D. Estevão de Almeida era Bispo de Cartagena, depois de ter sido Capelão da Rainha de Castela, D.Isabel, mulher de Carlos V.
D.João de Almeida era o herdeiro do condado abrantino, que emigrara porque não lhe renovavam o título.
Era um protegido de Carlos V e do seu poderoso e rico tio, o Bispo
A cidade de Múrcia demandou em 1541, tanto o Bispo como o sobrinho, conhecido espadachim, por espalharem o terror entre os vizinhos e por apenas serem favorecidos pelo Bispo, os partidários dos Almeidas.
O melhor livro de história acaba sempre por ser desbaratado por um documento sepultado num arquivo.
Regra geral a bibliografia diz que D.João de Almeida, o herdeiro do condado abrantino, que não lhe renovaram, depois da morte do pai, D.Lopo, o 3º Conde, foi para Castela, em 1525, no séquito da Imperatiz Isabel, mulher de Carlos V.
Em 1526, D. João, atesta pela sua honra e de S.Bento, a favor do seu amigo e grande poeta, Garcilaso de La Vega, que, em 1523, já estava nessas partes.
E atesta que viu Garcilaso em 1523 em Fuente La Rabia, País Vasco.
Que se passou aí?
As armas do Imperador enfrentavam-se às dos franceses.
Portanto, D.João de Almeida não foi a Castela, em luzida comitiva nupcial, foi como homem de armas, para combater.
E com Garcilaso, combateu como declara.
Este documento foi (republicado) por ...
mn
Escrevia o Imperador a sua mulher D.Isabel de Portugal, filha de D.Manuel I, em 1532.
Quando o Imperador mete uma cunha (está em Ratisbona, hoje Regensburg) está a defender um amigo seu, D.João de Almeida, herdeiro da Casa Condal abrantina, perseguido por D.João III, que atribuirá o senhorio da terra ao Infante D.Fernando..
Já se falou aqui do fidalgo abrantino exilado.
Deixa-se o documento como mais uma peça para elucidar o que foi a queda em desgraça dos Almeidas, após a morte de D.João II.
E só se faz um comentário não se pode andar a mandar bocas nem a escrever estudos académicos sobre este período histórico, sem ter ido vasculhar o Arquivo de Simancas, ou pelo menos sem ter lido a bibliografia estrangeira sobre esta época.
A carta do César germânico foi publicada in ''Corpus Documental de Carlos V'', vol II, por Manuel Fernandez Álvarez, Univ. Salamanca, 1973.
Fernandez Álvarez é imbatível a tratar do Imperador. A ele se tira o chapéu.
ma
o retrato imperial é de Ticiano
O Senhor Doutor Candeias Silva sustenta que D.Lopo de Almeida, que seria o representante (embora por linha ilegítima) da Casa Condal de Abrantes, desapossada desse título por D.João III , estudou na prestigiada Universidade de Alcalá (de Henares), situada na terra onde terá nascido o autor de .
Picasso
Isto vem neste livro
em pequena nota (24)
a páginas 43 onde atribui acerca duma discutível degradação da Casa de Abrantes, ao exilado em Castela, D.João de Almeida, um filho bastardo, D.Lopo de Almeida, o qual ''consta ter sido teólogo e doutor, reitor da Universidade de Alcalá''.
Fazer a história com ''consta'', é perigoso,especialmente quando há vasta bibliografia, sólida e erudita, sobre um homem crucial nas letras espanholas, que levava um nome abrantino.
Foi de facto ilegítimo, mas não se chamava Lopo, chamava-se João e foi legitimado, era filho de mulher nobre, e foi muito rico e honrado, pelas heranças que teve do pai e do tio, D.Estevão que foi Bispo de Cartagena e da confiança da Imperatriz Isabel, mulher de Carlos V.
Não estudou em Alcalá, estudou em Salamanca.
A ''degeneração'' dos Almeidas produziu coisas como esta
e foi sob armas destas que cresceu D.João de Almeida (foto de Jaima, em Múrcia)
Mas o que a nós nos importa, é que foi editado por Francisco de Quevedo e que foi amigo de Fray Luís de León
Também foi um bom poeta
Há muito que pelo menos Jorge de Sena explicou isto....
Tudo isto é uma recensão ao monumental livro de Jorge de Sena, onde em 1974, começou a estudar o assunto.
Leia o artigo completo na Colóquio Letras
Não é o melhor para a biografia do importante poeta de Salamanca, porque há mais pormenorizado, que fica para quando houver pachorra.
João de Almeida, poeta e mecenas, foi amigo de gente importante do seu tempo, e a sua voz chegava à Corte e ao Rei
Protegeu académicos que estavam nas masmorras inquisitoriais, foi lente de Teologia em Salamanca e Reitor e trovou
Encontrou um tradutor à altura em José Bento, o melhor luso para se aventurar à poesia castelhana de seiscentos e está nesta antologia
Lê-lo é o melhor que podemos fazer. E também decifrar o enigma, quem foi Francisco de La Torre?
Quevedo sabia-o, mas ocultou as pistas
a melhor pena do seu tempo, mordaz e implacável, retratado por Velásquez, eis o aventureiro, diplomata, polemista imbatível, espadachim, que prestou um grande serviço salvando D.João de Almeida do esquecimento.
Para terminar o livro do Doutor Candeias é interessante, mas tem lapsos.. É preciso lê-lo com espírito crítico. O livro do Candeias saiu em 2000 e em 1974 já Jorge de Sena nos tinha contado quem era D.João de Almeida.
mn
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