Segunda-feira, 13.07.15
Que deve fazer um Bispo quando há um massacre?

 

Ficar calado?

Só isso?

Augusto César, Bispo de Tete ficou calado.

augusto césar.jpg

depois ficou Bispo de Portalegre, agora é emérito, e continuou calado

 

augusto césar tete.png

Times

 

bispo de tete.jpg

 

Não condenou, não foi solidário com os missionários que denunciaram os massacres

Foi informado Augusto César dos massacres?

 

Foi!

 

É o que dizem os documentos desclassificados do Wikileaks  

 

bishop tete 1.png

bishop of tete 2.png

Os documentos provam que, cinco meses depois de ser informado pelos missionários espanhóis, se recusava, a admitir à imprensa internacional os crimes praticados pela repressão.

 

E quando os missionários foram expulsos, ficou calado, enquanto a consciência internacional montava um monumental protesto contra Caetano, só semelhante, em termos lusos, ao desencadeado pela repressão indonésia no cemitério de Dili.  

 

Já falei aqui do homem, só volto ao tema, porque há o wikileaks para explorar, que também tem alguma coisa curiosa sobre Abrantes.

 

O Bispo de Tete sempre se pode defender dizendo que andou a deitar água na fervura entre  bastidores.

 

Mas tanto gosto pelos bastidores, tanto medo de ser frontal, deixaram sobre ele uma suspeita terrível, que foi lançada por missionários combonianos.

 

Foi o Bispo de Nampula denunciado às autoridades coloniais por outro Bispo? Um artigo de António Marujo no Público lançou a polémica e o então B.  de Portalegre não foi capaz de esclarecer as coisas:

 

'' Contactado agora pelo PÚBLICO, o bispo prefere não falar do que aconteceu. O seu secretário, padre Francisco Vermelho, disse que Augusto César não quer responder a "inverdades históricas de algumas  revistas" - uma alusão à "Além-Mar", admitiu - e que o que havia a dizer "já o escreveu numa carta" ao actual superior dos Combonianos em Portugal. ''

francisco vermelho.png

 Monsenhor Vermelho continua a ser o secretário do Bispo actual.

 

Mas em Moçambique, o Bispo de Tete, enquanto as autoridades coloniais preparavam as expulsões,  dava-se ao luxo de escrever um artigo a atacar os ''combonianos''...

 

Muitas das coisas que se passam na Igreja de Abrantes têm origem na forma de tratar as coisas com que Augusto César marcou a Diocese, já envenenada pela pesadíssima herança de D.Agostinho.

 

Augusto César que nunca condenou a PIDE nem os militares, foi capaz de lançar um interdito eclesiástico contra a paróquia de São Facundo, depois duns acontecimentos que tiveram o Graça como protagonista.

 

Fraco contra os poderosos, forte contra os débeis....

 

Por acaso em S.Facundo dissera a primeira missa este padre quase abrantino

carvalheira.jpg

amigo de Felicidade Alves e de D.Eurico Dias Nogueira. E também estava em Tete.

 

Aposto que se tivesse paroquiado S.Facundo ou Abrantes que a Igreja teria menos casas e mais prestígio.

Sai novo livro sobre um dos massacres, Inhaminga:

 

''Inhaminga: O último Massacre
Jorge Ribeiro

Editora: Afrontamento
Tema: História
Ano: 2015




SINOPSE

Cinquenta e cinco anos após o assalto à prisão de Luanda, a expulsão
do Governador do enclave de Ajudá, e a invasão de Goa, ainda há muito
para contar da guerra com que os portugueses tentaram manter as suas
colónias. É isso que provam os livros de Jorge Ribeiro. O efeito
nefasto de décadas de censura e uma informação domesticada durante o
regime fascista ainda hoje se fazem sentir. Velhas e novas gerações,
por vezes, comungam na surpresa e mesmo na incredulidade do que vai
sendo dado à estampa. É o caso do último massacre perpretado pelos
portugueses em África. Em Inhaminga.''  (fonte: -Editora)

 

O peso da história continua a pairar sobre este velho rectângulo....e Augusto César a ter a consciência pesada.

 

mn

foto de M.Vermelho: Diocese

foto de M. Carvalheira: Amigos do Niassa

 

 



publicado por porabrantes às 18:07 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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