Sexta-feira, 28.06.19

ficha orlando pereira

ver aqui biografia



publicado por porabrantes às 18:57 | link do post | comentar

Quarta-feira, 29.06.16

ordem dos advogados.png

O Conselho Distrital de Évora, pela pena do Dr.José Amaral, faz uma justa homenagem ao falecido Dr.Orlando Pereira

 

(...)

Dos actuais Advogados de Abrantes só um o conheceu: o Dr. José Amaral, que foi seu estagiário.

Post-scriptum: Não era suposto mencionar-se o autor da nota biográfica, que não se teria arrogado o modesto título de Dr., se soubesse que ia ser descoberto...

Isto, a propósito da correcção de um erro: além do autor destas linhas, também o Dr. Vítor Santos Carvalho o conheceu, e com ele privou, desde muito tempo antes. Só que quando o Dr. Vítor Santos Carvalho chegou à Advocacia, o Dr. Orlando Pereira há muito que tinha deixado de exercer.

*texto elaborado pelo Dr. José Amaral, Advogado em Abrantes.

 Percurso na Ordem dos Advogados:

01/05/52 - INSCRIÇÃO NA ORDEM 02/01/63 - ELEITO DELEGADO ASSEMBLEIAS GERAIS NO TRIENIO 1963/1965 02/01/66 - ELEITO DELEGADO ASSEMBLEIAS GERAIS NO TRIENIO DE 1966/ 1968 10/05/68 - ELEITO DELEGADO DA COMARCA DE ABRANTES 02/01/69 - ELEITO DELEGADO ASSEMBLEIAS GERAIS NO TRIENIO DE 1969/ 1971 02/01/69 - ELEITO DELEGADO DA COMARCA DE ABRANTES NO TRIENIO 1969/1971 02/01/72 - ELEITO VOGAL DO CONSELHO DISTRITAL DE COIMBRA NO TRIENIO 1972/1974 05/02/77 - SUSPENSÃO VOLUNTÁRIA POR DESPACHO DE 02/02/77(...)

 

Bem-haja a Ordem por fazer justiça!

 

a redacção

 



publicado por porabrantes às 17:38 | link do post | comentar

Quarta-feira, 22.06.16

orlando pereira.png

Homenagem do Dr.Santana-Maia Leonardo, responsável local da Ordem dos Advogados ao causídico e anti-fascista Sr.Dr. Orlando Pereira, agora falecido

 

No blogue Coluna Vertical

 

Muito interessante

ma



publicado por porabrantes às 21:17 | link do post | comentar

orlando pereira.png

Morreu em Lisboa, com 92 anos. Tinha nascido em Alenquer em 1924, onde o seu Pai desempenhava o cargo de  secretário da Câmara.
Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa.

Pertenceu à direcção do MUD Juvenil e, por isso, esteve preso no Aljube. Mais tarde, tendo feito concurso para o notariado, foi-lhe vedado o acesso à função pública e impedido de ocupar o lugar  para que tinha concorrido e onde tinha ficado em 1º lugar , por despacho que foi julgado ilegal ainda pelos tribunais do Estado Novo.

A convite do Dr. Armando do Vale veio para Abrantes, onde exerceu a advocacia largos anos o que fez até 1974/75, sendo, por isso, o mais velho dos advogados e antigos advogados de Abrantes. Depois do 25 de Abril,  ano em que foi integrado na função pública - em cumprimento da sentença do Supremo Administrativo dos anos 50. Foi Notário dum dos mais importantes Cartórios da Capital, mesmo no coração da Baixa, continuando a manter casa em Abrantes, durante bastante tempo. 


Prosseguiu a sua actividade oposicionista e nas campanhas eleitorais para a presidência da república, fez parte de um grupo, liderado pelo Dr.Vergílio Godinho, onde também estavam o Dr. Semedo, Dr. Simas e Arq. Castel-branco, e nas campanhas eleitorais para a então Assembleia Nacional.

Foi candidato a deputado nas 1ªs eleições depois do 25 de Abril, pelo MDP/CDE.

 

A cidade não o homenageou e o PCP também não. Recordo-me de quem desenhou o escritório que tinha  em casa, Dias Coelho, assassinado pelos fascistas e companheiro de tertúlias de Duarte Castel-Branco.

