Opinião doutro coronel, o médico, político e escritor bejense ( como o Baptista) Brito Camacho, líder unionista ( em Abrantes era unionista, Ramiro Guedes).
O dr.Camacho tinha sido colega no Liceu da cidade alentejana do Baptista, que fizera larga carreira militar cá no burgo.
O livro, ''De Bom humor'' esquece a boa disposição para chamar com prosa dura ao Baptista, difamador.
Razões e boas tinha o Camacho para isso.
ma
Foi deputado à Constituinte de 1911. Militou depois no Partido Unionista de Brito Camacho. Foi senador durante a República. Deu especial atenção ao associativismo abrantino, designadamente ao Montepio Soares Mendes.
Era natural de Abrantes, de família pobre e graças ao seu esforço tinha nas vésperas da República, uma posição destacada na Companhia de Tabacos.
Biografia a desenvolver quando houver mais tempo.
Mas já agora deixemo-lo fuzilar Afonso Costa:
(...) ''No ano da graça de 1916-1917, quando o país se encontra na miséria, quando se verifica que há falta de pão, que há fome, nós verificamos este caso extravagante do Sr. Ministro das Finanças apresentar ao Parlamento um superavit, ou no dizer de S. Ex.a, visto que o termo já vai estando desacreditado, um excesso de receitas sobre as despesas!
Eu não quero proferir a frase que está no meu espírito, para não faltar ao respeito que devo à Câmara, mas isto não passa duma mistificação e dum insulto atirado à miséria pública.
Nós verificamos a miséria em que todos se debatem, estamos comendo um pão detestável, e em alguns pontos da cidade já se fez sentir a falta dele, o que originou várias colisões entre o povo e a polícia; nós vemos, pelo que respeita ao decreto da iluminação, que se tem levantado protestos por parte de todos; nós vemos que todos esses problemas que afectam a economia pública estão por solucionar por parte do Governo, e é neste' momento que o Sr. Ministro das Finanças apresenta um Orçamento, que não discuto, porque não está em discussão, apresentando um saldo positivo de 50 e tantos contos.
Sr. Presidente: eu não me quero alongar em mais considerações, pois muito mais teria a dizer, mas careço estudar detalhadamente os motivos que determinaram estes gastos com despesas de guerra.
Careço de saber detalhadamente as razões desta venda.
Não tenho dúvida que os contribuintes estão dispostos a fazer todos os sacrifícios, mas é bom considerar as circunstâncias angustiosas em que eles se encontram'' (...)
30 de Janeiro de 1917
mn
bibliografia: artigo de Diogo Oleiro
postal da época da República
caricatura via Almanaque Republicano
discurso: ortografia da época
Neste texto, Brito Camacho dizia que o dr. Ramiro Guedes era quase o mais antigo Republicano português e só não o era, porque estava vivo Jacinto Nunes. Os dois tinham sido bons e leais unionistas.....
E os dois tinham emigrado para posições mais direitistas.....
Mas enquanto ao dr. Guedes não se pode dizer que mudara alguma vez de ideário, o Jacinto Nunes, também conhecido como ''Rei de Grândola'', palavras de D.Carlos, tal era o poder do Nunes como cacique alentejano, fora Administrador do Concelho, em Abrantes, em 1869, naturalmente indicado pelo governo, por escolha dum partido monárquico.
O Dr.Nunes republicanizou-se depois e desempenhou cargos importantes e foi certamente um dos primeiros e mais ''históricos'' vultos do PRP. Mas também foi um dos primeiros a ceder à retórica nacionalista da extrema-direita, estando ligado à formação da Cruzada Nuno Álvares.
ma
na net há importante informação sobre ele, que foi um homem influente ao longo de muitas décadas...como bem dizia o dr.Brito Camacho...
Depois do Bernardino, falou o Brito Camacho
Faltava o Guedes, que também tinha de disparar retórica, antes de sair para ir pedir dinheiro ao Manuel João da Rosa para pagar a conta da festa....
Diário Ilustrado 30 de de Dezembro de 1908, ''sueltos'' atribuíveis ao correspondente abrantino, solicitador Almeida Frazão, as palavras dos dirigentes republicanos devem ter sido proferidas a 27 de Dezembro, num comício no Teatro Taborda, onde estiveram o Camacho e o Bernardino, ex-ministro regenerador.
Tratou-se de inaugurar o Centro Escolar Republicano de Abrantes, entretanto o dirigente republicano António Farinha Pereira tinha as filhas internas no Colégio do Bom Sucesso, de freiras dominicanas em Lisboa.
mn
ANTT O SÉCULO 1936
A poderosa empresária abrantina não seduziu apenas aquele que seria, nos papéis, porque na letra da lei seria outra coisa (1), o seu 2º marido Balduíno de Seabra, militar, político republicano, deputado às constituintes de 1911, adido militar em Paris com Sidónio
Candeias Silva, Zahara,. 2010
governador civil fascista do Porto, usou do sua influência pessoal, de poderosa empresária, das ligações políticas do Seabra, para que políticos influenciassem os Governos em apoio às suas pretensões. E quem sabe, usou do encanto feminino.
Temos a prova,
TÍTULO: Carta do deputado do Congresso da República José Barbosa
DATAS DE INÍCIO: 1917-07-05
DATAS DE FIM: 1917-07-05
LOCAL DE PRODUÇÃO: Lisboa
RESUMO: Carta do deputado do Congresso da República José Barbosa intercedendo por D. Clemencia Dupin (Casa Dupin), que lhe pretende falar de problemas com o seu negócio devido a proibições da 1ª Guerra..
AUTOR: José Barbosa
TRADICAO DOCUMENTAL: Original
IDIOMA/ESCRITA: Português
(texto do Arquivo do Ministério de Estrangeiros)
Quem era o Barbosa? Era um cabo-verdiano, o único dessas Ilhas que fora eleito (com o Balduíno) nas listas quase únicas de 1911. Era este
O Barbosa era importante
Na foto, ao lado esquerdo, acho que está Machado Santos e do lado direito, o segundo parece ser o latifundiário da Golegã, José Relvas
(...) diz esta excelente página genealógica da sua família. (2)
Era unionista, dos amigos de Brito Camacho, que apoiariam Sidónio, como o Balduíno.
A carta a pedir favores para Dupin & Cª é de 5-7-1917.
Já dissemos que a Casa Dupin cresceu com negócios de guerra.
Em Dezembro de 1917, os unionistas como o Barbosa, os integralistas como o Pequito Rebelo, os militares descontentes, os monárquicos liberais (contrariando ordens expressas de D.Manuel II), os anarquistas da CGT, os católicos, todos unidos, elevam Sidónio, ex-chefe da representação lusa em Berlim, junto do Reich, ao poder.
Restam perguntas: a esta legítima actividade de lobby do Barbosa, corresponderam apoios económicos da Casa Dupin ao Partido Unionista????
É uma pergunta legítima e talvez tenha sido assim, mas no estado da questão não conheço provas. Mas sei que a política está relacionada com o dinheiro das empresas. Perguntem a Jeff Bush.....
mn
(1) Foi bígama Clemência Dupin? Provavelmente.Fica para outro dia
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