O Senhor Coronel Alfredo Balduíno de Seabra, deputado às Constituintes (1911), adido militar em Paris, oficial sidonista, comandante do RI2 ( duas vezes 1929 e 1931-34), conhecido na juventude como Napoleão (1), neto do Barão de Mogofores.
O que me estranha é que sendo oficial de Artilharia, tenha comandado 2 vezes a Infantaria abrantina, certamente por razões políticas devido ao 28 de Maio.
O Barão
Governador civil fascista de Braga (1930), casado e depois viúvo e herdeiro da milionária e política abrantina, Clemência Dupin, dono da Quinta das Amendoeiras, no Rocio de Abrantes, onde faleceu, em 1939.
Também era da família ilustre do Visconde de Seabra, o autor do célebre Código Civil.
(1) Luís Alves da Cunha, Homens de Mogofores, Vol. X, pp. 168-198
Escreve assim o Prof Doutor Meneses Cordeiro, num brilhante estudo,
''O Divórcio e o Casamento na 1º República''
Quem conseguiu o lugar em Abrantes?
Quem mandava em Santarém?
O Tio dele, Ramiro Guedes...., Governador Civil
a leitura está feita, Oleiro era um radical republicano em 1911.....
Tudo isto aparece por acaso e ainda falta ver qual foi a alteração feita à pressa à Lei do Divórcio de 1910 para que a excelentíssima Senhora D.Clemência Dupin se pudesse divorciar ......
O que foi mudado foi o art 7º :
''7º A loucura incurável quando decorridos, pelo menos, três anos sobre a sua verificação por sentença passada em julgado, nos termos dos artigos 419º e seguintes do Código do Processo Civil; (redacção de Diário do Governo, nº26, 4/11/1910)''
A hagiografia local sustenta que a abrantina e milionária D.Clemência Dupin (pelo 2º casamento ''de Seabra'') foi muito progressista por ter sido uma das primeiras mulheres a divorciar-se ao abrigo da legislação criada por Afonso Costa.
Faltava dizer alguma coisa?
Não porque já tinha sido dita.....
Edição do autor. Lisboa. 1935
O Advogado da D.Clemência, que do afonsismo evoluiu, até chegar à extrema-direita sidonista
O livro do Alberto Guimarães é uma resposta à obra de A.Costa, ''A verdade sobre Salazar'', tratando-se pois de obra polémica a denegrir o caudilho republicano, tendo de ser lida nesse contexto.
ma
imagem de Cunha e Costa: Centenário da República
ver ainda : A D.Clemência e o Tio Abel das Vacas
Têm-nos vendido a história do republicanismo indómito da industrial de madeiras D.Clemência Dupin de Seabra e já mostramos o ardente apego da Casa Dupin ao fascismo espanhol durante a ''Cruzada'', palavra inventada pelo Bispo de Salamanca, Pla y Daniel, para cristianizar o levantamento militar de 18 de Julho de 1936.
Em 1928, D.Clemência ofereceu uma grandiosa recepção no seu palacete das Barreiras do Tejo ao Ministro da Guerra, que visitava Abrantes. Era uma prova da sua adesão ao 28 de Maio.
Da visita de Passos e Sousa anote-se que era Presidente o Manuel da Fonseca (casado então, depois haveria de se divorciar,com D. Beatriz Caldeira Soares Mendes ) e o empolgado discurso de Solano de Abreu, com Vivas ao 28 de Maio (de que mais tarde se arrependeria) e o seu elogio a Sidónio Pais.
Se bem me lembro foi durante o consulado de Sidónio que Solano....
tomara conta da Santa Casa, com Diogo Oleiro como ''ajudante''.
Já agora o Passos e Sousa também merece foto
Recomendamos a leitura atenta do recorte do ''Mensageiro'' da Ponte de Sor, para terem uma ideia do que era o ambiente abrantino depois do 28 de Maio.
Delicioso..... os Bombeiros serem comandados pelo sr. Espiga.
mn
já se disse aqui que Solano era um liberal, mas convém recordar que o apoio inicial ao 28 de Maio foi quase transversal. Apoiaram quase todos os que eram hostis ao P.Democrático de Afonso Costa.