 

Apresentamos os nossos sentimentos à ilustre família enlutada. Em especial aos seus filhos Elsa, Orlando e o Rui . Era viúvo da Senhora Drª Dona Maria Fernada Corte Real e Silva, também ela ex-presa política do fascismo.Agradeço a um amigo chegado do Dr.Orlando e da D.Maria Fernanda Corte Real e Silva, o apontamento e a notícia.

 

ma

 

foto cedida pela família a quem agradecemos

 



publicado por porabrantes às 10:22 | link do post | comentar

Terça-feira, 21.06.16

dr. orlando cadeia.png

É o que sabemos, por agora, da vicissitudes na masmorras da PIDE do dr. Orlando Pereira.

 

ma



publicado por porabrantes às 22:34 | link do post | comentar

 

Já agora, que falamos da morte dum anti-fascista, recordemos outro:

 

correia semedo 2.jpg

que foi compagnon de route do Dr. Orlando Pereira

 

dr. semedo consciência.png

confesso que nunca tinha visto o Dr.Semedo de capa e batina, e bigode... e também na mesma publicação outro depoimento do dr. José Amaral, onde também fala do Dr.Orlando...

 

amaral semedo.png

 

ma

 

in Boletim da Delegação  de Santarém e Conselho Distrital da Ordem dos Advogados, 2008 com a devida vénia



publicado por porabrantes às 19:33 | link do post | comentar

Domingo, 12.07.15

maria fernanda graça e silva.jpg

A Comissão para o Livro Negro do Fascismo funcionava no âmbito da Presidência do Governo e era composta entre outros por José Carlos de Vasconcelos, Raul Rego, etc.

Publicou uma séria de estudos e recolha de documentos em edições baratas e cuidadas que são imprescindíveis para estudar a Ditadura.

Foi extinta por Cavaco Silva por razões que ele saberá, quando chegou ao Governo. Economicismo barato.

Numa dessas edições:

Presos Políticos no Regime Fascista IV – 1946-1948, 1985s

foi publicada  a ficha policial da dirigente oposicionista abrantina, Fernanda  Silva, de que aqui já se falou.

Era imprescindível pegar nesses livros e nos arquivos da PIDE-DGS e militares e retratar os abrantinos que estiveram presos por razoes políticas.

Retirou-se, com a devida vénia, a ficha de Fernanda Silva, do blogue Silêncios e Memórias do investigador e Prof. universitário João Esteves

 

Para terminar só dizer que o marido de Fernando Silva, o dr. Orlando Pereira é  um dos únicos ''abrantinos'' (com o General Marques Godinho  e de alguns membros dessa família perseguidos por levarem Santos Costa aos tribunais, devido à morte do General) mencionados por Mário Soares, no '' Le Portugal Bailonnée'', que ainda hoje é a melhor história da Oposição à Ditadura.

 

ma 

 

Orlando Pereira era natural de Alenquer, Fernanda Silva de Beja, Marques Godinho das Galveias, abrantinos para nós são todos os que atrabés duma permanência larga entre nós ajudaram a tecer esta comunidade 



publicado por porabrantes às 19:05 | link do post | comentar

Quinta-feira, 09.07.15

Com a devida vénia do Blogue -Silêncios e Memórias

 

maria fernanda corte real graça e silva.jpg

 

 

''Filha de Emília de Mascarenhas Corte Real Graça e Silva, com raízes numa família abastada, monárquica e conservadora do Algarve, e do republicano Henrique Augusto da Silva, advogado e conservador do registo civil de Beja, nasceu em Setúbal a 1 de Outubro de 1925. 

 
Frequentou o Colégio do Sagrado Coração de Jesus entre a 1ª classe e o 3º ano, quando passou para um liceu estatal, e cursou Direito na Universidade de Lisboa. 
 
Começou cedo a sua militância política, a que não terá sido alheia o republicanismo e antisalazarismo do pai, bem como a perseguição a este movida pelas autoridades do Estado Novo por ter assinado as listas do Movimento de Unidade Democrática e o convívio com oposicionistas comunistas. 
 
