Faltava a ficha prisional de António Marques Granja, um dos cérebros do atentado a Salazar, de quem já se falou aqui amplamente.
In ''Presos Políticos no Regime Fascista 1936-39'', Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista, 1982
Já agora a comissão era composta por José Magalhães Godinho, Fernando Piteira Santos, Teófilo Carvalho dos Santos, Joaquim Barradas de Carvalho, Raul Rego, José Carlos Vasconcelos e mais tarde o César de Oliveira. (1)
(1) Joana Rebelo de Morais, Comissão do Livro Negro Sobre o Regime Fascista: Em busca da verdade?, tese no ISCTE 2016
Moita Flores escreve um romance sobre o atentado a Salazar. Uma das personagens principais, António Marques Granja, o comunista abrantino que ideou o atentado (quase tudo foi ideia dele, uma ideia depois copiada pela ETA quando matou o Almirante Carrero Blanco), na caça aos bombistas, outro abrantino.
Rosa Casaco, do Rossio, contra Marques Granja, de Alferrarede. Quase contemporâneos. Certamente conhecidos e um nas antípodas do outro
Muito interessante. MF é um antigo elemento da PJ e reconstrói a história a partir do processo.
ma
Em 4 de Julho de 1937, um comando libertário, a que se associaram alguns comunistas, como o abrantino de Alferrarede,
faziam ir pelos ares o carro de Salazar.
O cérebro era Emídio Santana.
Passaram 80 anos.
A cacique condecora fascistas.
Granja e Emídio queriam matar o chefe dos fascistas
O Portal Anarquista recorda o atentado
E nós recordamos o abrantino, Granja, que mais sofreu pela Liberdade, depois do General Marques Godinho.
E recordamos, Emídio, o Libertário, que viu Abril, e que fez um manguito ao estalinismo.
Ficha militar de António Marques Granja, na Flandres. Foi o comunista abrantino que foi essencial no atentado contra Salazar.
Era filho de Joaquina Gonçalves e João Marques Granja, natural de Alferrarede (1895).
A ficha mostra um espírito irrequieto e um homem pouco dado a aceitar ordens.
Assim sendo, não admira que tenha terminado a mandar tiranos pelo ar.
Não venham condenar o Granja por usar TNT, alegadamente João Damas também preparou bombas para a Carbonária .....
mn
O livro ''Portugal à Lei da Bala'' de António Luís Marinho e Mário Cordeiro, Ed Temas e Debates, 2018, pretende demonstrar a falácia de Portugal enquanto país decretado de ''brandos costumes''.
Há uma longa história de violência política no rectângulo, que muitas vezes esquecemos.
É uma leitura muito recomendável.
Os autores tiveram a bondade de citar este blogue, a propósito do atentado a Oliveira Salazar, de que foram protagonistas, entre outros, Emídio Santana, libertário, e o comunista abrantino Marques Granja
Algum plumitivo doutorado e não só cá do burgo já roubou daqui textos, aprendam com os autores de Portugal à Lei da Bala, o que é a honestidade intelectual.
A estes, o nosso obrigado.
mn
Em 4 de Julho de 1937, um comando libertário, a que se associaram alguns comunistas, como o abrantino de Alferrarede,
faziam ir pelos ares o carro de Salazar.
O cérebro era Emídio Santana.
Passaram 80 anos.
A cacique condecora fascistas.
Granja e Emídio queriam matar o chefe dos fascistas
O Portal Anarquista recorda o atentado
E nós recordamos o abrantino, Granja, que mais sofreu pela Liberdade, depois do General Marques Godinho.
E recordamos, Emídio, o Libertário, que viu Abril, e que fez um manguito ao estalinismo.
António Marques Granja foi o abrantino, de Alferrarede, envolvido no atentado libertário contra Salazar, organizado pelo anarquista e dirigente sindicalista Emídio Santana, em 1937.
Passou largos anos numa penitenciária por lutar pela Liberdade.
Já se falou aqui dele. Estava ligado ao PCP, segundo Santana, mas terá agido à margem das estruturas bolcheviques segundo o dirigente da CGT.
O Pacheco Pereira, na sua biografia de Cunhal, considera que a explicação não é tão linear, e que serviços secretos da República Espanhola (então combatendo a ''Cruzada'' nacionalista) e eventualmente do Komintern podem ter intervido, no apoio à onda de ataques bombistas que pouco antes visara centros de apoio lusos aos militares espanhóis sublevados.
Essa interferência processar-se-ia à margem e sem conhecimento do aparelho do PCP. É uma hipótese que traça Pacheco, mas que não está confirmada.
Em 2013, foi editada esta obra de João Madeira, que ainda não tivemos tempo de ler.
Um episódio do programa da RTP ''Antes da Pide'', de Jacinto Godinho, relatou a história e dele se retirou a imagem da ficha do resistente de Alferrarede.
