não temos culpa que nenhum alfaiate abrantino tenha mandado para lá um telegrama nesse dia.
Na organização a nível de Santarém, o nome abrantino era o do dr. Orlando Pereira.
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nos arquivos RTP com a devida vénia
sessão da UN no Teatro de S.Pedro a 15- 10-1969
entre os candidatos o futuro fundador do PPD ( como dizia Mário Semedo : ANP-ML)
Casa cheia, não venham dizer que o fascismo não tinha base social nesta terra....
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A Comissão para o Livro Negro do Fascismo funcionava no âmbito da Presidência do Governo e era composta entre outros por José Carlos de Vasconcelos, Raul Rego, etc.
Publicou uma séria de estudos e recolha de documentos em edições baratas e cuidadas que são imprescindíveis para estudar a Ditadura.
Foi extinta por Cavaco Silva por razões que ele saberá, quando chegou ao Governo. Economicismo barato.
Numa dessas edições:
Presos Políticos no Regime Fascista IV – 1946-1948, 1985s
foi publicada a ficha policial da dirigente oposicionista abrantina, Fernanda Silva, de que aqui já se falou.
Era imprescindível pegar nesses livros e nos arquivos da PIDE-DGS e militares e retratar os abrantinos que estiveram presos por razoes políticas.
Retirou-se, com a devida vénia, a ficha de Fernanda Silva, do blogue Silêncios e Memórias do investigador e Prof. universitário João Esteves
Para terminar só dizer que o marido de Fernando Silva, o dr. Orlando Pereira é um dos únicos ''abrantinos'' (com o General Marques Godinho e de alguns membros dessa família perseguidos por levarem Santos Costa aos tribunais, devido à morte do General) mencionados por Mário Soares, no '' Le Portugal Bailonnée'', que ainda hoje é a melhor história da Oposição à Ditadura.
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Orlando Pereira era natural de Alenquer, Fernanda Silva de Beja, Marques Godinho das Galveias, abrantinos para nós são todos os que atrabés duma permanência larga entre nós ajudaram a tecer esta comunidade
Maria Fernanda Corte Real Graça e Silva, jurista, abrantina, comunista, burguesa (tenho de ir beber um copo com o filho, o cher Orlando), anti-fascista, ex-dirigente do MUD Juvenil, uma das mulheres mais importantes nos anos 40 no movimento estudantil, mulher do Advogado Dr.Orlando Pereira, desafia a ditadura falando pela CDE de Abrantes, ao lado de Maria Barroso, no comício da Oposição na capital do Distrito, em 1969.
Transcrevo a notícia:
'' Grande vibração no comício democrático em Santarém
SANTARÉM 4—(Do nosso enviado especial) — Um entusiasmo vibrante caracterizou a primeira sessão de propaganda dos candidatos democráticos do distrito de Santarém, realiza-da no Cine-Teatro local Muitas centenas de pessoas assistiram á sessão, que foi presidida pelo dr. Fidalgo Pereira, que estava ladeado pelos candidatos No palco sentaram-se ainda representantes <te comissões concelhias do Movimento Democrático e o representante da autoridade. O dístico da «Democracia» e «Amnistia» e as cores nacionais decoravam a sala Uma bandeira portuguesa cobria completamente a mesa da presidência
A sessão foi aberta peio gr. Alves Castelo, da Comissão Coordenadora da C.D.E. de Santarém, que em breves palavras inicieis, pediu uma salva de palmas por todos os que caíram pela Democracia e manifestou. depois a confiança na vitória fina das forças democráticas. dos homens comuns.
O mesmo orador apresentou, depois um a um, os seis candidatos, a quem a assistência dispensou calorosas salvas de palmas, ao mesmo tempo que gritavam «Liberdade», «Democracia» e «Abaixo o Fascismo».
Desigualdade entre a Oposição e a U. N.
O primeiro orador foi o dr. João Luís Lopes, candidato á advocacia Começou por pôr em relevo a desigualdade entre a Opinião Democrática e a União Nacional, nas presentes eleições
No finai, o dr. João Luís Lopes pediu uma ampla amnistia.