Solano, monárquico de esquerdas, ficou monárquico liberal toda a vida. O Carlos Rates que era sindicalista revolucionário, passou a comunista e terminou Procurador à Câmara corporativa do fascismo.
Entretanto os seus camaradas apodreciam no Tarrafal e o homem fazia pareceres para o Prof. Salazar ao lado da milionária Clemência Dupin
Clemência quando acamaradava com os trabalhadores e defendia o anarquista Ferrer, executado por um governo espanhol. Certamente injustamente.
Entre liberais e exaltados, é sempre preferível aqueles que desconfiam de Messias.
ma
livro: Fina d' Armada: Republicanas Portuguesas (extracto)
Pk-año-estación-referencia
183,250-1917-Jabalón-apartadero
212,000-1894-Puertollano-Via Loring, mina “La Mejor de Todas”
-1915-Puertollano-Mina Valdepeñas –Conde de Valmaseda
222,040-1899-Puertollano-SMMP
-1922-Cruce-Minas de Almaden y Arrayanes
341,825-1913-El Quintillo-Entre Almorchón y Castuera
341,828-1913-El Quintillo-Apartadero
315,990-1920-Las Cabras-Apartadero
-1929-Badajoz-CAMPSA
-1930-Badajoz-Savador Sáez Regues
-1908-Badajoz-Vda. De Dupin
-1922-La Mina-Apartadero
-1925-Ciudad Real-Conrado López (gasolinas)
-1909-Villanueva de la Serena-Carbones Serafín Moreno y F. Velásquez
-1909-Villanueva de la Serena-Fosfatos, Felipe Ramos
-1909-Villanueva de la Serena-Fábrica de Jabones José Gallardo Rodríguez
-1921-Villanueva de La Serena-Miguel Gallardo
-1882-La Granja de Alangue-Apartadero
-1900-Veredes-Brazatortas-Cia Minero Metalúrgica del Horcajo
177,000-1916-Poblete-Entre Ciudad Real y La Cañada
-1907-La Cañada-Jose Ayala
237,081-1918-Veredas-Entre Veredas y Caracollera
223,080-1917-Retamar-Entre Puertollano y Veredas
-1910-Puertollano-Fundición La Paz
278,945-1903-Alamillo (Castilseras)-Entre almendralejo y Chillon
-1913-La Zarza-Apartadero de la Zarza de Alange
219,000-1908-La Concepción-Apartadero
179,000-1916-El Pardillo (Poblete)-Entre Ciudad Real y La Cañada
257,080-1901-Madroñal Apartadero
-- Castuera-SMMP La Gamonita- Lafitte y Cía
-192-Castuera-Manuel Calero
411,763-1900-La China-Apartadero
488,798-1939-Mérida-Felipe Corchero
-1924-Mérida-Sdad. Petrolífera Española
284,000-1881-Mérida-Juan Antonio Vivo
-1926-Mérida-S.A. El León
-1920-Montijo-Sdad. Electro Harinera de Montijo
-1931-Caracuel-Apartadero
221,492-1939-Toril-Apartadero
-1887-Los Hervideros del Emperador-Apartadero
217,000-1916-La Nava de Puertollano-Mina La Pepita
-1913-Miro-Entre Hernan Muñoz y Argamasilla de Calatrava.
O comboio devia parar na Casa Dupin ou melhor na Vda. De Dupin
que era a tramagalense D.Jacinta Cordeiro (Dupin pelo marido)
Que eu saiba foi a única abrantina que teve uma estação no estrangeiro.
mn
ANTT O SÉCULO 1936
A poderosa empresária abrantina não seduziu apenas aquele que seria, nos papéis, porque na letra da lei seria outra coisa (1), o seu 2º marido Balduíno de Seabra, militar, político republicano, deputado às constituintes de 1911, adido militar em Paris com Sidónio
Candeias Silva, Zahara,. 2010
governador civil fascista do Porto, usou do sua influência pessoal, de poderosa empresária, das ligações políticas do Seabra, para que políticos influenciassem os Governos em apoio às suas pretensões. E quem sabe, usou do encanto feminino.
