Nesta entrevista, o dr. Matias Coelho, P. da Associação da Casa de Camões disserta sobre sobre os bens deixados a essa casa, pela escritora Manuela de Azevedo e pela bondosa acção da poluidora Caima para com a instituição.
Mas esquece-se duma coisa, a biblioteca que ela legou (a que se juntaram mais preciosas colecções de livros, como a camoniana Fortes) e que deixaram vergonhosamente ser destruída por infiltrações de água, como diz no Mirante, José Luz, dos órgãos sociais dessa casa.
Dos corpos sociais fazem ainda parte vários autarcas, entre eles o P. da Câmara.
As desculpas de mau pagador encenadas, soam a lérias e não satisfazem ninguém minimamente preocupado com o património cultural.
São um insulto a Manuela de Azevedo, uma vergonha total.
Como quer Constância ser a pátria de Camões, quando deixa apodrecer a bibliografia do vate ?
Ao menos que tivessem vendido os livros nos alfarrabistas, sempre teriam ido parar a quem gosta deles.
Sobre o silêncio sepulcral do PS e da CDU sobre isto, como sobre muitas outras omissões sobre o progressivo empobrecimento do património dessa terra, que temos vindo a noticiar, haveria muito a dizer.
Mas basta com isto: essa gente envergonha-nos.
ma
Não há raciocínio mais luminoso, nem mais sólida erudição que a de António José Saraiva.
Mostra que Camões se inspirou em Virgílio e ao mesmo tempo o cotejou para descrever a batalha de Aljubarrota.
''Estavam pelos muros, temerosas,
E de um alegre medo quase frio,
Rezando, mães, as irmãs, damas e esposas''
E os bravos comentadores, diziam que era nos muros do Castelo abrantino que estavam todas as senhoras do lusitano reino,
A clareza, o génio, a irreverência do meu saudoso António José, o das bicas matutinas, no '' Meu Café'', ao Jardim da Parada
António José Saraiva, Para a História da Cultura em Portugal, Gradiva, Vol I.
Agora que o Professor está entre as Musas, debatendo com o José Hermano, talvez já se possa ler a '' História da Cultura em Portugal'', que ele se recusou a reeditar por estar ''cheia de lixo jdanovista'', ou seja estalinista.
Não houve em Portugal, nos últimos cem anos, mente mais clara a interpelar e interpretar um texto literário. Uma aula de Saraiva era um festival de inteligência.
ma
João António de Lemos Pereira de Lacerda, 2.º visconde de Juromenha, foi um grande camoniano. Organizou 7 tomos das Obras Completas de Luís Vaz, precedidas de '' Um ensaio biográfico no qual se relatam alguns factos desconhecidos da sua vida''. O 1º tomo, donde se retira o extracto, saiu na Imprensa Nacional, em 1860. O 7º não chegou a ver o prelo.
Era ele quem mais sabia de Camões no século XIX e quem apurou dados biográficos essenciais do épico.
Para isso não escreveu de cór e foi aos locais.
Adepto da tese que relaciona Punhete com o lugar de exílio do autor dos Lusíadas,visitou Alvega e foi hóspede de D. João de Azevedo Coutinho.
Deixa-se a saborosa nota da visita
A gravura é do Portugal Dicionário Histórico e no link pode-se ver a biografia deste eminente estudioso das nossas letras.
devida vénia a www.arqnet.pt/
Roteiro de Camões para Constância
e o turismo de proximidade por discutir
O turismo cultural é um dos potenciais eixos do desenvolvimento económico da vila de Constância. Camões (e a sua obra) é, por conseguinte, um nome incontornável!
Nos anos 90 afluíam a Constância participantes nos fóruns camonianos promovidos pelo Centro internacional de Estudos Camonianos, presidido então pelo saudoso amigo Prof Doutor Justino Mendes de Almeida. As iniciativas eram da presidente da Associação da Casa Memória de Camões, a saudosa jornalista e escritora Manuela de Azevedo. À vila ocorriam ciclicamente dezenas de formandos por uma semana.
Não é de hoje que defendo a institucionalização formal do Centro internacional de Estudos Camonianos . O segundo passo deverá ser a criação do roteiro internacional de Camões. Em todas as áreas que requeiram uma organização devem estar presentes os conceitos. O mundo actual já não funciona só com «boas vontades» nem anda ao sabor de iniciativas filantrópicas dispersas que só funcionam porque existe um amigo influente numa determinada área do Estado. Herdámos essa cultura do salazarismo e mantêmo-la, não raro. É o telefonema para o «amigo» ou «amiga» é a cunha. O português funciona com «cunhas».
