Não houve político a que Abrantes ficasse a dever mais que ao rossiense Avellar Machado. O abastecimento de água no cabeço, a linha férrea que revolucionou os transportes locais (e que a prazo mataria o tráfico fluvial), escolas nas freguesias, e por aí adiante.
Para ver a sua folha de serviços consulte-se o Abrantes Cidade Florida, num artigo de Mestre Diogo Oleiro.
Oficial do exército com uma formação de engenharia, pode incluir-se na lista dos homens do mesmo tipo, que seguiram outro engenheiro, Fontes Pereira de Melo, na política, fazendo um certo saint-simonismo à portuguesa.
Num país de bacharéis e literatos românticos, era a modernidade.
Foi político, nunca chegou a Ministro, capitaneou os regeneradores locais e foi naturalmente conivente num sistema eleitoral baseado nos caciques (os influentes) e na fraude eleitoral.
A maior crítica abrantina que se lhe pode fazer é que sendo vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais (1894) deixou Santa Maria do Castelo continuar a ser um estábulo, como conta Oliveira Martins nas Cartas Peninsulares
Conseguiu no fim da vida sinecuras a que hoje chamaríamos tachos , e teve múltiplas homenagens em vida mas não teve bustos nem estátuas, enquanto viveu.
Algumas das homenagens foram organizadas pelo seu adversário político progressista Francisco Eduardo Solano de Abreu, designadamente a criação no Montepio duma bolsa a favor das classes artísticas (era assim que se chamava aos operários, muitos deles ainda artesãos), que levou o nome do Par do Reino, dotada com rendimentos por Solano, que hipotecou valiosas propriedades rústicas para garantir esses pagamentos,
Pelo que dizia Oliveira Martins a sua fotografia estava omnipresente em todos os sítios, incluindo nos palheiros onde se aboletavam as azémolas da tropa.
Mas só teve estátua depois de morto e bastante depois (1929)
Não sei se foi o pudor de Avellar Machado ou a falta de verbas que levou a isto.
Mas as outras estátuas abrantinas, ao Dr. Manuel Fernandes em Abrantes, a do Comendador Duarte Ferreira, no Tramagal, a do industrial Soares Mendes no Rossio, a de António Botto, na Concavada só foram inauguradas depois da morte dos homenageados, seguindo a tradição da primeira, a de Taborda.
Agora o próprio homenageado descerra o seu busto
Convenhamos que o inovador espectáculo não é elegante.
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