A página Papel em Rede, aparentemente relacionada com a Delegação, ou o que isso seja, do Médio Tejo da Ordem dos Arquitectos, resolveu publicar o ''in memorian'' do Professor Arquitecto Duarte de Ataíde Castel-Branco, fazendo aparentemente uma resenha ''exaustiva'' do pensamento e obra do aristocrata, académico, resistente-anti-fascista, arquitecto, urbanista, bairrista abrantino e homem de honra que foi o Duarte.
Infelizmente a resenha foi desenhada para omitir os factos que estragassem a versão idílica que a sociedade civil gosta de traçar da realidade abrantina.
Omite-se o papel destacado de Duarte Castel-Branco na Resistência, os problemas com a PIDE-DGS, o seu lugar como chefe de gabinete na candidatura presidencial deste homem:
Porquê?
Um aristocrata como o Duarte, ou como D.Fernando de Mascarenhas, Marquês de Fronteira, não se pode bater contra o fascismo?
Omite-se que depois do 25 de Abril, o Duarte justamente escandalizado com a gestão autárquica abrantina PS/PSD se ergueu contra ela e especialmente contra a candidatura PSD do eng. Ruivo da Silva, sendo candidato, pelo CDS-PP, a Presidente da Assembleia Municipal.
Omite-se a obra teórica escrita pelo Professor Universitário, porquê?
Porque não a leram? Ou porque toda ela, lição de inteligência, é, em si, uma condenação da desordem urbanística implantada em Abrantes, desde o 25 de Abril?
Em ''Urbanização sobrevivência contradição : ensaio para uma visão dialéctica'', publicada em 1972, Duarte Castel-Branco traça, certeiro e preciso, o que deve ser o Urbanismo e uma política urbanística. Ou seja teoriza que há uma dialéctica entre ordem e desordem e o que houve em Abrantes foi o supremo grau da desordem urbanística: o caos.
Omite-se parte da obra, a feita para clientes particulares em Abrantes, que é certamente a melhor da cidade nos anos 60, estou-me a lembrar da casa de João Castro e Solla Soares Mendes, nas Barreiras do Tejo ou a do Nuno Simão em Alferrarede.
A Câmara de Lisboa homenageou-o por isso e a CMA esteve calada, certamente porque gosta de barracas à moda de São Macário.
A notícia omite o contencioso legal entre a CMA e Duarte Castel-Branco acerca de direitos de autor, quando a Ordem dos Arquitectos devia ser a mais ardente defensora desses direitos.
A notícia omite o papel destacado de Duarte Castel-Branco na defesa do Património abrantino, designadamente na condenação da criminosa torre que queriam construir em São Domingos.
Torre que ele condenou com estas palavras terríveis:
E a notícia tem o mau gosto de ilustrar o epitáfio do Mestre com uma fotografia onde figura o político emigrante (emigrou de Abrantes para Tomar) Rui Serrano. E sobre o Serrano, o Prof. Castel-Branco, em devido tempo, enviou para a CMA isto:
MN
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)