O turismo tem sido classificado pela organização mundial do trabalho como uma actividade em que existe um deslocamento superior a 24 horas, não motivado por questões laborais. Para o caso de Constância a visão que proponho deverá
É impossível e inviável ser compreendido se expusermos muitas ideias e conceitos de uma só vez. Daí ter seleccionado o roteiro de Camões. Nesta fase inicial de debate de ideias não posso ir mais além. Vou passar aos objectivos gerais que preconizei como essenciais para a criação do roteiro:
- criação de equipas de investigação, a partir de instituições existentes, repartidas por linhas de acção, da responsabilidade de académicos qualificados. Uma dessas linhas deverá passar pela edição crítica de textos camonianos em particular da lírica de Camões que os camonistas reputam para a nossa região. Continuando-se desta feita o trabalho do anterior CIEC.
- A constituição do centro internacional de estudos camonianos em «meeting place», forum permanente, para todos os académicos, formandos que tenham como objectivo o estudo da obra camoniana e da presença contínua do poeta na cultura lusófona. Nem toda a gente passa as férias de barriga para o ar a apanhar sol e a comer e a beber.
- A difusão/divulgação das iniciativas do trabalho do futuro CIEC juntos dos mercados de público-alvo.
- O apoio protocolado da missão da Associação da Casa Memória de Camões de zelar pelo aprofundamento da relação de Camões com Constância e a região em particular. Uma parceria com o município de Constância, a Associação da Casa Memória de Camões em Constância, os municípios de Vila Nova da Barquinha e de Pedrogão Grande (atenta a relação do poeta com esta última localidade) e com a Universidade de Macau por forma à criaçáo de um «cluster» organizativo. Vivemos numa aldeia global. Investimos hoje para colher frutos amanhã. Não podemos adiar mais o futuro. Temos de nos organizar em rede.
Quem pretende gerir os destinos de um concelho só pode projectar de forma organizada e mediante conceitos. Mas tem de ter ideias e opções que respeitem o património material e imaterial. Ter projectos válidos não é ter um monte de listas e uns textos com generalidades que se podem copiar da internet ou do programa anterior feito pelas comissões políticas. Também defendo que não podemos, de quatro em quatro anos, andar a saltar de lista em lista. E nada discutir profundamente. Só se vive uma vez. Não há muitas oportunidades para recuperar atrasos de monta.
Há um obstáculo sério à realização de qualquer projecto que vise o desenvolvimento do turismo de proximidade. As questões ideológicas. São fatais quando têm na génese a ortodoxia. Posições moderadas, mais democráticas terão de partir sempre da sociedade organizada e de maior abertura.
Post scriptum – Em vez de investir no provimento de dois juristas o município de Constância deveria apostar no provimento de técnicos superiores de turismo, continuando a apostar na figura da avença com um advogado de prestígio e carreira firmada. Sendo uma polémica que está a agitar o debate não político local não quero pronunciar-me sobre a inserção de um jurista recentemente provido em lista camarária elegível. Uma coisa eu sei: o desenvolvimento de Constância não passa pela criação de um pelotão de novéis juristas. A não ser que haja insegurança em tudo o que se faz. Não vou por aí. Não discuto pessoas mas sim ideias e acções.
José Luz (Constância)
No Malomil, o Sr. António Cirurgião evoca Mário Soares e a cena em que a escritora Manuela de Azevedo lhe pediu ma$$as para a Casa de Camões, em Constância :
'' Quando a principal fundadora da Associação, Dona Manuela de Azevedo, aproveitou do seu brinde para pedir ao Presidente da República apoio financeiro para levar a bom termo a reconstrução da Casa-Memória de Camões em Constância, Mário Soares, batendo levemente no ombro de Carlos Melancia, governador de Macau, sentado a seu lado, respondeu prazenteiramente, mais ou menos nestes termos, à digna senhora: - Dinheiro? Precisa de dinheiro? Ó minha senhora, peça-o aqui ao meu amigo Melancia, que ele é Governador de Macau e é muito rico''
no Malomil, com a devida vénia
ma
Com o maior gosto e a devida vénia reproduz-se este post sobre a quinta da Omnia, hoja ao que nos dizem propriedade da pintora Catarina Castel-Branco e da encenadora de teatro Ana Castel-Branco, filhas do Prof. Duarte Castel-Branco.
a redacção
talvez se volte ao assunto
"Luís de Camões"
Tinha uma flauta....
Não tinha mais nada mas tinha uma flauta
Tinha um órgão no sangue uma fonte de música
Tinha uma flauta.
Os outros armavam-se mas ele não:
Tinha uma flauta.
Os outros jogavam perdiam ganhavam
Tinham Madrid e tinham Lisboa
Tinham escravos na índia mas ele não:
Tinha uma flauta.