Na Faculdade, fez parte do MUNAF, a convite de um colega de Direito; em 1945, com 19 anos, associou-se ao numeroso grupo de estudantes que aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas; no ano seguinte, integrou a Comissão Central do MUD Juvenil com, entre outros, António Abreu, Francisco Salgado Zenha, Júlio Pomar, Mário Sacramento, Mário Soares, Octávio Pato e Rui Grácio; e conheceu o futuro marido, Orlando Pereira, estudante do 2.º ano e dirigente estudantil ligado ao Partido Comunista. 
 
Data de então a sua adesão a este, fazendo-se a intervenção no âmbito daquela organização juvenil, onde foi a única mulher a ter lugar na primeira direcção composta por dez homens. 
 
Foi enquanto dirigente do MUD Juvenil que foi presa por duas vezes, o que fez com que não concluísse imediatamente o curso: a primeira, em Évora, juntamente com Júlio Pomar, a 27 de Abril de 1947, foi libertada quatro meses depois; tornou a ser detida, desta vez em Beja, em 24 de Abril de 1948, recolhendo mais uma vez ao Forte de Caxias. 
 
Saiu em liberdade condicional passados três meses, em 29 de Julho. 
 
Julgada inicialmente pelo Tribunal Plenário de Lisboa em 15 de Março de 1949, seria condenada a 40 dias de prisão correccional e suspensão de todos os direitos políticos por três anos. No entanto, a sentença seria agravada para 100 dias de prisão correccional, por acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 19 de Julho de 1950. 
 
Casou neste ano e a partir de 1951 a militância foi-se desvanecendo em resultado de passar a residir com a família em Abrantes, para onde o marido fora tomar conta de um escritório de um advogado amigo.

Participou ativamente na campanha eleitoral da oposição democrática de 1969, tendo discursado no comício realizado pela CDE em Santarém a 4 de Outubro de 1969.

Na sequência da revolução de Abril de 1974 e da nomeação daquele como notário, partiu para Lisboa. Só então concluiu o curso, tantas vezes adiado ora por questões políticas, ora pelo nascimento dos filhos. 
 
Na capital, retomou as ligações partidárias, leccionou no Liceu Passos Manuel a disciplina de Introdução à Política e exerceu, por escasso tempo, a advocacia num escritório particular. 
 
O quarto volume de Presos Políticos no Regime Fascista insere cópia da sua “Biografia Prisional”, incluindo as três habituais fotografias enquanto presa política; e Vanda Gorjão entrevistou-a para o seu trabalho Mulheres em tempos sombrios. Oposição feminina ao Estado Novo, citando-a com frequência. Trata-se, aliás, de uma obra imprescindível para compreender o percurso pessoal, político e profissional de Maria Fernanda Silva, bem como das mulheres oposicionistas da mesma geração. 
 
[João Esteves]''
 
 
Alinhavo umas notas que acrescentarei, pormenorizadas, quando houver tempo. Não é claro o seu afastamento da política entre 1951 e 1975. Fernanda Silva foi de facto a líder do MDP-CDE abrantino entre pelo menos 1973 e as primeiras eleições para a Assembleia Constituinte em 25-4-1975.
E conduziu o MDP local (e também o PCP) numa linha ortodoxamente dura. Maria Fernanda Silva estava longe de qualquer desvario euro-comunista
Nessas eleições o seu marido, o saudoso Dr.Orlando Pereira, candidato pelo MDP no Distrito de Santarém não foi eleito e houve uma estrondosa vitória do PS, encabeçado por Maria Barroso.
E saiu eleito  Manuel Dias, por Abrantes, porque à ultima hora o candidato abrantino previsto, um conhecido Advogado, desistiu.
Cabe ao ilustre causídico contar essa história um dia destes.
ma
 


publicado por porabrantes às 20:59 | link do post | comentar

Quarta-feira, 08.07.15

 

 

santarém cde 69.jpg

 Maria Fernanda Corte Real Graça e Silva, jurista, abrantina, comunista, burguesa (tenho de ir beber um copo com o filho, o cher Orlando), anti-fascista, ex-dirigente do MUD Juvenil, uma das mulheres mais importantes nos anos 40 no movimento estudantil,  mulher do Advogado Dr.Orlando Pereira, desafia a ditadura falando pela CDE de Abrantes, ao lado de Maria Barroso, no comício da Oposição na capital do Distrito, em 1969.

