O Arcebispo de Lisboa e Inquisidor geral, D.Jorge de Almeida, pertencia à linhagem abrantina dos Almeidas, que em geral se bandeou pelo usurpador Filipe II, um Rei estrangeiro.
Em 1581, D.António, o Rei eleito pelas Cortes, entrou na capital do seu reino, entre as aclamações do povo alfacinha. Lisboa era a capital também do apoio ao monarca legítimo.
O Dom Arcebispo fugiu para Alhandra.Era um dos Governadores do Reino, deixados por D.Henrique.
Com isso evitou a repetição da cena da crise de 1383-1385, quando o ordinário de Lisboa, foi atirado do alto da torre da Sé, pelos homens do Mestre de Avis.
Debaixo dum pálio, entrou D.António, na Sé, recebido por D.Manuel de Almada , Bispo-Chantre que assim se associou à aclamação do novo Príncipe, que também foi jurar à Câmara de Lisboa, as Liberdades do Reino.
Já que se fala de abrantinos, era filho o Prior, do Infante D.Luís, aqui nascido, e duma mulher de ''nação'', ou seja judia.
Como o fora o Mestre, D.João I, filho doutra judia.
Era o Arcebispo claramente um traidor e um vendido a Filipe II?
Dentro do Episcopado foi um ardente defensor da legitimidade do filho da Imperatriz Isabel?
Não era um homem prudente, que inclusive tinha recusado a Púrpura cardinalícia, que lhe oferecera o Embaixador do Rei espanhol, em troca que tomasse partido prévio contra D.António.
Destas relações com Cristovão de Moura, há uma curiosa carta em que o diplomata pede ao Arcebispo, que condene um pregador que dissera que quem morresse matando castelhanos, merecia o céu.
Durante os dias da revolução lisboeta, foi intermediário entre D.António e o Duque de Alba, para tentar uma negociação.
Parece que tentou até ao fim um acordo entre D.António e Filipe II, mas dada a evolução da crise, acabaria por em Tomar votar o reconhecimento da realeza do Habsburgo.
Que nele manteve alguma desconfiança e que nunca o fez Cardeal.
mn
Federico Palomo, Para el sosiego y quietud del reino. En torno a Felipe II, y el poder eclesiástico en el Portugal en finales del siglo XVI ... - Hispania - XIV, CSIC, Madrid (2004)
José Pedro Paiva, Bishops and Politics: The Portuguese Episcopacy During the Dinasty Crise of 1580, JPH, vol IV,Brown University (2006)
Ana Isabel López-Salazar Codes, Inquisición y Politíca, El Gobierno del Santo Ofício en el Portugal de Los Austrias, 1578-1653, Universidade Católica Portuguesa, 2011
'''D. Jorge de Almeida
(1482-1543)
Renovação espiritual e reconstrução da
Antiguidade na diocese de Coimbra''
de MARIA DE LURDES CRAVEIRO
um grande artigo biográfico sobre o Bispo-Conde abrantino
O Arquivo Municipal do Porto tem disponível uma série de documentos iconográficos sobre a Casa de Abrantes, dos quais destacamos este
Assinatura e selo de D.Jorge de Almeida, Bispo-Conde de Coimbra. O Bispo era filho de D.Lopo de Almeida.
A galeria tem como título: A heráldica da casa de Abrantes : Sás e Lencastres alcaides-móres do Porto desde o séc. XIV : selos de armas da Casa de Abrantes
Tudo muito interessante, mas há um lapso, não há em Siena nenhum retrato de Lopo de Almeida, como já aqui se disse, o fresco da catedral representa um nobre italiano. A confusão foi lançada por um erro de Vergínia Rau.
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Um magnífico estudo sobre um Almeida de Isabel Guimarães Sá. Da família condal abrantina, educado sob a tutela de D.Jorge de Almeida, Bispo de Coimbra, D.Lopo fez próspera carreira eclesiástica, mas teve problemas com a Santa Inquisição dado que foi acusado de luteranismo. Espião a soldo de Filipe II, para ele trabalhou nas negociações para aclamar o Ogre do Escorial, nas Cortes de Tomar, Rei de Portugal.
Recebeu a recompensa merecida e continuou, em Castela, próspera carreira eclesiástica. Dado aos negócios dedicou-se à usura, fazendo grossos empréstimos entre eles à única mulher que chegou a ser Jesuíta, a Princesa de Portugal e Infanta de Espanha, Joana de Habsburgo, ou de Áustria.
Quem era a dama?
A mãe de El-Rei Dom Sebastião.
Joana, por Cristóvão de Morais, Hampton Court, Londres, imagem desviada do blogue http://www.triplov.com/casquilho/diamantes/espelho1.htm.
Quando está a morrer, Lopo faz testamento e procura perpetuar a sua memória e a da sua estirpe e naturalmente esconder que fora discípulo de Lutero. Doa todos os seus vultuosos bens a uma Santa Casa, a do Porto
O Hospital da Misericórdia tripeiro será erguido graças aos bens do avisado Lopo e ele ainda hoje é recordado como um dos mais generosos ''benfeitores'' dessa instituição.
O estudo de Isabel Sá dá-nos a descrição preciosa do que eram os bens móveis de uso quotidiano dum grande fidalgo de finais de quinhentos.
E apercebemo-nos doutra vertente dos Almeidas, os negócios e neste caso a usura, prática proibida pela Igreja a um clérigo, como o era Lopo.
MN
Lopo era um típico exemplar da sociedade civil do seu tempo....
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