Falou, a seguir, o dr. Antunes da Silva. Fez ume crítica severa ao Regime, Historiou as razões que levaram o Estado Novo a promover as eleições citando a frase de Salazar de que «não se pode governar contra a vontade dum povo».
Maria Barroso: uma voz empolgante
Maria Barroso, a oradora seguinte, deu, com a sua voz extraordinária, palavras que foram aplaudidas entusiasticamente pela assistência.
Lembrando que estivera em Santarém há 22 anos, a grande actriz apresentou-se como combatente do Regime.
Com simplicidade — mas também com extrema convicção, que empolgou a assistência — Maria Barroso referiu-se a vários aspectos da actual situação portuguesa.
António Reis, que falou a seguir, dissertou longamente sobre as questões do ensino.
No fim da sua exposição pediu a reforma democrática do ensino e a normalização da situação universitária, segundo as bases aprovadas na reunião nacional do Movimento Democrático. Afirmou que «qualquer reforma democrática do ensino tem de passar por uma reforma geral das estruturas portuguesas». A finalizar referiu-se á situação da agricultura, defendendo a expropriação de latifúndios e sua entrega a associações de agricultores.
O eng.° Lino Neto — recebido, a seguir, com calorosa salva de palmas — começou por criticar o conceito da Pátria, do Estado Novo, dizendo que Pátria é o Povo.
Acentuou que o Povo português demonstrou sempre ser patriota, enquanto as classes dominante se vendiam ao estrangeiro.
Em apoio da sua afirmação lembrou os períodos de D. João I, dos Filipes, do Liberalismo e, finalmente, dos tempos de propaganda da República. «O povo português sabe governar-se, mas não o deixam» — disse.
O papel do escritor
O escritor Alexandre Cabral 1evantou-se, depois, para ler o seu discurso.
Depois de nós só a Turquia
O dr. Fidalgo Pereira, falou, a seguir, das condições em que se desenvolve uma campanha eleitoral, considerando que estas eleições são idênticas ás anteriores. Quando se referiu ao general Humberto Delgado, que apelidou de «o general Sem-Medo», foi alvo de uma impressionante ovação.
Comparou, depois, a situação de Portugal com outros países europeus, demonstrando, com auxílio de estatísticas, que o nosso País ocupava quase sempre o último ou os últimos lugares («depois de nós só a Turquia)».
A finalizar fez um largo exame dos problemas mais prementes do distrito.
Por último lugar falou a dr. Maria Fernanda Silva, de Abrantes, que se empenhou na desmistificação da noção salazarista de «democracia orgânica», historiando as lutas de Oposição, desde o Movimento de Unidade Democrática até aos nossos dias.
A assistência guardou, depois, um minuto de silêncio em memória do general Humberto Delgado e de todos os que caíram na luta pela Democracia. Seguiu-se a entrega de um ramo de flores ao candidato António
Reis por uma representante da juventude do distrito.
A sessão terminou com a declamação, por Maria Barroso, do poema «Ode á liberdade, de Jaime Cortesão, entusiasticamente aplaudido pela assistência.''
devida vénia ao blogue 1969 Revolução Ressaca e ao seu autor Gualberto Freitas
o recorte acho que é do Diário de Lisboa, então dirigido por Ruella Ramos (que mandava o Saramago escrever os editoriais como ele queria...), de 6-10-1969
Do lado do fascismo encontrava-se....Magalhães Mota, como candidato, que terminou ao lado do Armando Fernandes no PRD.
Mas para ser justo, haverá que dizer que, como deputado da ala liberal, Mota combateu a Ditadura, coisa que não posso dizer do Fernandes...
Faltavam-lhe muitas das coisas que tinha a Camarada
que honrou os compromissos de Abrantes com uma velha dama, esta
(azulejos numa casa de Alvega, genial foto do Artur Falcão)
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nota: Nunca vi a mulher de extraordinária cultura que foi a Senhora Drª D. Maria Fernanda Corte-Real Graça e Silva dar uma entrevista a dizer que os ''fascistas'' a queriam enforcar na Barão da Batalha, mas vim um ignorante e falsificador da história dizer isso num jornal, de que é directora uma amiga minha
Campanha de 1969, comício da CEUD, certamente em Lisboa.....
