Neste artigo de 2008, chez ''Expresso'', o José Pedro Castanheira analisa os cuidados da censura com Francisco Pinto Balsemão, milionário, Advogado, deputado da ala liberal e director do semanário referido.
Entre o material capturado pela DGS figurava uma carta enviada pelo semanário abrantino, ''Correio de Abrantes'', dirigido pelo dr. Eurico Consciência, com um questionário para uma entrevista.
Em 1975, em plena euforia do PREC, o ''Correio'' adoptava uma linha sectária, sendo boa parte dos escritos saídos da pena do Eduardo Campos.
Segundo o estatuto editorial '' O C. de A. será um jornal socialista, eliminando por isso todos os textos, que do ponto de vista dos seus redactores, prejudiquem os rumos socialistas''.
Portanto Pinto Balsemão não podia ser nunca lá ouvido, primeiro por causa da polícia fascista, depois porque tendo fundado o PPD, não era um verdadeiro socialista.
ma
Algures em Setembro de 1974. O PPD com Marcelo à cabeça vira boicotado um comício no S.Pedro. Era proibido colocar cartazes da Direita nas ruas de Abrantes e uma brigada da Luar, abrilhantada pelo Eduardo Campos, fazia vigilância revolucionária.
Reuno-me com 2 ou 3 fundadores da JSD, entre eles os malogrados amigos Pedro Pina Robalo e o irmão, o Miguel, no Pelicano.
Contam as suas desventuras. Digo eu:
Essa tropa tornou-se tão revolucionária, que nem teve tempo de estudar.
Controlavam o ''Correio de Abrantes'' que estava mais radical que o Pravda.
Vamos metê-los em ridículo. Faz-se um comunicado dizendo que o Palma Inácio é um pequeno-burguês revisionista e a LUAR uma seita divisionista e os gajos publicam.
Publicaram na primeira página:
Um comunicado igual foi afixado à porta do Pelicano com uma caricatura de Palma Inácio com um cartuxo de dinamite metido no traseiro.
Ficaram muito ofendidos, mas aprenderam que os jornais e as paredes não eram deles.
Quanto aos do ''Correio de Abrantes''. desvairados pelo abrilismo, passaram a ter mais cuidado com o que publicavam.
Haveria mais a dizer?
ma
Segundo este relatório do SPN o Jornal de Abrantes abandonou o republicanismo em 1933 para passar a simpatizar com a Ditadura. O Correio de Abrantes já lambia as botas aos fascismo.
O relatório foi publicado neste importante trabalho académico da Doutora Júlia Leitão de Barros, que convém ler .......
BARROS, Júlia Leitão de. O Cerco Ideológico do Estado Novo à Imprensa de «Província». Caleidoscópio: Revista de Comunicação e Cultura, [S.l.], n. 5/6, july 2011. ISSN 1645-2585.
Um dos mais graves crimes do centenário abrantino deu-se no início dos anos 70, quando o jovem e`prometedor bairrista João Pico foi barbaramente insultado e ameaçado por três perigosos fascistas membros da Comissão de Festas da Ribeira da Brunheta (Souto).
Estranhamos muito que o Martinho Gaspar não tenha recolhido esta efeméride na sua monografia. Também não a vimos mencionada na apreciada obra sobre o Souto do Sr.Traquina.
Aqui ficam os dados, descritos pela pena ilustre do Sr.Pico.
Recordamos que João Pico foi Vereador laranja com Pedro Marques, candidato à liderança do PSD contra Armando Fernandes, apoiado por metade da classe social laranja, líder do CDS-PP e é um grande blogguer.
Jornal ''O Correio de Abrantes'' (visado pela Comissão de Censura, acontece que o censor era um major que aderiu ao 25 de Abril).
Finalmente direi que o João Pico se bateu contra o gonçalvismo, enquanto outros estavam debaixo da cama. Bateu-se no CDS quando o Freitas do Amaral ainda era um homem às Direitas..
mn
Mandaram-nos uns e-mails perguntando quem era o docente da Universidade de Coimbra que foi o primeiro marido da Senhora Dona Madalena Biscaia. Eis o seu percurso:
O artigo é do eng. João Quintela de Brito, ilustre cientista abrantino, falecido o ano passado, sem que nenhum jornal abrantino o recordasse.
As obras dispersas de Lopes Farinha foram reunidas, por um grupo de colegas seus, da Universidade neste livro:
uma morte precoce e algum problema político relacionado com militância oposicionista condicionaram a sua carreira académica.
