O Senhor Capitão R.Vicente além de ter identificado que os ''Mourões'' eram restos duma ponte militar do século XIX, antes que o alentejano Salgueiro Maia, deixou-nos relevante obra da sua especialidade.
Um agente da PJ Militar se usasse este livro, teria os rudimentos necessários para interrogar qualquer rústico capitão ou tenente-coronel em caso de crime militar e não só.
Por exemplo se um tenente-coronel tivesse tido a cobardia de não se responsabilizar por um bebé nascido de amores adúlteros, porque a mulher lhe podia bater.
Devia segundo a ética militar responsabilizar-se pela criança e no caso dalguma histérica lhe partir a cara, apresentar queixa-crime por maus tratos domésticos no Tribunal da Comarca.
Isso é o que se deduz da leitura desta obra deste grande abrantino.
ma
Sr. Vasco Bastos teve a bondade de transcrever este post referente ao seu Tio Capitão Rodrigues Vicente, personalidade importante na vida abrantina na década de 60, importante bairrista, como dirigente da Liga dos Amigos de Abrantes, e colaborador assíduo da imprensa regionalista.
O post foi publicado no facebook do Grupo Rossio, bem como a foto com esta legenda:
CAPITÃO ANASTÁCIO RODRIGUES VICENTE E ESPOSA SRª Dª JUSTINA FERREIRA VICENTE
'' Aquele "Pingalim" tantas vezes o Ouvi trabalhar.Era o terror dos ciganos que teimavam em acampar debaixo da ponte...''
Sobre Rodrigues Vicente publicaram-se aqui alguns posts:
O Senhor Capitão Rodrigues Vicente
O Senhor Capitão Rodrigues Vicente e a ponte militar do Rossio (Mourões)
Capitão Rodrigues Vicente e os Mourões
Voltarei a salientar a prioridade de Rodrigues Vicente sobre Salgueiro Maia na identificação dos Mourões como ponte militar (provavelmente já outro autor o teria feito antes dele...) e que o que conta Candeias Silva neste texto, está errado...
Não culpo Salgueiro Maia de nada, porque ele nunca publicou nada sobre os Mourões. A culpa será de outro.
Como estou a mexer em jornais velhos não posso deixar de recordar que a Liga dos Amigos de Abrantes, onde Rodrigues Vicente tanto trabalhou foi despejada por ordem de Nelson Carvalho em 2002.
Em vergonhosas circunstâncias descritas no Jornal Primeira Linha de 14-11-2002.
Neste blogue faltava a fotografia do grande abrantino que foi o Capitão Anastácio Rodrigues Vicente. Agora já não falta.
Graças ao Vasco Bastos. Obrigado amigo.
vs
Dum neto deste destacado abrantino, carola da Liga dos Amigos de Abrantes, com sede no nº 19 da Praça Raimundo Soares, depois despejada em circunstâncias que veremos e cujo espólio alguns amigos procuram encontrar, recebemos este simpático e-mail:
Boa Noite. A net tem destas coisas, Viajando pelas suas páginas lembrei-me de escrever o nome do meu avô e caí no vosso blog, com grande surpresa. reconheci o livro do avô, revivi os tempos da "Liga de Amigos", do seu jornal, do tempo em que, já na reserva, tinha uma pequena agência em que tratava de assuntos burocráticos como cartas de condução ( uma espécie de solicitador) no Rossio ao Sul do Tejo. Dele recordo as férias aí passadas, a minha Madrinha Maria Justina, o seu funeral e a sua espada de oficial e pengalim que são a minha única herança.
O Capitão que refere era meu tio por afinidade e o nome próprio era Anastácio.Foi Comandante da GNR em Abrantes e Santarém.Tem obras de cariz militar editadas e tive oportunidade de passear com ele várias vezes junto aos Mourões(eu morava no Rossio).E foi ele que me explicou o que era aquele, para mim, amontoado de rochas, meu passatempo e prancha de saltos durante o Verão, ponto de partida para a "corrida ao pato" e outras aventuras:- Sim! uma antiga ponte militar.Confesso que tenho saudades...
Caro Sr. Vasco Bastos
Desculpe só agora editar o seu comentário. Obrigado por nos esclarecer que o Sr.Capitão Rodrigues Vicente se chamava Anastácio. E que foi ele o autor de várias obras de bibliografia militar como aquela que aqui referenciámos.
Voltaram os plumitivos da História oficial a declarar que tinha sido o Salgueiro Maia que descobrira que os Mourões eram uma ponte militar, apesar de aqui se ter apontado que fora o antigo Presidente da Liga dos Amigos de Abrantes a escrevê-lo antes num jornal local. Um dia destes quando tiver tempo vou digitalizar o artigo todo, sobre a História do Rossio ao Sul do Tejo da autoria do seu Tio e colocá-lo aqui.