Tinham navios tinham soldados
Tinham palácios e tinham forcas
Tinham igrejas e tribunais
Mas ele não:
Tinha uma flauta.
Só ele Príncipe.
Dormiam rainhas na cama do rei
Princesas esperavam no Belvedere
Ele tinha uma escrava que morreu no mar.
Morreram escravas as rainhas
Morreram escravas as princesas
Nenhuma teve o seu rei
Para nenhum chegou o Príncipe.
Por isso a única rainha
Foi aquela escrava que morreu no mar:
Só ela teve
O que tinha uma flauta.
Morreram os reis que tinham impérios
Morreram os príncipes que tinham castelos
Mas ele não:
Tinha uma flauta.
De fora vieram reis
Vieram armas de fora
Os príncipes entregaram armas
Ficou sem armas o povo.
As armas de fora venceram
Todas as armas de dentro.
Só não venceram o que não tinha armas:
Tinha uma flauta.
E as vozes de fora mandaram
Calar as vozes de dentro.
Só não puderam calar aquela flauta.
Vieram juízes e cadeias.
Mas a flauta cantava.
Passaram por todas as fronteiras.
Só não puderam passar
Pela fronteira
Daquela flauta.
E quando tudo se perdeu
Ficou a arma do que não tinha armas:
Tinha uma flauta.
Ficou uma flauta que cantava.
E era uma Pátria.
Manuel Alegre
ao contrário do que diz, épico, o Manuel, a tradição narra que Luís Vaz tinha um javanês escravizado. Chamava-se Jau e pedia esmola para sustentar o poeta épico. A partir dos 50 devido à falta de testerona os poetas líricos passam a épicos ou a directores de um centro médico, mesmo que estejam reformados e crivados de dívidas.
Luís Vaz pôs o amarelo a render, o poeta reformado meteu o cartão partidário (só solicitado depois de 25 de Novembro de 1975, não fossem os bolcheviques cortarem-lhe as rimas) a render....
viveu em tanta pobreza, que se não tivera um jau,
chamado António, que da Índia trouxe, que de noite pedia
esmola para o ajudar a sustentar, não pudera aturar a vida.
Como se viu, tanto que o jau morreu, não durará ele muitos
meses.
Pedro de Mariz
Está visto que a tença não dava para dois.
mn
A retrete municipal de Constância à beira rio fica virada para Luís de Camões.
É um acto notabilíssimo do Presidente e Camarada de Constância que demonstra a sensibilidade da autarquia para o Património, para a Estética, a Paisagem e para Luís de Camões.
O Mirante
Suponho que o Presidente dadas as suas inclinações política terá ido a Moscovo visitar a múmia de Lenine que Putin quer deitar para o lixo, quem sabe para arranjar lugar para meter lá a sua no dia funesto que um nacionalista Tchecheno o crive de metralha em paga por ter arrasado a ferro e fogo Grozny.
Há uma retrete monumental em frente disto
????
Também pode acontecer que o Presidente seja católico progressista e devoto mariano. Em Fátima há uma retrete monumental em frente da Capelinha das Aparições????
Mas Luís Vaz, poeta sem dono nem amo, nem sequer em estátua, porque a escultura parece que não tem proprietário (maravilhas da administração máxima, ò homem, ainda o verei a fazer uma escritura de justificação notarial a dizer que a estátua é do PCP), merece um bunker em frente para que os apertados da tripa possam aliviar-se.
Recorro ao Abade de Jazente, clérigo procaz e de rima fácil, que escreveu isto que outros dizem ser da pena de Manuel Maria Barbosa du Bocage, igualmente pródigo em destemperos:
Soneto da Dama Cagando |
Cagando estava a dama mais formosa,
E nunca se viu cu de tanta alvura;
Porém o ver cagar a formosura
Mete nojo à vontade mais gulosa!
Ela a massa expulsou fedentinosa
Com algum custo, porque estava dura;
Uma carta d'amores de alimpadura
Serviu àquela parte malcheirosa:
Ora mandem à moça mais bonita
Um escrito d'amor que lisonjeiro
Afetos move, corações incita:
Para o ir ver servir de reposteiro
À porta, onde o fedor, e a trampa habita,
Do sombrio palácio do alcatreiro!
É o que me ocorre, Excelência Autárquica face à obra que a CMC encomendou ao genro do cavaquista jubilado António Mendes, segundo o Mirante.
Numa terra onde a paisagem foi cuidada por Gonçalo Ribeiro Telles, há agora o genro do ex-cacique cavaquista para dar cabo dela.
Rogo a V.Exa que convide o algarvio para cortar a fita da retrete.
E depois dar um abraço ao Mendes.
Estão bem um para outro.
Marcello de Noronha
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