Lopes Farinha deixou viúva a Senhora Dona Madalena Biscaia Farinha, que depois se casaria em segundas núpcias, com o Dr.Azeredo Perdigão. Sobre o seu importante papel nas actividades artísticas patrocinadas pela Fundação Gulbenkian e sob o seu saneamento no ''PREC'' graças à actividade de um bando de energúmenos, algum dos quais anda por aí, pode consultar este blog.
Quando houve alguma intervenção da Fundação nesta cidade foi proposto à Tia Madalena fazer uma série de actividades festivas em homenagem ao abrantino que fora seu primeiro marido pela autarquia. Coisa recusada pela viúva porque o falecido nunca aceitaria homenagens da ''situação''.
MN
PS- O Jana justificou a sua escrita no ''Correio de Abrantes'' porque seria um jornal quase anti-salazarista.... como se pode ver por alguns artigos aqui publicados. Era Director, nesta época, o Sr.Ferreira, militante integralista lusitano e acérrimo defensor de Salazar...que era...também boa pessoa mas não gostava da facção do Dr.Manuel Fernandes...porque era da linha de Henrique Augusto da Silva Martins. Como se sabe a União Nacional esteve dividida quase até aos anos 60...
Pub. no Jornal de Abrantes de 3-11-1946 pelo Sr.Dr.Armando Moura Neves. O Dr.Armando estava sempre bem informado das coisas da Igreja, porque os Senhores Bispos dormiam em casa dele. Era já coisa de família, porque no tempo do pai do Dr.Armando, o jurista Guilherme Henrique de Moura Neves, acontecia a mesma coisa, como consta aliás do boletim episcopal de Portalegre.
Sua Eminência o Cardeal Patriarca D.Tiago de Abreu tinha Paço Pontifical aqui
e pelos vistos foi o primeiro Cardeal de Rio de Moinhos. Abrilhantava o coro o barítono irmão dele, Solano de Abreu. O Baptista regia a Universidade. O Anacleto ministrava a comunhão aos recrutas, confessava as esposas dos oficiais e sargentos (os façanhudos militares desta época eram pouco praticantes), benzia com água benta as cavalgaduras que puxavam os canhões do castelo e como era um oficial de missas.......
tinha divisas na sotaina e o barbeiro do regimento tinha-lhe feito uma coroa
no cocuruto da cabeça.
Isto é o que se deduzia à primeira vista da notícia....
Se lerem melhor a notícia verificarão que é uma brincadeira de Carnaval (época em que nada parece mal) praticada em 1886 no ''Correio de Abrantes'', órgão do partido progressista, onde pontificava Solano de Abreu, para chatear os clericais.
Brincadeira tão inofensiva que a censura de 1946 deixou passar a blague do Dr.Armando.
MN
Em 1 de Dezembro.......
Correio de Abrantes
desfilava garbosa a Mocidade Portuguesa e ia ao Castelo (eu também fui, mas não nesta fornada, não andei na velha e prestigiosa EICA)
a homenagear o melhor produto dos seminários lusos, o Prof. Salazar.
À cintura um cinto só um S, seria pior com dois....
alegadamente de Servir, na verdade a marca do Ditador.
O problema nesta notícia é que foram fazer uma romagem ao túmulo de D.Miguel de Almeida, o que deu o tiro que marcou, revolucionária, a hora em que quarenta conjurados avassalaram o Paço, chacinaram rancorosos o Vasconcelos, valido de Felipe de Espanha e gritaram :
Real Real por D.João IV, Rei de Portugal!!!!
mas Miguel de Almeida não esteve nunca nem está enterrado em Santa Maria.
Foi enterrado no Convento do Carmo, quem sabe porque se achava digno de ter repetido a proeza de Nuno Álvares, o da jornada de Aljubarrota.
E em parte era verdade, porque foi ele, velho e alquebrado , a personagem decisiva para fazer a Revolução.
Como estaria em 1640, se tinha participado em 1578 em Alcácer-Quibir????
Portanto levaram os cachopos da MP ao desengano para homenagear uns ossos veneráveis e inexistentes.
Quem foi o ''historiador'', que serviu de assessor ao Alarcão e ao resto da ignara direcção local da Mocidade Portuguesa?
Como dizia o falecido Dr.Vitória, amigo da petição, que nos deu o recorte, ''além de fascista, burro''. O nome omite-se. A filha dele é nossa amiga e assinou, valente, a petição.
Marcello de Noronha
(1) Já não há túmulo de Miguel de Almeida porque o terramoto de 1755 deu cabo dele....
