O jornal oficioso da Diocese presta reverência a Ramalho Eanes no facebook
recordando números históricos
Mas não recorda as palavras históricas do Primaz de Braga aconselhando o voto nele
''Ramalho Eanes é um homem duma só mulher''......
Como sabemos que o Senhor General é homem da Igreja, doutorado pela Universidade da Opus Dei, em Pamplona, oferecemos ao Senhor Bispo a imagem pia de Frei Ramalho de Alcains
Para a canonização de Frei Ramalho juntam-se alguns factos objectivos
a)
'' (...) Apenas havia um senão: não participara no 25 de Abril. Recordo-me muito bem de que eu próprio levantei a objecção e de que foi Otelo Saraiva de Carvalho quem avalisou o major Eanes. Ora como Otelo era, digamos, o porta-voz do 25 de Abril, dei por encerrada a questão. A incompatibilidade de se nomear um oficial que não tinha participado objectivamente na revolta militar desapareceu em face do aval de Otelo... (...)
b) (...) facto de ter sido o seu cunhado César Neto de Portugal quem bombardeou o Ralis pode justificar, no entanto, muitas das hesitações que ensombraram a sua actuação. Eanes tomou conhecimento do bombardeamento do Ralis por Neto de Portugal que imprevidentemente lho revelou? Ou soube-o por intermédio de quem encenara todo o espectáculo e armadilhara o golpe spinolista?(...)
c)(...) 6.13.2 - Posso aqui informar que o "pioneiro" das "comissões de soldados" na gestão dos quartéis foi Ramalho Eanes quando, ainda capitão em Macau, as promoveu com a ajuda de Arnaldo Matos, então miliciano na Guarnição Militar de Macau e, depois do 25 de Abril, Secretário-Geral do MRPP.(...)
d) (...) Entretanto houve uma reunião militar em Belém, a que estiveram presentes o major Ramalho Eanes (que sempre estivera ligado a Costa Gomes desde o caso da RTP no 11 de Março) e Jaime Neves, o comandante dos Comandos. Não fui convidado directamente para essa reunião, mas à qual, evidentemente, podia ter assistido. Porém a minha posição de primeiro-ministro e simultaneamente Conselheiro da Revolução teriam dificultado a designação da cadeia de comando, pelo que resolvi não comparecer, deixando ao Presidente da República o encargo de estabelecer a cadeia hierárquica e definir as missões militares a executar.(...)
(...)6.8 - Soube posteriormente que Vasco Lourenço não quis assumir a chefia hierárquica. Porquê? Nunca percebi. Como nunca soube porque essa chefia foi transferida para o major Ramalho Eanes, que não passava de um oficial subalterno da sala de operações, chefiando o posto da Amadora. Pelo menos aparentemente era assim. E isto é tão inexplicável como a sua escolha para Presidente da República. A menos que em toda esta maquiavélica estratégia que domina a vida portuguesa e que perturba os espíritos mais lúcidos, a lógica seja uma componente para desprezar sistematicamente, por desnecessária. O homem a promover ou a abater, o ponto de ruptura ou de consolidação, estão escolhidos prévia e secretamente, razão porque acontecem as coisas mais extraordinárias só possíveis num hipotético país surrealista. Mas a verdade é que acontecem e é forçoso, imperativo, arrumar o puzzle da política portuguesa... enquanto houver tempo.
7.6.9 - Há que salientar, no entanto e mais uma vez, a misteriosa ascensão de Eanes e cronometrar os acontecimentos.
7.6.9.1 - Costa Gomes só adere ao Grupo dos Nove depois de ter consultado uma alta personalidade do Partido Comunista.
7.6.9.2 - Depois disso estabelece uma cadeia de comando onde o quarto lugar pertence a Ramalho Eanes.
7.6.9.3 - A seguir, contra todas as regras, e aparentemente sem o terem consultado, altera-se a ordem da cadeia de comando - e aparece a chefiar as operações Ramalho Eanes.(...)
(..) .6 - É surpreendente mas foi assim. Quem era, de facto, Ramalho Eanes para enviar um ultimato a Sá Carneiro ?(...)
10.9 - Finalmente em recente entrevista ao "Diário de Notícias", publicada em 5 de Maio, Ramalho Eanes afirmou: "Se uma dissolução da Assembleia da República justificada pelo Presidente da República em função de dificuldades políticas for seguida de eleições que reproduzam o mesmo quadro parlamentar ou outro idêntico, constituirá uma demonstração de que os eleitores não estarão de acordo com a dissolução". Meditando sobre este texto, conclui-se tratar-se de uma dialética inteligentemente defensora da "maioria da esquerda" no Parlamento. Com efeito, se após eleições o quadro parlamentar se mantivesse, isso não significaria que os eleitores não estavam de acordo com a dissolução, mas sim que os eleitores reconfirmavam a maioria de esquerda, o que representaria uma grande vitória para o Partido Comunista. Então porque não se fazem eleições? Porque esta "maioria de esquerda" já existe, e a outra, após eleições, seria uma incógnita... "Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar", reza a sabedoria popular.(..)
Assina
O Advogado do Diabo
Almirante Pinheiro de Azevedo
Da Junta de Salvação Nacional
Do Conselho da Revolução
Primeiro-Ministro de Portugal no VI Governo Provisório
Presidente do Movimento da Reconquista de Olivença
a redacção