António Marques Granja, foi depois do General Godinho, o abrantino que mais fez para derrubar o fascismo e que mais caro pagou.
Um homem a quem devemos respeito e que ensinou os doutos revolucionários de cadeirão. À bomba, naturalmente.
ma
créditos: RTP 2, programa citado e Colectivo Libertário de Évora (livro)
Entrevista ao dirigente anarquista Emídio Santana, por Luís Salgado de Matos, in Análise Social, vol XVII, 1981
Martins Júnior ao lado de Afonso Costa, foto de Josua Benolieil, arquivo de O Século, Outubro (ou Novembro) de 1910
Martins Júnior foi ainda grande financiador da agitação sindical e da Federação Maximalista Portuguesa, futuro PCP
parte das brigadas armadas do Partido Radical engrossaram a futura Pide, diz Santana
tinham contas a ajustar com a Formiga Branca, as milícias armadas do Partido Democrático, que inclusivamente possuíam um Esquadrão da Morte para executar sindicalistas
Santana foi o cérebro do atentado a Salazar, onde participou um abrantino, o comunista António Marques Granja
Falta naturalmente uma biografia de Martins Júnior, aliás João Augusto da Silva Martins, irmão do caudilho integralista local Henrique Augusto
ma
''LIBELO ACUSATÓRIO
EM LIBELO ACUSATÓRIO contra os indivíduos cujas responsabilidades vão a seguir descriminadas, diz o agente do Ministério Público escolhido para desempenhar neste processo as suas funções junto do 1.° Tribunal Militar Territorial desta cidade:
1. °
No dia 20 de Janeiro de 1937, das 22 para as 23 horas, os arguidos José ou João Ferreira da Costa e Silva, o «Silva da Madeira», empregado no comércio, de 30 anos, de Lisboa, José Vaz Rodrigues, solteiro, serralheiro mecânico, de 31 anos, de Mértola, Raul dos Santos Pimenta, casado, serralheiro, de 29 anos, de Lisboa, e António Marques Granja, casado, motorista, de 43 anos, de Abrantes, saíram desta capital, num automóvel guiado pelo último, em direcção a Barcarena, onde, na Fábrica de Pólvora do Estado e junto à parede do lado oeste da oficina de prensagem, colocaram uma bomba explosiva, de grande potência, que rebentou, devido ao seu dispositivo mecânico, cerca das 23 horas e 40 minutos, causando prejuízos no valor de 7885$75;
2. °
A seguir, dirigiram-se aos Armazéns de Caxias, pertencentes à mesma Fábrica, tendo colocado outra bomba, semelhante ã anterior, junto à parede leste do paiol, a qual, explodindo, causou danos no valor de 3050$85;
3. °
De regresso a Lisboa, passaram na Avenida da Índia, a fim de ser colocada terceira bomba, próximo ao tanque n.° 3 dos depósitos da Vacuum, tanque este cheio de liquido inflamável. O engenho destruidor, rebentando passado tempo, provocou estragos computados em três mil escudos;
4. °
Aqueles quatro arguidos foram portadores, durante essa criminosa digressão, de armas proibidas (pistolas-metralhadoras);
5. °
Pela forma indicada, incorreram esses quatro acusados nas sanções dos art. 472.°, n.° 1, do Código Penal (danos), 1.°, n.°s 1 e 2, do Decreto 19 143, de 19-11-1930 (uso e porte de bombas explosivas), e 1°, com preferência ao 2.°, do Decreto n.° 18 754, de 16-8-1930, e 8.° do Decreto 11 990, de 23-12-1926 (armas proibidas);
6. °
Em Fevereiro do mesmo ano de 1937, os arguidos Costa e Silva, Vaz Rodrigues, Carlos Costa Seco, o «À Brava», casado, motorista, de 33 anos, de Antuzede, Coimbra, António Pinto da Cruz, viúvo, de 36 anos, segundo-sargento enfermeiro da Armada, de Santo André de Marecos, Virgílio Ribeiro, o «Arrinca», casado, motorista, de 34 anos, de Pinhal de Óbidos, Jaime Antunes Duarte, o «Porta-Aviões», casado, motorista, de 25 anos, de Lisboa, António Pinto Júnior, o «Falta de Alimento», casado, motorista, de
33 anos, de Vila Pouca, Oliveira do Hospital, António Marques Granja, Raul Pimenta, Francisco Damião, o «Chico Saloio», casado, motorista, de
34 anos, natural de Lisboa, e José Lopes, pintor da construção civil, casado, de 32 anos, de Lisboa, planearam e resolveram levar a cabo um atentado contra a vida de Sua Excelência o Senhor Doutor Oliveira Salazar;
7. °
Por virtude dessa conjura sinistra, no dia 28 de Fevereiro desse ano, quando aquele eminente homem de Estado se dirigisse, a fim de ouvir missa, à casa do Sr. Dr. Josué Trocado, deveria ser atacado, na Avenida da República, por alguns criminosos, de dentro dum automóvel que, para esse efeito, havia de ser furtado, enquanto, dum outro carro, igualmente subtraído, outros réus atacariam o automóvel da polícia, que devia seguir o do Excelentíssimo Presidente do Ministério;
8. °
Depois de várias diligências efectuadas com o fim de sequestrar os motoristas dos veículos escolhidos para o atentado, o sargento Pinto da Cruz, acompanhado pelo Virgílio Ribeiro, pelo Vaz Rodrigues e pelo «Porta-Aviões» em automóvel guiado pelo segundo réu, foi indicar um sítio ermo, na estrada Lisboa-Porto, próximo da serra da Freixofeira, a pouca distância da Malveira, onde aqueles motoristas deviam ser desapossados dos automóveis que, até ali, haviam de conduzir, enganados, como se verá;
(...)
