Faim Navarro, judeu de Abrantes, financia juntamente com muitos membros da comunidade judaica, a Guerra contra Castela, quando D.Afonso V pretende o trono do país vizinho, depois de casar-se com a Rainha Joana, a Excelente Senhora.
A contribuição do Navarro são 5 mil réis emprestados à Coroa..
Como se sabe, a guerra perdeu-se e Joana passou uma temporada aqui na cidade, sob os cuidados da família Almeida,antes de a meterem à força num convento.
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Contemporary portrait in the Itinerarium of Georg von Ehingen, c. 1470
(wikipedia)
D.Afonso V, em 29 de Abril de 1461, em Abrantes, recebe a bula papal que pedira ao Sumo Pontífice, para pôr cobro aos desmandos do clero, e impôr a disciplina. Recebe-a das mãos do Bispo da Guarda.
Manda-a a traduzir e pôr em conhecimento dos interessados. A dita impõe medidas sobre a tonsura que devem levar os religiosos e os hábitos que são obrigados a trajar.
Em 18 de Novembro manda, em Torres Novas, executar a bula para que os clérigos andem decentes.
O documento , é uma cópia do documento original, pedido pela câmara tripeira, para estabecer a disciplina nas margens do Douro.
informação retirada do Arquivo Municipal do Porto
''Relativamente à administração territorial, Abrantes foi entregue ao domínio senhorial em 1476, com a nomeação de D.Lopo de Almeida como primeiro Conde da Vila. Este novo poder intermédio, concedido à única família nobre existente em Abrantes, foi aumentando durante toda a Idade Moderna'' (...)
Ana Paredes Cardoso, p. 14 do livro ''património edificado Centro Histórico de Abrantes''
O despautério continua.
O domínio senhorial já existia pelo menos 200 anos antes.
A Hermínia Vilar situou esse momento entre 1281-1287 com a doação do senhorio a Isabel de Aragão. D.Fernando atribuiu o senhorio a Leonor Teles, barregã do monarca e depois Rainha.
E parece-me que há uma doação a outra rainha antes.
Mas por razões de economia do post vou cingir-me ao período posterior a D.Dinis.
A doação a Santa Isabel foi efectiva?
Foi. Os notários locais, os tabeliães, intitulavam-se ''da Rainha'', diz Hermínia Vilar .
O primeiro Almeida a ter direitos senhoriais na vila não foi Lopo, mas o seu antepassado Fernão Álvares de Almeida em 1400 (Vilar. p.84).
O poder dos Almeidas não foi aumentando abruptamente ''durante toda a Idade Moderna'' , D.Manuel diminui-o drasticamente ao atribuir o senhorio da vila ao seu filho o Infante D.Fernando, Duque da Guarda, que viveu na vila e foi enterrado em São Domingos.
D.Manuel também não renovou o título de Conde de Abrantes, que só voltou a ser atribuído depois de 1640.
Devo parar as críticas a este espantoso parágrafo ?
Não.
A Senhora Ana Paredes Cardoso sustenta que os Almeidas eram a ''única família nobre existente em Abrantes''.
Como é que ela sabe?
Encontrou um nobiliário abrantino inédito de 1476?
Um nobiliário que escapou a Diogo Oleiro, Eduardo Campos e à Hermínia Vilar?
E a Alexandre Herculano que também esteve aqui rebuscando papéis velhos?
E a Anselmo Braancamp Freire, o dos Brasões da Sala de Sintra?
E ainda ao Marquês de Abrantes, depois de Braamcamp, o historiador que mais sabia de nobres?
Em 1396 sabemos que Fernão Martins Coutinho tinha casa no Castelo e herdades no termo. A lista do seu pecúlio está na Torre do Tombo.(Vilar, p.36)
Não era nobre o Coutinho?
A nobreza também se divide em categorias e dedicava-se às armas, com as chatices que isso traz.
Ora bolas, não serei eu que retirarei foro de nobreza ao Diogo Delgado, escudeiro, criado de D.João I, que pela Cristandade jazia cativo em terras de mouros.
Nem Afonso V lhe retirava esse foro.
Quem é a Paredes Cardoso para dizer que Diogo Delgado não era nobre?
Saberia ela mais que Afonso V?
MN
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