 

Transcrevo a notícia:

'' Grande vibração no comício democrático em Santarém

SANTARÉM 4—(Do nosso enviado especial) — Um entusiasmo vibrante caracterizou a primeira sessão de propaganda dos candidatos democráticos do distrito de Santarém, realiza-da no Cine-Teatro local Muitas centenas de pessoas assistiram á sessão, que foi presidida pelo dr. Fidalgo Pereira, que estava ladeado pelos candidatos No palco sentaram-se ainda representantes <te comissões concelhias do Movimento Democrático e o representante da autoridade. O dístico da «Democracia» e «Amnistia» e as cores nacionais decoravam a sala Uma bandeira portuguesa cobria completamente a mesa da presidência
A sessão foi aberta peio gr. Alves Castelo, da Comissão Coordenadora da C.D.E. de Santarém, que em breves palavras inicieis, pediu uma salva de palmas por todos os que caíram pela Democracia e manifestou. depois a confiança na vitória fina das forças democráticas. dos homens comuns.
O mesmo orador apresentou, depois um a um, os seis candidatos, a quem a assistência dispensou calorosas salvas de palmas, ao mesmo tempo que gritavam «Liberdade», «Democracia» e «Abaixo o Fascismo».
Desigualdade entre a Oposição e a U. N.
O primeiro orador foi o dr. João Luís Lopes, candidato á advocacia Começou por pôr em relevo a desigualdade entre a Opinião Democrática e a União Nacional, nas presentes eleições
No finai, o dr. João Luís Lopes pediu uma ampla amnistia.
Falou, a seguir, o dr. Antunes da Silva. Fez ume crítica severa ao Regime, Historiou as razões que levaram o Estado Novo a promover as eleições citando a frase de Salazar de que «não se pode governar contra a vontade dum povo».
Maria Barroso: uma voz empolgante
Maria Barroso, a oradora seguinte, deu, com a sua voz extraordinária, palavras que foram aplaudidas entusiasticamente pela assistência.
Lembrando que estivera em Santarém há 22 anos, a grande actriz apresentou-se como combatente do Regime.
Com simplicidade — mas também com extrema convicção, que empolgou a assistência — Maria Barroso referiu-se a vários aspectos da actual situação portuguesa.
António Reis, que falou a seguir, dissertou longamente sobre as questões do ensino.
No fim da sua exposição pediu a reforma democrática do ensino e a normalização da situação universitária, segundo as bases aprovadas na reunião nacional do Movimento Democrático. Afirmou que «qualquer reforma democrática do ensino tem de passar por uma reforma geral das estruturas portuguesas». A finalizar referiu-se á situação da agricultura, defendendo a expropriação de latifúndios e sua entrega a associações de agricultores.
O eng.° Lino Neto — recebido, a seguir, com calorosa salva de palmas — começou por criticar o conceito da Pátria, do Estado Novo, dizendo que Pátria é o Povo.
Acentuou que o Povo português demonstrou sempre ser patriota, enquanto as classes dominante se vendiam ao estrangeiro.
Em apoio da sua afirmação lembrou os períodos de D. João I, dos Filipes, do Liberalismo e, finalmente, dos tempos de propaganda da República. «O povo português sabe governar-se, mas não o deixam» — disse.
O papel do escritor
O escritor Alexandre Cabral 1evantou-se, depois, para ler o seu discurso.
Depois de nós só a Turquia
O dr. Fidalgo Pereira, falou, a seguir, das condições em que se desenvolve uma campanha eleitoral, considerando que estas eleições são idênticas ás anteriores. Quando se referiu ao general Humberto Delgado, que apelidou de «o general Sem-Medo», foi alvo de uma impressionante ovação.
Comparou, depois, a situação de Portugal com outros países europeus, demonstrando, com auxílio de estatísticas, que o nosso País ocupava quase sempre o último ou os últimos lugares («depois de nós só a Turquia)».
A finalizar fez um largo exame dos problemas mais prementes do distrito.
Por último lugar falou a dr. Maria Fernanda Silva, de Abrantes, que se empenhou na desmistificação da noção salazarista de «democracia orgânica», historiando as lutas de Oposição, desde o Movimento de Unidade Democrática até aos nossos dias.
A assistência guardou, depois, um minuto de silêncio em memória do general Humberto Delgado e de todos os que caíram na luta pela Democracia. Seguiu-se a entrega de um ramo de flores ao candidato António
Reis por uma representante da juventude do distrito.
A sessão terminou com a declamação, por Maria Barroso, do poema «Ode á liberdade, de Jaime Cortesão, entusiasticamente aplaudido pela assistência.''  