Temos a prova,
TÍTULO: Carta do deputado do Congresso da República José Barbosa
DATAS DE INÍCIO: 1917-07-05
DATAS DE FIM: 1917-07-05
LOCAL DE PRODUÇÃO: Lisboa
RESUMO: Carta do deputado do Congresso da República José Barbosa intercedendo por D. Clemencia Dupin (Casa Dupin), que lhe pretende falar de problemas com o seu negócio devido a proibições da 1ª Guerra..
AUTOR: José Barbosa
TRADICAO DOCUMENTAL: Original
IDIOMA/ESCRITA: Português
(texto do Arquivo do Ministério de Estrangeiros)
Quem era o Barbosa? Era um cabo-verdiano, o único dessas Ilhas que fora eleito (com o Balduíno) nas listas quase únicas de 1911. Era este
O Barbosa era importante
Na foto, ao lado esquerdo, acho que está Machado Santos e do lado direito, o segundo parece ser o latifundiário da Golegã, José Relvas
(...) diz esta excelente página genealógica da sua família. (2)
Era unionista, dos amigos de Brito Camacho, que apoiariam Sidónio, como o Balduíno.
A carta a pedir favores para Dupin & Cª é de 5-7-1917.
Já dissemos que a Casa Dupin cresceu com negócios de guerra.
Em Dezembro de 1917, os unionistas como o Barbosa, os integralistas como o Pequito Rebelo, os militares descontentes, os monárquicos liberais (contrariando ordens expressas de D.Manuel II), os anarquistas da CGT, os católicos, todos unidos, elevam Sidónio, ex-chefe da representação lusa em Berlim, junto do Reich, ao poder.
Restam perguntas: a esta legítima actividade de lobby do Barbosa, corresponderam apoios económicos da Casa Dupin ao Partido Unionista????
É uma pergunta legítima e talvez tenha sido assim, mas no estado da questão não conheço provas. Mas sei que a política está relacionada com o dinheiro das empresas. Perguntem a Jeff Bush.....
mn
(1) Foi bígama Clemência Dupin? Provavelmente.Fica para outro dia
Clemência Dupin morreu em Abril de 1936, procuradora salazarista à C.Corporativa.
Os militares espanhóis revoltaram-se em 18 de Julho de 1936, comandados pelo General Sanjurjo, que estava exilado no Estoril e aí morreu num desastre de aviação, quando partia para comandar as tropas sublevadas.
Já tínhamos visto ser fuzilado em Valência por clerical o gerente da D.Clemência. Badajoz ficou em mãos republicanas, mas rapidamente a resistência foi jugulada pelo Coronel Yague, autor duma repressão implacável, denunciada em primeira mão pelo enviado do Diário de Lisboa, que foi Mário Neves (que seria o 1º Embaixador de Portugal na URSS).
Mas que sucedeu às afamadas indústrias Dupin?
Pelo anúncio de 1940, estavam a trabalhar ao serviço do exército de Francisco Franco
mn
A Companhia Internacional de Madeiras era outra empresa da família Dupin-Seabra
Conheço um idiota em Abrantes, que acha que tem no cofre um Velázquez. Já houve uma abrantina, milionária, que comprou esta espécie de Velázquez em Badajoz
Era um ''Velazquez'' ou seria um ''Murillo''?
Também podia ser.
Onde é que anda o quadro? Vi-o outro dia. A D.Clemência Dupin
mandou estudar a tela que comprara antes de mandar fazer qualquer Museu com uma torre de 40 metros de altura para meter a obra-prima.
Ao contrário do que fez Isilda Jana que subscreveu um texto na Zahara atribuível (diz ela, porque a Isilda só tem uma fotocópia não assinada) a um infeliz Baltazar, onde se diz que Dominique Dupin, o francês que se radicou em Abrantes e montou o grupo familiar, que D.Clemência aumentaria, era um ''alcóolico incorrigível'' (sic),
Voltarei ao assunto.
Podem ler aqui o artigo de um misterioso X, que relata a história atribulada do quadro espanhol da herdeira Dupin.
mn
créditos: O Século/ANTT (extracto)
Centro de Estudios Extremeños (quadro)
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)