Maria Barroso vai representar em Santarém os socialistas da ASP, num distrito onde a influência comunista é dominante na Oposição....e onde a ASP e o PCP se entendem para uma coligação unitária
(...)''Pressões inadmissíveis foram exercidas sobre a minha própria mulher.Despedida, em 1948, do Teatro Nacional (...) ela gozava nesta época do máximo de prestígio como actriz e resistente anti-salazarista. Como podia ela continuar, nestas condições, a ser solidária com um oportunista e a viver a seu lado, perguntavam-lhe os seus amigos comunistas? (...) Mário Soares no ''Le Portugal Baillonée'', Calman-Levy, Paris, 1972 (...)
a Camarada Arminda Lopes lembra-me o sectarismo da Drª Fernanda Pereira, mulher do dr Orlando, no MDP/CDE de Abrantes em 1975.....
Extractos do livro de Leonor Xavier
A drª Maria Barroso não dedica nem uma palavra à CDE de Abrantes...
Há silêncios que valem por mil palavras........
Ver mais sobre Maria Barroso
João José Louro conta ao Correio do Ribatejo como funcionou a CDE em 1969 na capital do Distrito. É a versão comunista, mas há palavras de elogio para Maria Barroso. É destacado o papel do advogado de Santarém, Dr.Humberto Lopes na vida oposicionista local e a sua ligação ao PC
Não era o local para continuar a procurar abrantinos na CDE de 1969, mas encontro a prevista intervenção da Camarada Dr ª Fernanda Corte Real Graça Pereira, (a mulher do Dr.Orlando) no comício de Alpiarça dessa campanha aqui
É uma preciosa descrição do comício numa terra mítica para o PCP. O autor é João José Pais. Declara Maria Barroso na sua intervenção, respondendo a umas palavras proferidas em Lisboa, por uma candidata fascista (,,): '' se sabe o que é casar por procuração com o marido na cadeia; se sabe o que é ser acordada em plena madrugada por lhe estarem a bater à porta; se sabe o que é intervirem nas chamadas telefónicas; se sabe o que é não ser professora porque o governo não quis; se sabe o que é não ser atriz porque o governo não o consentiu; se sabe o que é ir ver o marido à cadeia e estar a falar-lhe sobre a vigilância dum polícia… Terminou procurando demonstrar os seus dotes de artista, fazendo uma declamação, o que se vai tornando num hábito em sessões deste género”. (...)
Só uma nota final....o António Reis quando anima esta campanha tem 21 anos..
mn
o blogue curva-se perante uma Lutadora pela Liberdade, todos discordámos dela em algum momento, todos a criticámos, mas morreu uma Grande Senhora!!!
RIP
Eram os ''fascistas'' uns esbanjadores?
No lote de papelada que saiu da redacção de certo jornal estava o Relatório da Gerência de 1969 da CMA.
É um documento fascinante para a História da Cidade.
Quem é que se lembrava hoje que os Vereadores substitutos eram então:
Dr. Eduardo R. da Silva ( o único vivo, parece-me)
Fernando Martins Velez
João Ferreira
Dr.José Matafome
Dr.Manuel Francisco Dias
Ramiro Macieira
Dos efectivos lembrava-me.
Mas a pormenorização do documento é tal que informa do gasto de gasolina das motocicletas distribuídas aos funcionários da CMA
E do gasóleo e gasolina gasto nesse ano pelos carros (um Peugeot e um Austin), distribuídos ao Presidente e Vice-Presidente , drs Agostinho Baptista e João Manuel Esteves Pereira.
E a título exemplificativo quanto gastara a motorizada do António Lourenço Antunes, matrícula ABT1-00-10, marca Kreidler, que consumira 472 litros nesse ano.
O documento foi impresso na saudosa Águia D'Ouro, com uma tiragem espantosa 25.000 exemplares,a 17-6-70.
Estas contas eram bem mais transparentes que as actuais ou não tivessem elas o dedo do dr.Esteves Pereira, um às e um mestre na contabilidade.
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