 

devida vénia ao blogue 1969 Revolução Ressaca e ao seu autor Gualberto Freitas

 

o recorte acho que é do Diário de Lisboa, então dirigido por Ruella Ramos (que mandava o Saramago escrever os editoriais como ele queria...), de  6-10-1969

 

Do lado do fascismo encontrava-se....Magalhães Mota, como candidato, que terminou ao lado do Armando Fernandes no PRD.

 

Mas para ser justo, haverá que dizer que, como deputado da ala liberal, Mota combateu a Ditadura, coisa que não posso dizer do Fernandes...

 

Finalmente a culpa não é nossa pelo facto de Manuel Dias não ter falado neste comício da CDE

 

Faltavam-lhe muitas das coisas  que tinha a Camarada

 

Maria Fernanda Corte-Real

Graça e Silva

 

que honrou os compromissos de Abrantes com uma velha dama, esta

 

alvega republica artur.jpg

(azulejos numa casa de Alvega, genial foto do Artur Falcão)

 

ma

 

nota: Nunca vi a mulher de extraordinária cultura que foi a Senhora Drª D. Maria Fernanda Corte-Real Graça e Silva dar uma entrevista a dizer que os ''fascistas'' a queriam enforcar na Barão da Batalha, mas vim um ignorante e falsificador da história dizer isso num jornal, de que é directora uma amiga minha 



publicado por porabrantes às 14:15 | link do post | comentar

Sexta-feira, 25.04.14

Nas farsas eleitorais fascistas (alguma aprimorada por um senhor a quem a Câmara deu uma medalha e que pressionou os operários da sua fábrica de azeites a irem votar Tomás) foram poucos os candidatos abrantinos.

 

 

Fomos ver quem foram e cingimo-nos aos candidatos às ''eleições'' para deputados (1945-1973)  que o Prof.Salazar e o tipo que se rendeu no Carmo organizavam para dar uma fachada pluralista ao regime autoritário.

 

 

Que se possam dizer abrantinos houve dois:

 

 

''   

PEREIRA, Orlando Rodrigues Dante (1924-1987) – Santarém, 1961 – Nasceu em Alenquer a 24 de Março de 1924 e faleceu em 13 de Julho de 1987. Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa e fixou-se em Alpiarça, exercendo advocacia. Pertenceu ao Movimento de Unidade Democrática (MUD), de cuja comissão académica fez parte. Esteve activo nos serviços de candidatura das campanhas eleitorais para deputados e foi

apoiante da candidatura do dr. Arlindo Vicente à Presidência da República. Como advogado, interveio em vários processos, julgados nos Tribunais Plenários. Desempenhou diversos cargos na Ordem dos Advogados: delegado às assembleias-gerais, entre 1963 e 1971, e delegado na Comarca de Abrantes, entre 1968 e 1971.'' (1)

 

O Dr.Orlando viveu largamente em Abrantes, foi bem conhecido no foro abrantino, teve um papel relativamente destacado nos episódios relacionados com o período de pós-25 de Abril de 1974, como a sua mulher Drª Fernanda Pereira. Seria candidato pelo MDP-CDE em 1975 à Constituinte e foi derrotado, dada a humilhante votação que teve este partido-satélite do PCP nestas eleições. Abandonou Abrantes e estabeleceu-se em Lisboa como notário.