Porque houve gente, incluindo algum historiador local que antes do Salgueiro Maia lhes mostrar um mapa que sustentava que aquilo era uma ponte romana. Não tenho à mão o texto do historiador. Mas tenho um documento oficial que diz isso
Cabe pois ao seu Tio, a prioridade entre outros serviços à cidade, como dirigente regionalista e publicista estimulante, ter ajudado a desfazer um mito, que alguns senhores/as ainda querem manter. Se não bastava com um testemunho escrito em letra impressa, temos agora o seu testemunho.
1967- Mourões com esta legenda oficial da ex-Direcção Geral dos Monumentos Nacionais: ''Cais em Abrantes. Vista Geral do Sul.''
E cabe ao seu Tio a melhor síntese histórica sobre o Rossio ao Sul do Tejo que é o artigo que citámos e publicaremos. Como cabe a outros terem o espólio da Liga dos Amigos de Abrantes em parte incerta. Coisa que constitui um atentado ao património desta cidade.
Face a isto, só me resta agradecer-lhe e desejar-lhe Boas Festas e dar aos nossos leitores outra prenda de Natal, isto:
Legenda do arquivo da DGMN : Cais em Abrantes. Vestígio de rampa de acesso. 1967
As duas fotos são segundo a DGMN de Analide Óscar.
M. N
Créditos: Arquivo da DGMN
A versão oficiosa da História de Abrantes que encontra no Candeias Silva o seu pontífice e no Martinho Gaspar o seu sacristão, tem vindo a sustentar que a descoberta oficial da origem militar dos Mourões como ponte novecentista se deve ao Oficial de Cavalaria e revolucionário de Abril, Salgueiro Maia.
O Salgueiro Maia depois de ser colocado na prateleira pelo Eanes dedicou-se a coisas de Património, tirou um curso superior que lhe permitiu complementar a sua formação académica e tinha um certo gosto por coisas de História.
A ele devemos a criação em Santarém do Museu de Cavalaria da EPC, hoje em Abrantes.
É uma coisa que se deve agradecer.
Mas a História deve ser verdadeira e não dar a Salgueiro Maia, o que pertence a outro militar.
O Rossio e os Mourões nos inícios do século XX
Reproduz-se de seguida excerto dum artigo, num jornal local, em época relativamente anterior à comunicação do achado de Salgueiro Maia aos abrantinos (feito numa sessão cultural celebrada em Abrantes, da responsabilidade da ADEPRA-Associação de Defesa do Património da Região de Abrantes, nos finais da década de setenta ,salvo erro). O artigo é da responsabilidade do Sr.Capitão Rodrigues Vicente, já falecido, que entre outras actividades bairristas foi dirigente da Liga dos Amigos de Abrantes e responsável pela publicação do Boletim da Liga.
A Liga teve a última sede na Rua Grande e terminou de forma selvagem às mãos da edilidade presidida por Nelson Carvalho, coisa que será aqui abordada quando houver pachorra.
Vão-me responder que Salgueiro Maia exibiu uma mapa e mais papéis relativos à ponte que estavam num arquivo histórico militar.
Não contesto.
(Mourões por volta de 1968)
Porque é que não convidaram o capitão abrantino e tiveram de ir a Santarém desencantar o golpista de Abril ( e se calhar de Março...) ?
Rodrigues Vicente para escrever o que escreveu, certamente teria ido aos arquivos militares ou outros e se calhar tinha os dados em casa.
Mas era mais fino (para a prosaica mente provinciana dos organizadores) trazer um ''especialista'' de fora para deslumbrar os abrantinos....
O mesmo raciocínio político da tropa que manda na autarquia (que são os mesmos, ou aparentados ) que está sempre disposta a deslumbrar-se perante qualquer investidor ''misterioso'' que por aqui desembarca e a dar-lhe crédito e terrenos.
O Maia não pode ser comparado a esses ''mecenas'', mas veio repetir parcialmente o que já tinha dito Rodrigues Vicente. E provavelmente outro antes dele.
(Mourões depois da classificação como Imóvel de Interesse Público-1971- foto) IGESPAR
Resta uma formalidade burocrática. Dizer qual é o Jornal e a data de publicação. Mas vamos aguardar. Deixemos a tropa dos caça-subsídios ter o trabalho de passar umas horas na António Botto, a folhear colecções de jornais antigos.
Assim aprendem coisas.
Aos nossos amigos que queiram saber a data e o jornal perguntem para porabrantes@hotmail.com que teremos o melhor gosto em responder.
Marcello de Noronha, da Tubucci
NOTA-O Capitão Vicente sustenta no texto que a ponte militar foi erguida sobre os ''alicerces '' duma ponte romana e quer ver ainda ali restos romanos. Coisa duvidosa. Mas susceptível de discussão. Perto foram encontrados restos arqueológicos romanos pelo Álvaro Baptista no âmbito das suas ''curiosas'' actividades arqueológicas.
Mas a investigação arqueológica já quase não pode ser feita para comprovar isso, porque o Júlio Bento mandou fazer obras do Aquapólis na área de protecção do IGESPAR sem liçença do dito.E puseram máquinas pesadas a remexer a àrea. Resultado: adeus calhaus romanos ( se os houvesse...)
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)