No dia 20 de Julho de 1974 o semanário ‘’Correio de Abrantes’’, propriedade da família Silva Martins, publicou na primeira página, no lugar nobre, que costuma ser o do Editorial, este texto anónimo, que visava, a escassos dois meses da data da Revolução, justificar o injustificável, ou seja encenar a defesa dum grupo de anónimos que em nome duma bandalheira que dava pelo nome de ‘’catolicismo progressista’’ (à abrantina) tinha montado a tentativa de saneamento ( percursora da prática anarco-gonçalvista) da Paróquia de S.João de Abrantes, do Rev.Padre Luís Ribeiro Catarino.
O grupo que se reunira alegadamente em instalações diocesanas e em condições quase clandestinas ( à boa maneira das sociedades secretas tipo Opus Dei e Maçonaria) emitira uma convocatória de que só os iniciados conheciam, não convocara a Autoridade Eclesiástica para se fazer ouvir (ou seja actuava à margem dela) e pretendia sanear um homem e sobretudo um Sacerdote que se distinguira pelo seu Amor aos Pobres, grande cultura e defesa do Património, mas sobretudo por uma Vida exemplar como Sacerdote e Homem de Bem.
Entre estes ‘’progressistas’’ apareceu algum ligado à formação de um partido de centro-direita, o PPD, outros a partidos de esquerda e actividades próprias do folclore do PREC ou seja o assalto à Assembleia de Abrantes .
A actividade realizada à socapa caía no mais absoluto ridículo porque pretendiam em nome da do Concílio Vaticano II ‘’libertar das garras da opressão e da tirania em todos os seus aspectos’’ a beataria, classe social a que pertenciam pela sua frequência mais que assídua, ontem como hoje, das cloacas e das sacristias, lutar contra o fascismo quando este já tinha sido derrubado e em vez de pretenderem caçar pides, latifundiários, legionários ou similares ou organizar um comando de beatas para capturar o sr. Inspector Rosa Casaco no estrangeiro, libertavam Abrantes, expulsando Luís Ribeiro Catarino.
E faziam o manifesto, dirigindo-o a um Bispo D. Agostinho de Moura comprometido com a Ditadura até aos poucos cabelos que lhe restavam e a um homem que nunca fora capaz de solidarizar com o seu antecessor D.António Ferreira Gomes, enquanto este comera o pão amargo do exílio.
A reacção das pessoas de bem foi fulminante e logo nos Jornais se respondeu à letra perguntando quem eram os beatos anti-fascistas (de fresca data ou seja de 26 de Abril) e nas paredes de Abrantes apareceram vibrantes protestos contra o saneamento.
Este artigo é a defesa das criaturas e , com a frontalidade que caracterizava e caracteriza estas ‘’progressistas’’ beatas de sacristia, saiu anónimo.
Hoje se me ponho a contemplar a trajectória de quem o escreveu, pasmo!
E continua o homem, sepulcro de laranja caiado, a papar-hóstias, a fabricar testamentos, a tratar de escrituras à maneira, de vez em quando a dizer que é jurista, e com a sólida e inquebrantável convicção daqueles fariseus que assessoravam Pôncio Pilatos, o romano, a ser um pilar da Fé e da República!!!!!
E agora da Direita !!!!
Queria o homem que João Pico fosse cacique laranja . E naturalmente também quererá que o Cónego Graça continue a ‘’salvar’’ almas, depois da reforma....
S.F.
Acho que vamos fazer uma resenha dos blogues abrantinos.
Dos que morreram, dos que estão vivos, dos que gostariam de ver desaparecer e ainda dos novos.
Apareceu um novo blogue abrantino, que retoma o nome dum título histórico da Imprensa de Abrantes
Fomos lá ver e gostámos do programa.
Agora fica adicionado aos nossos links.
Miguel Abrantes
Um exemplo histórico da benemérita actividade municipal neste concelho.
O Vice-Presidente do Partido Único e da CMA ( homem de mão de Henrique Augusto da Silva Martins e nº 2 da facção henriquista dos salazaristas) (1) locais proclama a obrigação do ''bom povo'' ir bater palmas e deitar foguetes porque o Ditador queria comemorar o aniversário do início da Ditadura.
Arranjam-me algum esemplar de jornal abrantino do século XIX onde se ''obrigue'' o povo a ir deitar foguetes no dia em que D.Carlos fazia anos?
Hoje pelo menos quem foi à festa do 1º aniversário da Presidente fica na ''lista branca'' e a ''lista negra'' é clandestina.
Mas existe.
Marcello de Ataíde
talassa como se nota
(1) Henrique Augusto estava de baixa.
(O manifesto foi publicado no número de 27-4-1941)
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
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