24. °
Do exposto se vê que os arguidos referidos no art. 6.°, depois de conluiados para matarem Sua Ex.a o Senhor Doutor Oliveira Salazar, praticaram, com intenção, vários actos de execução do crime projectado, que não lograram consumar por circunstâncias independentes da sua vontade, pelo que incorreram na sanção do art. 351.°, com referência aos arts. 11.°, 105.° e 104.°, regra l.a, do Código Penal (tentativa de homicídio, com premeditação)
(...)
29. °
Mais se vê dos autos que, no dia 4 de Julho do ano passado, pelas 10 horas e meia, no momento em que Sua Ex.ª o Presidente do Ministério se apeava, do seu automóvel, à porta do prédio n.° 96, da Avenida Barbosa du Bocage, residência do Dr. Josué Trocado, uma fortíssima explosão se deu, a 5 metros de Sua Excelência, sem que, contudo, fosse atingido;
30. °
A explosão teve lugar no colector dos esgotos, por baixo da placa central da citada avenida, junto às manilhas de serventia da referida casa n.° 96, onde tinham sido colocadas duas potentíssimas bombas, ligadas a um aparelho eléctrico, por sua vez ligado por um extenso cordel e fio de arame a uma pega que vinha sair junto ao tampão do mesmo colector, existente na Avenida 5 de Outubro, em frente do prédio n.° 162;
31. º
A máquina explosiva, constituída por dois invólucros de ferro, de um metro e dez centímetros de comprido, carregados de dinamite Goma 1, possuía um tão elevado poder de destruição que a força provocada pela sua deflagração, quando total e devidamente aproveitada, seria suficiente para elevar a um quilómetro de altura um peso de 26 toneladas!.
(...)
''
5) Emídio Santana e Manuel Augusto Serzedelo da Costa Tassara, por igual crime, foram condenados em 8 anos de prisão maior celular, seguidos de 12 anos de degredo, ou na alternativa de 28 anos de degredo. Santana cumpriu a sentença na penitenciária de Coimbra, e Tassara na de Lisboa.
6) António Marques Granja, Francisco Damião, José Lopes, Raul dos Santos Pimenta e Virgílio Ribeiro, por igual crime, foram condenados a 10 anos de prisão maior celular, seguidos de 12 anos de degredo, ou na alternativa de 28 anos de degredo. Granja cumpriu a pena em Lisboa, Damião em Coimbra, Pimenta e Virgílio cumpriram parte em Coimbra e foram transferidos para Lisboa. O Lopes morreu na Penitenciária de Coimbra e o Pimenta em Lisboa.''
João Soares fez justiça a Emídio Santana. Editou-lhe os livros, foi seu amigo e participou em homenagens múltiplas.
O Miguel Serras Pereira prefaciou-lhe as Memórias.
Há uma Rua Emídio Santana em Lisboa
Mas o camarada comunista abrantino António Marques Granja, essencial na planificação do atentado e que apanhou 10 anos de cadeia, seguido de 12 anos de degredo, por participar na acção revolucionária está esquecido.
Que estamos à espera para homenagear o herói comunista abrantino?
Uma Rua António Marques Granja, já !!!!!!
Ou vamos fazer como o PCP que mandou militantes valentes como António Marques Granja ajudar a dinamitar o Botas e depois quando o atentado falhou, dedicou-se a condenar o ''terrorismo'' e o atentado, como conta o Pacheco Pereira, que também evoca o Granja, no 1 º volume da sua biografia canónica de Álvaro Cunhal ??????
MA
texto entre aspas : Emídio Santana, História de um Atentado, o Atentado a Salazar
O vídeo conta que a bófia forçou, sob tortura, uns falsos ''terroristas'' a declarar que tinham sido eles. Para desmascarar a palhaçada e caçar o Granja e o Emídio, foi essencial o faro do abrantino Rosa Casaco
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)