No dia 9 de Agosto de 1938, o bom povo da Aldeia do Mato terá, para festejar N. Senhora de Fátima, injuriado e ameaçado de morte um grupo de sacerdotes que se encontrava reunido em casa do pároco e provocado distúrbios na Igreja.
Como agravante não pagavam a côngrua haveria muitos anos.
Dom Domingos Frutuoso, Bispo de Portalegre, dominicano intransigente, pouco dado a festas da Virgem de Fátima (foi o último Bispo a reconhecer esta devoção) extinguiu a paróquia e anexou várias terriolas ao Sardoal.
Faz amanhã 83 anos.
Deus tenha na Sua Santa Glória, um Bispo destemido.
Naturalmente não consta o evento na cronologia nem da CMA (2016), nem nas religiosas.
ma
extracto do boletim da Diocese
Em 27-9-1770, Francisco Xavier de Mendonça, fidalgote do Sardoal, consegue convencer com um choradinho, o Infante D.Pedro, Prior do Hospital ou seja da Soberana Ordem de Malta, com sede lusa no Crato, que lhe faça uns descontos na renda em espécie que pagava num caneiro na Aldeia do Mato, no rio Zèzere, em Gorgas.
Manda o Infante que o Mendonça pague apenas 3 lampreias e um décimo do peixe em vez de metade como estabelecia o alvará.
Estes pesqueiros eram dos Hospitalários desde o início da nacionalidade e foram motivo de demandas e violências várias, tendo como intervenientes a Coroa, a vila de Abrantes, os Templários, Santa Cruz de Coimbra e o Hospital.
Tanto interesse nos caneiros só demonstra o bom rendimento económico da pesca fluvial.
Fonte : A.H. de Portalegre
O Padre Alpalhão protesta, enquanto sacerdote, pároco e ''democrata sincero '' contra o saque dos bens da Igreja na Aldeia do Mato que paroquiava.
O Padre é certeiro no protesto, a ''verdeira democracia implica a liberdade religiosa''.
Ou seja era mais democrata que Ramiro Guedes e a restante cúpula do PRP local e já agora dos facínoras caça-padres das aldeias.
Mesmo assim o bravo Justo da Paixão, que segundo Candeias Silva era proveniente da roda, (devem ser críticas políticas à moda do Valente da Pera) e os boçais democratas locais perseguiram-no com denodo.
Ou seja a formiga branca local eram mais republicana, que o António José de Almeida, o inigualável tribuno, que assinara o elogio.
Outro dia, a caça ao padre de Alvega.
ma
Em 1837, há uma polémica tentativa de anexar várias freguesias abrantinas a outros concelhos. Entre elas a Aldeia do Mato, como há resistência, a Câmara de Constância solicita à Guarda Nacional de Tomar que ''meta na ordem'' o bom povo.
Aldeia do Mato, Cruzeiro, foto Cecília Matias/DGMN
Agindo como facínoras, a soldadesca (ou melhor os cidadãos nabantinos alistados na milícia liberal, dado que a Guarda Nacional devia ser composta pelos cidadãos em armas, para defender as ''conquistas de 1820'', dos padres, frades e morgados e já agora do povo que permanecia fiel a D.Miguel) invadem a terra, saqueiam-na e metem-na a ferro e fogo.
Gorjão Henriques, que já tinha sido Presidente da CMA e era deputado pelo círculo, denuncia com veemência e indignação a brutalidade e o latrocínio, nas Cortes :
Gorjão diz que a Liberdade está ameaçada e a cólera do povo pode ocasionar novos Remexidos, que era o herói da guerrilha miguelista que assolava o Alentejo e Algarve pondo em cheque a ordem liberal.
A estrela dos radicais, José Estevão começou a meter os pés pelas mãos, não sabendo em que buraco se havia de meter.
Os deputados tomarenses começaram a pedir desculpas.
Foram uns irregulares, os facínoras, não foram os burgueses de Tomar que saquearam e se portaram como incendiários.
José Estevão em apoio dos tomarenses pusera em jogo a honra de Gorjão Henriques, que lhe chama vil mentiroso para não lhe chamar canalha.
(1)
A resistência dos povos do Pinhal acabou por fazer com que a reforma administrativa fosse revista.
E em 1889 quando morreu o Cícero de Aveiro, o tipo que justificou a barbaridade da soldadesca na Aldeia do Mato, um abaixo-assinado foi dirigido à CMA para que a R. do Outeiro, se passasse a chamar José Estevão, como ainda hoje se chama. (2)
A toponímia não recorda o Gorjão que defendeu o povo contra as baionetas dos liberais de Tomar. Somos muitos agradecidos.
mn
(1)-Diário das Sessões, 12 de Maio de 1837
(2)- Eduardo Campos -Toponímia Abrantina
ver o vídeo
Uma senhora desesperada diz que gastou a reforma a limpar as suas terras, os vizinhos não fizeram nada. ''Fiquei sem um tostão''.
Como denunciaram, em 2011, os edis da Oposição esta política levaria ao desastre.
A irresponsabilidade nesta terra é mato.
ma
'' (...) A ambulância do INEM foi chamada esta sexta, 12 de Agosto, duas vezes, em períodos diferentes do dia, para acudir dois jovens banhistas, feridos com alguma gravidade na praia fluvial de Aldeia do Mato, concelho de Abrantes. Em causa está uma plataforma que existe no meio da barragem.(...)
(...)Segundo apuramos no local, a plataforma pertence a uma empresa privada, está licenciada pela Câmara Municipal de Abrantes e destina-se à prática de cable board, um desporto que permite surfar em águas calmas da barragem. Este ano, segundo soubemos, os concessionários do equipamento ainda não o puseram a funcionar nem cuidaram de proteger o acesso dos populares constituindo uma armadilha para os mais incautos.(....)
debida vénia Mirante
Comentários: a irresponsabilidade à solta. A CMA não tem competência para licenciar em áreas fluviais
mn
Curioso livro que nos elucida que na Aldeia do Mato eram tão pobres, que até comiam pão de lentilhas
devida vénia ao Paulo Moreiras e o conselho comprem o livro, que é interessante
Edição da D.Quixote, 2014 do império editorial do 3º Conde de Alferrarede,Miguel Pais do Amaral.
Ou o original em Google books
mn
Podem encontrar aqui o P.Alpalhão nas festas de Andreus.
Mas sobretudo foi o Sr,Manuel Maça, que o identificou e procurou biografá-lo.
Os dados que tenho disponíveis não permitem dizer agora (haveria que revistar papelada) muito mais sobre ele, que o consta no blogue citado, que já é bastante..
Mas o Sr.Maça diz que depois do 25 de Abril lhe retiraram o nome dum Largo.
O povo local estava chateado com isso, com razão. O Padre tem direito a um elogio público,em 1911!!!!, de António José de Almeida e os renovadores da toponímia abrilistas são mais radicais que o anti-clerical Almeida.
caricatura de Francisço Valença
E o cura ofereceu uma escola pública totalmente equipada ao povo da Cabeça das Mós.
É serem ingratos. Vimos recomendar à Comissão de Toponímia que reponha o nome do padre, se muita gente estudou lá na terra, foi graças a ele. Fica o alvitre ao dr. Miguel Borges
Finalmente para saber alguma coisa sobre a Aldeia do Mato, há o blogue do amigo Maça.
foto do blogue do Sr.Maça
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