Crónica de maldizer – Barbaridades
Alguns autarcas divertem-se a cometer barbaridades com o produto dos impostos que pagamos. E será de questionar se, na crise que atravessamos, o jardim do Cruzeiro era uma prioridade.
Não se acredita, mas é verdade. Toda a gente sabe que as árvores são factores fundamentais de saúde: clorofila, oxigénio, sombras, etc. Os botânicos dizem-no e os médicos repetem-no há mais de cem anos, mas alguns autarcas portugueses ou são surdos ou analfabetos ou uns brutamontes (ou as três coisas ao mesmo tempo), porque atacam e destroem as árvores – por nunca terem ouvido nem lido nada sobre o dever de preservarem as árvores.
Não se acredita, mas é verdade.
O Pego é das mais populosas e interessantes freguesias do município de Abrantes. E junto da E.N. 118, que atravessa o Pego de ponta a ponta ou de cabo a rabo ou de fio a pavio, existe o Largo do Cruzeiro – que tinha três renques de sadios e vigorosos plátanos com condições para serem grandes árvores, condições sistematicamente contrariadas pela Câmara Municipal ou pela Junta de Freguesia, que periodicamente podavam barbaramente esses plátanos, torturando os desgraçados para lhes darem a forma de vassouras, para desespero dos que amam as árvores e sabem que as podas são para as árvores de fruto, que não para as árvores ornamentais – que devem deixar-se crescer, viver e morrer livremente, como seres vivos que são, só se podando ou cortando por imperativos sanitários.
Há anos escrevi sobre isso neste jornal. Os plátanos do Pego não ganharam nada com isso: os podadores continuaram a atacar os pobres dos plátanos – que são seres vivos mas não podem fugir dos autarcas que os maltratam nem dos podadores que cumprem as ordens daqueles matracas, perdão, autarcas.
Pois à fé de quem sou lhes digo, assevero e garanto (e juro até e sem fazer figas) que as torturas dos plátanos do Pego acabaram, porque os autarcas do Pego autorizados pelos da Câmara de Abrantes ou os da Câmara de Abrantes com o consentimento dos do Pego cortaram cerce, rentes, rasos os plátanos do Largo do Cruzeiro, para lá fazerem um jardim. Que certamente terá bancos onde ninguém se sentará no Verão por carência de sombras e um lago catita, cuja água, como se costume, ficará porca ao fim de 15 dias, com um repuxo que deixará de repuxar meses depois da inauguração oficial, solene, do jardim. Que com certeza terá árvores. Provavelmente tão raquíticas ou tão esbeltas como as que puseram nos estacionamentos do Hospital e do Tribunal – que nunca deram nem darão sombras capazes.
Alguns autarcas divertem-se a cometer barbaridades com o produto dos impostos que pagamos. E será de questionar se, na crise que atravessamos, o jardim do Cruzeiro era uma prioridade.
Bárbaros!
No Ribatejo, com a devida vénia
Esqueceu-se o Sr.Dr. Eurico Consciência de dedicar esta crónica de mal-dizer ao Sr.Dr. Gomes Mor, seu camarada na fundação do PS de Abrantes.
Bem, só vimos dizer isto por um mero sentido de justiça no desejo de que esse grande servidor da Justiça que é o Dr.Eurico repare este esquecimento involuntário.
Suzy
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