O penúltimo a falar foi o dono da Moagem e do Correio de Abrantes, eng. António Silva Martins.
O último cargo público que teve foi Presidente do Conselho de Administração de Cabora-Bassa, já depois de Abril, onde colaborou com Jorge Sampaio, que lhe dedica tocantes palavras nas Memórias.
Mas Silva Martins não fez a triste figura de Veiga Simão ao aderir ao PS.
E deve ter ficado assustado, quando em Outubro de 1973, quando os quartéis já estavam em revolta, ver o Dias das Neves, falar do 28 de Maio.
O recorte é do Diário de Lisboa.
Ao comício só faltou a ''discípula'' de Marcello Caetano'', Maria de Lurdes Pintasilgo.
ma
Qual era o grau de convivência entre a autarquia da Ditadura e os oposicionistas em Dezembro de 1973?
Participavam estes em diálogos com os edis conotados com a ANP e nomeados pelo Ministério do Interior?
Em 22 de Dezembro de 1973, o Dr. João Manuel Esteves Pereira recebe os media e os cidadãos para discutir.
Em causa o licenciamento duma unidade de celulose altamente poluente, a actual Altri.
Estiveram presentes, o médico Dr. Santana Maia, ligado à União Nacional desde os anos 30, Dr. José Vasco, um compagnon de route do PCP desde o final dos 40, o Dr. Correia Semedo ( compadre e familiar do Presidente da autarquia), que em 1973 eu não diria que estava conotado com o PC, mas que era do MDP e oposicionista de longa data e que fora impedido de seguir a Magistratura, por razões políticas, o Manuel Dias, aquele que teve o descaramento de dizer que a ''Oposição sou eu'' (nos 70), e finalmente o Dr.Eurico Consciência, ao tempo Director do ''Correio de Abrantes'' e que não andaria muito longe dos ''liberais'' como Sá Carneiro. Além deles, o Dr.Estrela, um ''ultra'' da situação
Transcreve-se a troca de opiniões:
Os Drs Consciência, José Vasco e Semedo opõem-se à construção da celulose.
O Manuel Dias pergunta sobre o preço do leitinho e sobre os eucaliptos, mudo fica.
Como sempre ficaria, face a uma situação crucial.
Três ou quatro meses depois, o 25-A e os que não tinham pejo em dialogar com a Ditadura eram os novos responsváveis políticos locais.
Isto é uma amostra da Oposição à abrantina, andavam aos abraços ''aos fascistas''.
ma
A situação de Abrantes e do Distrito no Congresso Republicano de Aveiro (1973) .
ver aqui
O primeiro, depois do oficial da Guarda, é o pintor dr. Rogério Ribeiro, os outros o ...... dr. João Manuel Esteves Pereira e o lavrador Fernando Moura Neves
O fundador do PS, dr. Eurico Consciência em amena cavaqueira com a ANP .....representada pelo dr. Isidro Estrela, que devia ser o Provedor da Santa Casa, salvo erro. O outro ANP, o genro do Apolinário Marçal....também está no filme
A nossa amiga D.Maria Luísa Albuquerque, o Fernando Moura Neves e o director do Jornal de Abrantes, dr. Jorge Moura Neves Fernandes
Era 1973
A Tia Mary Lucy também anda por aí
Mas mais importante são as imagens duma cidade viva.
ma
devida vénia RTP
mn
As conferências de 1954 são sumariadas no Boletim da Sociedade de Geografia e era tanta a fé do Dr. Estrela que, em finais de 1973, continuava a evangelizar sobre o futuro de Portugal no sertão
(Nova Aliança, 22 de Dezembro de 1973)
Objectivamente quer queiram quer não o Dr.Estrela ( e o resto) mais o Dr.Pequito estavam a fazer propaganda colonial-fascista
Pouco tempo depois o Pequito era líder do PS da Ponte de Sor.
Naturalmente depois da Abrilada
ma
Nova Aliança: legado do Mário Semedo, que em nos finais de 1973 militava no Movimento Estudantil contra o fascismo no ISCTE
Boletim: Google livros
Dr.Estrela: Abrantes cidade florida
Dr.Pequito: gamado a um blogue da Ponte de Sor
(...) O fiscal único, durante o exercício de 1973. acompanhou como lhe cumpria, a
gestão da sociedade.
