A minha querida Ametista tem um blogue porreiro, e fez um post interessante sobre a exposição corticeira na António Botto, mas o post precisa de alguma contenção.
Vou fazer, aqui e agora, uma nota, deixando espaço ao Sr.Dr. Rui Lopes, nacional-bairrista de São Miguel do Rio Torto para explicar à Ametista quais são as fronteiras exactas das freguesias do Rossio e de São Miguel.
Não deixo espaço para o Sr.Américo Amorim, que as gazetas dizem ser o mais rico de Portugal, explicar à Ametista qual foi a evolução da história da dita Corticeira no concelho de Abrantes, porque o Sr.Américo trabalha mesmo ao domingo e neste momento está ocupado a impedir que a filha do ditador angolano mande na GALP.
O sr.Américo
faz mais por Portugal ao impedir a capitalista africana de controlar um activo-chave na economia portuguesa, que toda a cambada de políticos que arruinou e arruina o nosso país....,
consentir que esta senhora mande em Portugal é um acto quase de traição à pátria....
Diz cheia de entusiasmo a Ametista.....
ora Jorge Gaspar não diz isto no importantíssimo estudo que publicou este geográfo ( o mais importante da história da geografia lusa, no século XX, depois de Orlando Ribeiro)....
Em ''Os Portos Fluviais do Tejo'' publicado na Finisterra, volume V, nº 10, 1970, sustenta que era Santarém o porto fluvial mais importante dos portos do Médio Tejo, na Idade Média, vindo Abrantes e Punhete depois.
E sublinho, Gaspar fala do Médio Tejo e não do resto dos rios do país. Ou seja não analisa o importantíssimo tráfico fluvial no Douro, entre a Régua e Vila Nova de Gaia, que se tornou particularmente activo depois de Pombal ter demarcado a Região produtora de Vinho do Porto....
A afirmação é completamente lógica, não só porque está baseada em dados histórico-estatísticos, (''Caderno das Mercadorias Importadas e Exportadas do Concelho de Lisboa, com os respectivos direitos e municipais e as suas respectivas isenções, 1401-1450), e porque, todos o sabemos, Santarém quando é tomada por Afonso Henriques mantinha relações comerciais marítimas com além- mar (a Berberia) e outros mercados
Gaspar diz inclusive (citando Orlando Ribeiro) que Afonso Henriques recorre a uma armada de cruzados para defender Santarém da invasão almoáda....
E recorda que a cidade mantinha ainda no século XIV relações comerciais directas (isto é através de barcos) com a Flandres.
Depois, Gaspar assinala que o desenvolvimento do porto de Abrantes é do século XVI isto é quando termina a Idade Média....
Não se pode falar de Abrantes no início da Idade Média, porque quase não temos elementos (o primeiro documento que a menciona é a doação de D.Afonso Henriques à Ordem de Santiago em .... 1159) e para Santarém, tomada em 1147, esses elementos são copiosos, incluindo crónicas árabes.
Portanto, os abrantinos devem moderar a mania de que somos os maiores. Ou que fomos. Já nos basta terem-nos tentado transformar na capital do baseball, dos Almeidas ou da energia.
Há que ser moderados, senão faz-se a figura do Pico e Candeias!!!!!
Mas, não vou deixar os de Santarém a rirem-se. Acharão eles que eram os maiores nos inícios da Idade Média?????
E aqui saco um Prémio Pessoa, bem atribuído.
''foto surripiada na net'' (sic) in http://aqueduto-livre.blogspot.com
Neste livro, um prodígio de humildade (1), erudição, sabedoria e discreto fascínio pelo Fundador, José Mattoso explica que.....
Coimbra era, com 23 hectares de área edificada dentro de muralhas, o maior burgo do Ocidente peninsular enquanto Lisboa andava pelos 16 hectares e o Porto pelos....4 hectares.......
Santarém era importante, provávelmente a 2ª cidade do Ocidente Peninsular, segundo as fontes árabes, mas estava muito longe de Coimbra, que Afonso Henriques escolheu como sede do seu reino....
Portanto, cara Ametista, sejamos modestos.....
Marcello de Noronha,
Quando tiver tempo ainda farei uma observação às bocas atribuídas ao geográfo Jorge Gaspar, sobre a ''vitória'' do tráfico fluvial abrantino sobre o caminho de ferro, que é uma evidente distorção do que afirma no seu estudo
Universidade de Lisboa
Jorge Gaspar, um dos grandes Mestres da Geografia e da Cultura Portuguesa, não merece que lhe façam dizer o que não disse.....
(1) Aconselho a todos o livro do professor Mattoso. E lembro que ele na introdução diz que foi uma segunda escolha dos organizadores desta colecção de biografias dos nossos Reis para escrever sobre D.Afonso Henriques. O escolhido fora Luís Krus, como o especialista da temática afonsina para biografar D.Afonso. Uma morte precoce e impiedosa impediu Krus de escrever o livro. Mattoso dedica-lhe este. Isto é a prova como um português eminente, talvez um dos mais decisivos historiadores portugueses vivos, é capaz de ser modesto.
É uma indirecta? Não, é uma directa ao licenciado alentejano Carrilho da Graça....
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