O mais importante Historiador que escreveu sobre Abrantes foi Diogo Oleiro.

É uma pena que a maioria dos seus escritos estejam dispersos por publicações várias, em especial no Jornal de Abrantes e não tenham sido reunidos em livro (ou livros) que permitam uma fácil consulta.

Oleiro não foi só um Historiador, foi também o pioneiro e o pai da protecção ao património na Vila e depois Cidade de Abrantes, a ele se devendo a fundação do Museu D.Lopo de Almeida (fundação que levou o sector republicano abrantino a que pertencia  a entrar em conflito com Santarém onde queriam criar um Museu que abarcasse todo o Distrito), a preservação dos nossos arquivos, restos históricos e as diligências necessárias para convencer as edilidades locais que o Património era uma mais-valia e não um empecilho.

A Oleiro se deve a classificação como Monumentos Nacionais de São João e São Vicente.

Este trabalho de carola, desempenhado gratuitamente, ao mesmo tempo que desempenhava a sua profissão (foi funcionário judicial e solicitador), ainda lhe deu tempo para ser um colaborador assíduo na Imprensa Regional, onde sobretudo escreveu sobre História e Património, não tendo medo de criticar opções camarárias ou estatais que vandalizavam a Cidade.

A obra que fez no Museu D.Lopo não foi infelizmente continuada pela directora seguinte (o cargo foi antes episodicamente desempenhado pelo Professor João Manuel Bairrão Oleiro, ) Lucília Moita a quem faltava o espírito de iniciativa, a cultura historiográfica e o valor para continuar a obra de Diogo Oleiro.

Santa Maria no tempo de Diogo Oleiro, antes das obras de restauro (D.G.M.N.)

Depois do 25 de Abril a memória de Diogo Oleiro foi conspurcada injustamente, assunto já aqui abordado. 

Em sua homenagem iremos publicando alguns dos artigos que escreveu, começando por este, saído no Jornal de Abrantes, onde uma parte da memória de São Domingos é evocada.

Hoje o Senhor Jesus do Capítulo está em São João e ainda em meados dos anos 80 foi passeado em procissão pelo povo de Abrantes quando Portugal sofria uma atroz seca.....

altar de São João anterior ao Concílio Vaticano II-foto DGMN

 Marcello de Noronha, admirador de Diogo Oleiro, abrantino, da Tubucci-Associação de Defesa do Património de Abrantes