Nesta tese de mestrado, Susana Ferraz além de estudar e dissertar brilhantemente sobre o património em Luanda e Angola, revela-nos um dado curioso, o nome dum grande empresário abrantino.
Era o Simão Pinto de Abrantes que se dedicava ao tráfico negreiro em Angola por conta própria.
O Simão queixa-se, numa inquirição mandada fazer pelo Rei do Congo (grande exportador de ébano), como outros colegas, dos prejuízos que na costa de Angola, sofriam os ''empresários do ramo'', pela concorrência que lhes fazia o comércio de S.Tomé.
O documento foi enviado a D.João III, em 1548
O pobre Simão tinha comprado 130 escravos para revender e havia dificuldades para arranjar barco para os escoar.
Não sei que remédio deu D.João III às queixas dos negreiros.
Também não sei se o Simão negreiro ganhou uma medalha de empreendedorismo e se conseguiu fazer chegar à sua terra parte da carga.
Mas sei, que pela época quase todos os donos dos barcos que faziam tráfico fluvial, entre Abrantes e Lisboa, usavam como ''marítimos'' escravos negros (já tinham chacinado lusos e espanhóis todos os guanches) e provavelmente pardos.
O irmão do Rei, o abrantino D.Luís, deu-lhe um escravo negro homossexual, João de Sá, o Panasco, que era de muita estimação e conhecido pela sua verve. ''O Panasco'' tinha inclusive acompanhado D.Luís à campanha de Tunes e conhecido Carlos V.
O negro humorista (são célebres as suas tiradas) terminaria com carta de alforria e como Cavaleiro da Casa do Rei, mas não Cavaleiro de Santiago, como o querem fazer, alguns historiadores de arte demasiado corporativos e inventivos.
mn
extracto do documento extraído da tese citada
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