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Aos ribatejanos, alentejanos, pegachos e algarvios:
Eis a grande jornada que temos na nossa frente. Todos sabemos que os grandes proprietários da cortiça não encontraram ainda máquinas para a extrair, somos nós com os nossos machados que a extraímos trepando aos sobreiros sempre em risco de cair ou cortarmo-nos nas ferramentas afiadas e sempre com salários que não chegam para matar a fome nos nossos lares. (...) Só os trabalhadores da área dos
sobreiros sabem tirar cortiça, por isso os proprietários nunca poderão ir buscar ranchos de fora e também não podem deixar para outro ano porque a lei não o permite. Como a cortiça só dá para se extrair do princípio de Junho a meados de Agosto, se nos soubermos unir arrancaremos ao patronato um salário como nunca ganhámos.”
nº 75, Abril de 1960
''O Camponês'' era esta revista do PCP
(colecção do dr.Pacheco Pereira, Ephemera, tinha de ser, o dono original parece que foi o popular ''Chico Bufo'', Francisco Martins Rodrigues, que era para ser o sucessor de Cunhal )
Retirámos o manifesto aos pegachos da excelente tese da Doutora Paula Godinho, em Antropologia, na UNL, em 1998:
MEMÓRIAS DA RESISTÊNCIA RURAL NO SUL
COUÇO (1958-1962)
(Paula Godinho, pag.130)
e portanto inimigos de classe (diria Staline, que era um ''marxista'' pouco subtil ) dos pobres rurais do Couço,bastião vermelho e da prezada família Ribeiro Telles.
Mestre David (o pai) ainda hoje é um grande amigalhaço dos controleiros do PCP, esquecidas as pugnas de 1975.
Portanto as massas rurais do Couço hostilizavam os pegachos, diz a Autora, e pude compravar in loco, por serem considerados ''arrivistas'', como os emigrantes portugueses pobres que eram desprezados pelos jornaleiros andaluzes, educados nos princípios de Bakunine, pela CNT/FAI,
(Paula Godinho,130)
mn
in
uma tese de doutoramento a ler sem falta, sobre o bastião comunista do Couço, onde aparece um preso de Alferrarede, o José Gomes.
Ainda sabemos pouco sobre ele, mas tentaremos saber.
Tudo isto aparece por acaso quando se procurava umas coisinhas sobre Francisco Quintal, o anarquista, de íntegra memória que por aí passou.
Mas saber que o Zé Gomes passou pelos calabouços da PIDE onde se torturava, já nos mostra como a idílica caldeirada de classes, à moda de Alferrarede, com patrões paternais a distribuir rebuçados aos filhos dos proletas, é falsa.
Também podia ao longo da descrição dos carrascos que torturam ver se há pides de cá, temos a lista, não tenho tempo para isso.
Mas sabemos a lista dos Presidentes da Junta de Alferrarede que informaram a PIDE.
A coisa chegou a tal ponto que passaram informações à Pide, que perguntava se o dr. João Manuel Esteves Pereira era ''perigoso'' e se podia ser professor na EICA. Neste momento já não me lembro se a informação saiu da Junta ou da CMA.
ma
A questão dos ciganos e da insegurança abrantina (que a doutora Presidente diz que não há) vem excitando os ânimos.....
Por isso a nossa leitora Maite mandou-nos 2 comentários. Passo a transcrever (deixando a resposta ao amigo do Gaspar para outra altura. Entre uma dama e o Gaspar, a prioridade é para as senhoras.)
Maite disse sobre Os ciganos em Abrantes na Quinta-feira, 7 de Outubro de 2010 às 10:56:
Não concordo com guetos para os ciganos. Juntá-los é dar-lhes força. Separá-los e obrigá-los a integrar-se na comunidade, trabalhar ir à escola, e cumprir com os seus deveres enquanto cidadãos, não é só ter direitos.
Um dia destes somos "sequestrados" nas nossas próprias casas com medo de sair á rua.
Abrantes não pode ser um paraiso para para quem só sabe é destruir e roubar!
C H E G A!
Depois disso a amiga Maite escreveu: sobre ciganos na Quinta-feira, 7 de Outubro de 2010 às 11:00:Não gostei desta resposta, o Sr. Miguel mostrou que é igual aos outros!!!
Em relação ao primeiro comentário estou de acordo parcialmente. Juntar todos os ciganos ( ou os ''pretos'', ou os ''monhés'', ou os ''judeus'' ) em guetos é marginalizá-los e condená-los a não se integrarem.
A questão da insegurança tem várias componentes: sociais, urbanísticas, políticas e de segurança. A Maite tem toda a razão para protestar contra o clima de insegurança abrantino. E digo eu a culpa essencial é da PSP que deixou criar um clima de insegurança e de impunidade. E dos autarcas que permitiram São Macário e que dizem que não há problemas.
A D.Maria do Céu diz que a insegurança em Abrantes é igual à de outros concelhos. Deve porque não necessita guarda-costas para sair à rua.
O anterior PC de Alpiarça saía à rua com um gorila atrelado, segundo nos contam no blogue do PCP Agitalpiarça.
Tinha medo que o povo lhe batesse!!!! O homem devia ser daqueles que acredita no velho rifão fascistóide : ''Alpiarça, terra de má raça, Almeirim, terra de gente ruim''....
"A Melhor Casta", obra do escultor Armando Ferreira. (Alpiarça)- fotos do blog http://ogatodoalekhine.blogspot.com/2009/06/conhecer-alpiarca-melhor-casta-armando.html
E o inventor de ditados esqueceu-se do Couço, ou teve medo que se dissesse outra bojarda destas sobre a freguesia mais bolchevique do país, terminaria atirado a um poço (para rimar com Couço)....
A Melhor Casta", 2005, obra do escultor Armando Ferreira. (Alpiarça)
No Couço depois do 25 de Abril para combater a ditadura demoliram a capela e construíram no sítio não um cubo, mas uns urinóis públicos....
O camarada Baptista Pereira andava na política lisboeta e esqueceu-se dos meios rurais e de exigir que o urinol fosse cúbico e com projecto de Carrilho da Graça.
Quanto ao segundo comentário não percebo. Francamente acho que não sou igual ao João Pico.
Cumprimentos e obrigado por ser nossa leitora.
Miguel Abrantes, segundo Darwin mais evoluído que Jota Xerife!!!!
''A Melhor Casta", 2005, obra do escultor Armando Ferreira. (Alpiarça)
Que diria o Sr.Cónego duma estátua destas no Adro de São Vicente????
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