Vamos pedir a urgente classificação deste imóvel abrantino, dentro do centro histórico, por ser de grande valor estético, histórico e cultural. Veremos qual a resposta da CMA? escrevia a Tubucci no facebook a 18-10-2012
Dito e feito a Tubucci -Associação de Defesa do Património da Região de Abrantes requereu por ofício à CMA a 25-10-2012 a classificação desta casa, sita na Praça Barão da Batalha, mas também com fachada para o Jardim da Praça da República.
A casa que se encontra à venda, é propriedade dos herdeiros do Sr. Fernando Farinha Pereira.
(A BARCA)
O Dr. Paulo Falcão Tavares* explica-nos aqui o valor patrimonial deste imóvel:
O valor estético e simbolismo da arte dos esgrafitos em Abrantes
Este pequeníssimo texto pretende sensibilizar todos os intervenientes e o público em geral para o valor e para a situação de risco deste património, enfatizando a necessidade de salvaguardar a sua autenticidade material. Um dos resultados que mais se destacou durante a pesquisa por nós desenvolvida sobre os esgrafitos em Abrantes foi o facto de que a maioria dos esgrafitos inventariados terem sido sujeitos a tantas acções de pintura que, hoje, já não é perceptível o seu aspecto, os seus cromatismos e/ou as suas texturas originais. Sendo o esgrafito uma técnica decorativa com reboco à vista, há valores da matéria que não podem ser descurados, tais como a textura ou a cor das argamassas, pois são intrínsecos à natureza deste revestimento mural. Mesmo quando a actual cultura da conservação e restauro assume como condição sine qua non a conservação da matéria enquanto testemunho cultural, verifica-se frequentemente que, no caso do esgrafito, a intervenção é feita utilizando critérios da construção civil e não de conservação. Infelizmente, continua-se a constatar um desconhecimento sobre como intervir nos esgrafitos, resultando em intervenções ditas de “conservação” ou “recuperação” inadequadas, como, por exemplo, a aplicação de camadas de pintura sobre estas decorações, causando perda dos testemunhos e valores dos edifícios históricos. Em Abrantes temos a aplicação desta técnica, muito usada no Alentejo, e apresenta-se o panorama dos esgrafitos em monumentos religiosos, como o caso de Santa Maria do Castelo (exterior), ou num cunhal do Paço de Abrançalha (exterior), ou ainda no imóvel residencial civil, nº10-11 da Praça Barão da Batalha, um trabalho do melhor que conheço, mostrando exuberantemente 1 cruz enorme circundada por desenhos geométricos redondos com simbologia usada em quinhentos, ilustrando neste caso a cor, a textura e a superfície dos esgrafito que não foi alterada, pelo menos no 2º andar. Este exemplar único na cidade histórica? De Abrantes deveria sensibilizar o público e a Câmara para esta técnica de elevado grau artístico. Urge classificar este edifício numa praça tão descaracterizada. Perder mais esta memória abrantina, da conhecida Casa da Cruz dos Pasteleiros, seria negar às gerações vindouras a sua identidade.
Este património é nosso, e cuidar do que é nosso é mais urgente do que tratar o que não nos identifica enquanto Povo.
Temos esgrafitos simples, noutros edifícios civis dos finais do seculo XIX e inícios do XX, mas de importância inferior, no Rossio ao Sul do Tejo e em Alferrarede.
Paulo Falcão Tavares,
Mestre em Gestão do Património Cultural e Artístico
Dia de S. Frutuoso, 19 de Outubro de 2012
* PFT é Presidente da Tubucci
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