O balanço, a conta de resultados e o Relatório da administração estão elaborados
de harmonia com os preceitos legais e com as disposições estatutárias.
Nos exames a que procedeu, no exercício das suas funções, anotou, com agrado, a
correcção em que sempre encontrou tudo.
Os critérios valorimétricos adoptados são correctos relativamente ao tipo de
actividade da empresa.
Agradece-se ao Conselho de Administração a sua prestimosa colaboração, dando
prontamente as informações e esclarecimentos que lhe foram solicitados.
Assim, tenho a honra de propor que aproveis o Relatório, Balanço e Contas do
exercício de 1973.
Lisboa, 30 de Abril de 1974.
O Fiscal único
Senhores Accionistas:
Não se afastando do seu único objectivo-o de assistir as viaturas tácticas Berliet-
Tramagal produzidas pela Metalúrgica Duarte Ferreira, S.A. R.L. , a Sociedade
voltou a ter de suportar sacrifícios decorrentes de alteração de critérios das
entidades a quem presta serviços.
Assim, de novo se saldou o exercício com prejuízo avultado, continuando,
porém, a lutar-se para que um claro entendimento do condicionalismo da
actividade que desenvolvemos permita. ao menos, alcançar equilíbrio estável para
Assim, de novo se saldou o exercício com prejuízo avultado, continuando,para
a vida da Sociedade.
Nampula, 12 de Março de 1974.
O Conselho de Administração:
Metalúrgica Duarte Ferreira. S. A. R. L.,
representada por
MARIO MARTINS DUARTE FERREIRA ; CARLOS DE MAGALHÃES
DUARTE FERREIRA (...)
MN
Há que pensar duas vezes antes de se meter em aventuras coloniais
A história faz-se com fontes primárias, não se faz com fontes secundárias-dizia Vitorino Magalhães Godinho.
A lição podia aproveitar a muita gente local (que repete o que dizem recortes de jornais) ou copia sem pudor ( ou seja plagia)
Aposto contra todos que ninguém publicou um documento que vem directamente do núcleo central dos políticos da Ditadura, na cidade de Abrantes, em 1973.
O que é uma fonte primária?
Isto:
a carta foi escrita pelo Dr. Isidro Sequeira Estrela, personagem bem conhecida da vida local e dos meandros da Ditadura
A 1º parte trata de questões políticas referentes à construção do novo Hospital do Salvador, que devia ter sido erguido com o dinheiro da herança do Comendador Viegas e da mulher, a luso-catalã Srª D.Leonor Paller.
Como se sabe, foi a intervenção pós-abrilista da ex-procuradora da C.Corporativa fascista Maria de Lourdes Ruivo da Silva Pintasilgo, nas Misericórdias, que impediu a construção do novo Hospital.
O Hospital teria também a parceria da CMA (que já tinha comprado o terreno) e do Governo. Também foi o PREC e a instabilidade política daí decorrente que impediu essa obra.
Sequeira Estrela era Provedor da Santa Casa à data da Carta e teve um mandato muito atribulado depois do 25-A.
A segunda parte é a parte mais interessante.
Exprime que os resultados eleitorais da ANP , no Outono de 1973, foram medíocres.
E atira a responsabilidade do ''fracasso'' para a direcção local da UN/ANP, presidida pelo dr. Chambel e que tinha como vice-presidente, o dr. Ruivo da Silva, genro do Apolinário Marçal e primo-direito da fascista Pintasilgo e para a CMA, que andariam a atirar responsabilidades uma para outra.
Depois comenta que o ''Correio de Abrantes'' ''começa a dar bicadas''.
A seguir, confessa que o dr. Esteves Pereira quer sair da CMA e que o fará o mais tardar em Junho, para regressar ''às suas escritas'' e ao ensino.
Diz que as chefias técnicas da autarquia se estão a passar para a Oposição. E diz que o chefe da Oposição era o Sr.Dr.Eurico Consciência. Coisa que constitui um erro. Não havia Oposição organizada em Abrantes.
A carta vai dirigida a um importante político abrantino, que exercia funções a nível nacional. Adivinhem qual...
mn
foto: Abrantes Cidade Florida, uns vinte anos que o Dr.Estrela escrevesse a carta
em que partido se alistou um dos bófias fascistas???'
os dados do livro são estes;
mn
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