Foi D.Gastão Coutinho, Conde da Taipa, Morgado de Punhete, fino humorista, dizia Oliveira Martins, que inventou várias palavras:
''Canalhocrata'' para chamar a Saldanha.....
Depois disso, parafraseando o de Punhete. D.Pedro V.....disse que a canalhocracia era o regime liberal português......
Gastão também inventou outra palavra, ''camarilha'' para definir os arrivistas e negociantes que se barricavam em torno do Imperador.....
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Estava Herculano em sua casa, debatendo com Bulhão Pato, quando entrou Gastão Coutinho, sólido liberal, maçon confesso e com ele ia, seu irmão, D.João da Câmara.
Indignado, o Conde da Taipa comunica ao Historiador que as hienas clericais o tinham começado a desancar. Mais furibundo estava o irmão do Morgado de Punhete.
Herculano tomou uma pena de pato, sentou-se à secretária e escreveu estas vinte páginas.
Era uma declaração de guerra à Igreja:
Foi lendo o primeiro volume das Memórias do Bulhão, que se viu que foi D.Gastão, o dono da velha torre de Constância, que avisou indignado o Mestre.
Ia começar uma das grandes polémicas lusas, Herculano contra os fanáticos e ignorantes ''como o são centenares de sacerdotes do meio do nosso clero, que não recebe há muitos anos nem educação moral, nem educação literária''.
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A folha moral '' o Raio'', órgão cabralista, perita no insulto, não poupa o radical setembrista Soares Caldeira e acusa o Morgado de Punhete, Gastão Coutinho de ser um anarquista.
Ao mesmo tempo acusa-os de serem aliados dos miguelistas.
Era 1836.
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Para aterrorizar um Parlamento, fosse a Câmara dos Pares ou a de Deputados, nunca precisou Gastão que criassem um estatuto especial para gagos.
Gaguejando insultou o Imperador e ameaçaram-no com cadeia, gaguejando propôs a criação da Igreja Lusitana e que se rompesse com Roma e que o amigo dele, o Padre Marcos, maçon de alta hierarquia, dela fosse Papa, gaguejando fez parte e impulsionou uma Comissão para defesa do Tejo, já em oitocentos, com o coronel Manuel Martini, de Punhete.
Aos que lhe chamavam gajo no Parlamento, reptava Dom Gastão, para ajustar contas num descampado e no cartão dizia-se '' sendo eu o ofendido, cabe-me a escolha da arma, será à pistola''.
Era conhecida a pontaria do Conde da Taipa, que se iniciara em armas nas Guerras do Rio da Prata e continuara apurando-a, disparando sobre miguelistas, nas guerras civis.
De forma que eram somente os pasquins anónimos que lhe chamavam o ''gago-ladrão''.
Senhor de vastas terras na Bord'-Água e nas lezírias e charnecas abrantinas e de Punhete, de que era Morgado, o último Senhor das Ilhas Desertas, era o dono da Casa de Camões, em Constância, herança dos Sande, que tinham acolhido o Épico.
Era gago, o Conde, que acompanhou Garrett nas ''Viajens pela Minha Terra'', em busca não de Joacine, mas da Joaninha dos olhos verdes.
Foi miguelista e depois o mais radical dos liberais, legiões de escravos negros e guanches alimentaram as plantações de cana madeirense, dos Câmara, seus antepassados ilhéus.
Já a Joacine tem pano para mangas para fulminar o gago. Que de espada na mão, ajudou Portugal a ser livre de frades, forcas e inquisidores.
mn
Enquanto os miguelistas enchiam o país de forcas e davam Vivas ao Usurpador, as milícias de caceteiros, conhecidas pelos Voluntários Realistas, animadas cá na terra pelo Padre Bairrão e pelo tenente delas, Raymundo Soares, garantiam a velha ordem fradesca.
Enquanto isso, um dos fidalgos com interesses na zona, de mais clara geração, era Morgado de Punhete e senhor da velha torre onde os seus antepassados tinham recebido Luís Vaz era.......privado das honras e títulos que lhe dera D.João VI e que herdara dos seus maiores.
E mais que isso, confiscavam-lhe a condição de português e passava a ser apátrida, porque era desnaturalizado.
D.Gastão da Câmara Coutinho partira para o exílio para lutar pela Liberdade e regressaria de espada na mão, com Fronteira, Saldanha, Terceira, sob o comando de D.Pedro IV para terminar com o reino das forcas.
Escrito por António da Silva Lopes Rocha
E o tabaco?
Não tinha D.Pedro dinheiro para a guerra, e logo um financeiro lhe disse, se me dás o contrato do tabaco, haverá dinheiro. Era o Quintela.
mn
Vamos ver se o Morgado era gago, dê-se a palavra a Dom Gastão (1):
Ou seja o Mesquitela e os amigalhaços tinham traduzido mal do francês o regulamentozinho e até o número de parlamentares, esquecendo que os lusos eram só 37.
