Através duma amiga, a neta de Alfredo Bobela da Motta, faz-nos uma amável correcção a este post.
Alfredo Bobela que se sentia agolano, viu-lhe ser concedida a nacionalidade da RPA, pelo seu amigo Agostinho Neto, a título póstumo.
Bobela, amigo pessoal de Neto, tinha intervido muitas vezes junto do líder do MPLA, para por cobro a acções de abuso do poder que se verificavam em Angola.
Sentia-se angolano e Neto, seu amigo, a título póstumo fê-lo cidadão do novo país africano.
Os nossos agradecimentos por esta contribuição para a biografia do literato abrantino.
ma
Era uma vez um padre mulato com residência fixa pelo salazarismo na vizinha Ponte do Sôr.
Blogue Quitexe
'' A 14 de Agosto de 1963 […] fui posto em liberdade, mas com residência fixa na vila de Ponte de Sor, distrito de Portalegre.
Fiquei sob custódia da GNR. Dois guardas à paisana e armados vigiavam dia e noite a porta da pensão A Ponte em que me encontrava alojado e seguiam-me a dez metros de distância em todas as deslocações pela vila, cujos limites estava proibido de ultrapassar.
Correspondência censurada e telefone vigiado.
Proibição de usar qualquer meio de locomoção que não fossem as próprias pernas, nem mesmo uma bicicleta.
Proibição de pregar e de ouvir confissões, sob pena de prisão.
Em 24 de Janeiro de 1964 sou preso pela 5.ª vez, quando me encontrava a almoçar na pensão "A Ponte" em que estava obrigado a residir em Ponte de Sor, distrito de Portalegre.'' (P.Mário Pinto de Andrade) in Blogue Ponte de Sor
Será desnecessário acrescentar que nenhum membro do clero diocesano se solidarizou com o padre mulato, duma das mais notáveis famílias crioulas de Luanda.
Se não tinham mexido uma palha por D.António Ferreira Gomes, exilado por Salazar, e antigo Bispo de Portalegre, quem se preocupava com um angolano?
Largo dos Correios
O Padre Pinto de Andrade era um nacionalista angolano, ligado ao MPLA. A guerra começara em 1961. ''Angola é nossa'' berrava a propaganda salazarenta, que o padre Narciso incutia na cabeça dos alunos da EICA com apostólico zelo.
Não vou contar o que foi o trajecto de ruptura do P.Pinto de Andrade com a direcção de Agostinho Neto, sempre fiel a Moscovo e ao estalinismo, que norteou a sua vida.
Só vou assinalar que ontem António Costa indicou como Ministra da Justiça, a Procuradora Francisca Vandunem, de origem angolana, cujo irmão foi liquidado pelos netistas no Golpe Nito Alves.
Conheci a Sita Valles que também mataram. Foi uma chacina impiedosa e planificada, uma caça ao dissidente, uma liquidação em massa em que participaram os cubanos, os russos e os netistas.
E houve oficiais lusos, aí exilados que ajudaram à purga. E o PCP foi largamente solidário com os criminosos.
Diz a Procuradora algures que é muito atenta às questões de igualdade racial, cá na velha metrópole, devido a alguns dissabores que tiveram os filhos em escolas portuguesas.
Não sei quais eram as escolas, mas isso podia-se passar em qualquer escola pública ou privada portuguesa, incluindo o Liceu Francês onde estudam os filhos da elite PS.
Mas as tensões e preconceitos raciais (e sociais) são exclusivo desta velha e decadente cabeça dum Império cujo negócio essencial era o tráfico negreiro?
Não, também aconteciam (e acontecem) em Luanda, uma das primeiras cidades fundadas na África Negra.
É o que conta o irmão do Padre Joaquim, o histórico quadro do MPLA Mário Pinto de Andrade.
É uma tese de Washington Santos Nascimento, sobre os assimilados, numa importante Universidade brasileira. É preciso lê-la para compreender o nascimento do nacionalismo angolano e o itinerário do colonialismo português.
E a razão de ser do despótico regime angolano de hoje.
ma
Estava o São Pedro à cunha como raramente se vira e na tribuna o dr. Mário Soares fazia o primeiro comício do PS cá na terra.
Soares andava a tratar da descolonização e falou nisso. Disse mais ou menos isto (cito de memória): ''Estive reunido em Bruxelas com o meu amigo Agostinho Neto e ele,que é um amigo de Portugal, disse-me que tinha muitas saudades nossas, especialmente de tomar uma taça de verde e de comer um pastel de bacalhau''.
gamado a meu petiscos
Nisto o meu amigo Alcino, de origem africana,solidário com o Neto, e com os povos ''irmãos'', levantou-se da plateia e subia a escada de madeira que unia o palco ao balcão e foi abraçar o dr.Soares, exprimindo atabalhoadamente o seu entusiasmo pelas amizades africanas do líder socialista.
Soares, político de raça, lá lhe deu um grande abraço, mas foi o cabo dos trabalhos para o separar do tribuno e o conduzir disciplinadamente à plateia.
Ah grande Alcino, instalador de gás de primeira!
Era 27 de julho de 1974, recorda a cronologia do Eduardo Campos.
O Rui Ramos diz num artigo certeiro que Soares foi um grande político de Oposição. Foi. E decisivo. E ficará na História como o lider menchevique que derrotou os bolcheviques em 1975. Disse a Kissinguer que não seria um Kerenski e não foi. E por isso lhe devemos estar agradecidos. Mas o soarismo também foi isto:
ou seja a partidocracia, mal não do PS, mas de todos os partidos lusitanos.
ma
ps-há uma boa crónica do dr. Eurico Consciência (líder socialista da época) onde evoca Soares dançando num dos típicos arraiais abrantinos de Verão, nesta noite de 27 de Julho de 74.
créditos: documento da Fundação Mário Soares
Cavaco vai ao enterro do Madiba, depois de a meias com Eanes ter mandado votar na ONU contra a libertação do líder do ANC.
Como são as delegações lusas a funerais de Estado em África?
CID via-as assim
no estimado livro de anti-eanismo primário
ma
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