 

Quem lhe devia fazer a biografia era o dr. José Amaral, que o conheceu melhor que eu. Fico è espera. De qualquer forma já aqui se escreveu alguma coisa sobre ele para onde remetemos o leitor

 

  

http://porabrantes.blogs.sapo.pt/604235.html

 

 

http://porabrantes.blogs.sapo.pt/tag/arlindo+vicente

 

Naturalmente, a cidade deve-lhe uma homenagem, porque foi candidato pela Oposição no Distrito de Santarém em 1961 e 1965, e 1961 é um ano terrível para a Oposição. Naturalmente teve prejuízos profissionais por ser Opositor ao regime, não podendo aceder ao Notariado por ''desconfiança política''.

 

Como poderão verificar nos links citados aparece já em 1958, com Duarte Castel-Branco, Costa e Simas, etc sob batuta do Advogado e escritor Vergílio Godinho a preparar a frustrada candidatura presidencial de Cunha Leal.

 

Depois dele, só aparece outro, o  familiar da minha querida professora de liceu, D.Maria do Céu Aleixo, o eng. António Mendes Aleixo, candidato pela Oposição em 1973, em Portalegre ao lado do Marquês de Fronteira e Conde da Torre,  D. Fernando de Mascarenhas e do arq. Teotónio Pereira. O eng. Aleixo teve depois uma assinalada trajectória no PPD-PSD do Distrito de Portalegre

 

 

 

 

memória nisense

 

''

ALEIXO, António Mendes (1933) – Portalegre, CDE, 1969 – Nasceu em Barreiras do Tejo, Abrantes, a 23 de Maio de 1933. Fez os estudos secundários em Santarém e emTomar e os estudos preparatórios de engenharia em Coimbra. Licenciou-se em engenharia electrotécnica, correntes fortes, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Entre 1961 e 1994, a sua actividade profissional desenrolou-se principalmente no

Alentejo, no sector eléctrico: em particular, foi adjunto (1961-1963) e engenheiro-chefe da secção de Nisa da Hidro-Eléctrica do Alto Alentejo (HEAA), acumulando então com a responsabilidade da condução dos aproveitamentos hidroeléctricos das centrais da Póvoa, Bruceira, Velada, Foz, Pracana, Idanha, Maranhão, Montargil e Gameiro. Entre 1974 e 1980, foi engenheiro-chefe da secção de Nisa e responsável pelo Departamento

dos Sistemas Primários da zona Alto Alentejo-EDP. De 1980 a 1984 foi responsável pelo centro de distribuição da direcção operacional da distribuição Tejo-EDP. Posteriormente,  exerceu cargos de administração em empresas dedicadas a energias. Em 1969, foi cabeça de lista por Portalegre e em 1974 aderiu ao Partido Popular Democrático (PPD), quando da sua formação, tendo pertencido a vários mandatos nas comissões políticas distritais de

Portalegre. Em 1974, foi fundador da comissão política concelhia de Nisa do PPD, da qual foi presidente durante vários mandatos. Foi também membro da comissão instaladora dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD) e seu secretário distrital de Portalegre (1985-1997). Fez parte da comissão instaladora do Sinergia. Sindicato de Energia - em Junho de 1989, tendo pertencido aos órgãos sociais do sindicato desde a sua fundação.

Foi deputado municipal do concelho de Nisa durante dezoito anos (1979-1997). (2) (...)

 

Algumas personalidades políticas de concelhos vizinhos foram candidatos e citam-se Francisco Lino Neto (ligado ao Mação), António Reis (Mação), Pequito Rebelo (Gavião) e pouco mais.

 

Realmente é escassa a colheita de políticos anti-fascistas abrantinos, tendo de se reconhecer que a Ditadura viu florir aqui gloriosos expoentes dos quais destacarei Maria de Lourdes Pintasilgo e Rosa Casaco, mas a safra anti-fascista de  ''políticos'' anti-fascistas foi pequena. Outra coisa será a de sindicalistas, militares (com o General Marques Godinho o mais destacado), militantes das lutas estudantis, militantes da luta armada (houve um muito importante), operários, etc.....Mas essa fica para outro dia....

 

   

MA

 

(1) e (2) -texto entre aspas: Mário Matos Lemos, coor e prefácio Luís Reis Torgal, Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973 ), Assembleia da República-Texto Editora, Lisboa, 2009 

 

 

 



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