O Conde de Mesquitela ficou vermelho e Taipa prosseguiu...
Era 1826 e a revista Paquete Estrangeiro, estranho nome, transcrevia os diálogos e insultos na Câmara Alta.
mn
(1) ''Gastão da Câmara Coutinho Pereira de Sande (1794-1866),12° senhor das ilhas Desertas, e dos morgados da Taipa e Regalados, alcaide-mor de Torres Vedras, par do reino, D. João VI concedeu o título de conde da Taipa por Decreto de 3 de Julho de 1823. Foi casado com D. Francisca de Almeida Portugal. '' Associação dos Amigos da Torre do Tombo '' Também foi Morgado de Punhete. O Mesquitella e os amigalhaços chamavam-lhe o ''gago-ladrão''.
Dizia Frei Luís de Sousa em 1666:
Era dono da Capela, por 1840, D.Gastão Coutinho, Conde da Taipa e Morgado de Punhete, a quem as crónicas da época chamam o gago-ladrão
mas que apesar de gago, não teve pejo em dizer a D.Pedro IV, no Parlamento, que traía a Revolução e que queria construir um sistema pouco liberal. D.Pedro morreu de desgosto dias depois. D.Gastão não seria gago se falava assim, como não era maneta. pois pegou na espada por D.Miguel e depois por D. Pedro. E por falar assim foi preso...
Violou Silva Carvalho a imunidade do Par do Reino, com um descaramento inaudito, mas nunca se atreveu o bacharel, a pegar numa pistola para desafiar Taipa, a pontaria do Conde era conhecida...
Foi vendendo D.Gastão o que os seus maiores lhe tinham deixado, porque não enriqueceu na guerra e na política não havia subsídios para políticos, gamela de que agora come a classe, e vendeu a Torre que tinha em Punhete
onde estivera Camões, vendeu o Senhorio das Desertas, não vendeu a Capela de S.Domingos do Chouto, no extremo do concelho, na fronteira da Chamusca, onde rezavam os campónios da charneca para se protegerem dos lobos, isso foi um Marquês seu enteado...
A capela caiu em ruínas e foram as filhas deste homem, Manuel João da Rosa,
o mesmo que fechou S.Vicente e S.João de Abrantes e bastantes das Igrejas das paróquias rurais, que a reergueram do olvido e do mato bravio..
Até há pouco ainda se rezava a S.Domingos do Chouto, perto de Água Travessa, agora dizem-me que os porcos se cevam entre as paredes ancestrais e o S.Domingos, que foram buscar à Igreja do Chouto, onde dera entrada depois da capela de D.Gastão se arruinar, estará nalgum antiquário...
Era uma talha seiscentista de pedra, de feição popular
Sei quem é o responsável por isto, mas este é o triste destino de tantas capelas de Abrantes...
Capela da Herdade do Vale de Cortiças
Capela do Solar Caldeira
Capela dos Telheiros
Capela de Solano de Abreu
Acho que já chega...
Por muita tinta que gastem no PUA falando de capelas, poucas salvarão os que destratam este concelho
mn
Ainda se vê, vigilante à beira-Tejo, antes duma edilidade acéfala ter demolido as veneráveis pedras no início do século XX.
Eis um dos últimos Morgados de Punhete
D. Gastão Coutinho, o ''gago-ladrão'', Soldado do Imperador, liberal radical, inimigo da padralhada e companheiro de Almeida Garrett nas Viagens .
A foto devemo-la a Eduardo Mascarenhas de Lemos
noutra torre e nas Actas do Parlamento e nos jornais radicais encontrarão D.Gastão, bem como nas memórias do cunhado
na PJ da época
Editorial: | [Lisboa], [Na Imprensa Nacional], [1833] |
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na Câmara de Torres Vedras, de que foi o último Alcaide-Mor
Por Almeirim e Alpiarça, nas ricas terras da Bord'Água, onde se estendiam as suas casas e herdades
mn
no Arquivo Eduardo Campos também
Gastão Coutinho era assim, liberal dos pés à cabeça, e depois acusou a reacção miguelista de fuzilar padres
entretanto outro deputado abrantino entregava um requerimento dizendo que cá no concelho já não pagavam a côngrua à ''padralhada''.
O homem protestava, precisava de votos e os padres eram influentes eleitorais....
O Conde estava-se nas tintas para os votos, como se estivera nas tintas para as balas no Cerco do Porto, como se estivera nas tintas para D.Pedro IV, escrevendo-lhe o que nenhum deputado do PSD ousou escrever a Passos ou do PS a Sócrates...Tudo por causa da benta corrupção, que denunciaria o Conde, acerca do Contrato amanhado dos Tabacos...
Merecia uma biografia Gastão da Câmara Coutinho, Morgado de Punhete,porque dalguns destes já temos
Fica o desafio.
mn
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