1895. Está no governo o Partido Regenerador dirigido por Hintze Ribeiro, com apoio de João Franco, que começa uma carreira política que dá que falar.
O político de Alcaide é Ministro do Reino e portanto controla os governadores civis e estes o aparelho caciquista, composto pelos padres, influentes e cabos de esquadra. Da sua cor, porque também há o aparelho do P. Progressista, que em Abrantes conta com a Família Abreu ( a de Solano), o padre Martins (Vigário de S.João e depois de S.Vicente), o banqueiro Visconde do Tramagal, uma poderosa família aristocrática de Alvega, a família Falcão etc.
Do lado do P. Regenerador, está omnipresente o major Avellar Machado e o seu homem de mão, o bacharel Emílio Segurado e quase todo o aparelho burocrático e eclesiástico do concelho, que lhe obedece.
E o Visconde da Abrançalha, o riquíssimo morgado Ataíde, o rendeiro e feitor dele, o Álvaro Damas e o dr. António Bairrão, do Tramagal, Presidente da Câmara, mais outro tramagalense , o farmacêutico Motta Ferraz..
Hintze governa em ditadura (ou seja com as Cortes fechadas) e anuncia que muda a lei eleitoral restringindo o número de votantes, acabando com a representação das minorias, centraliza o poder com novo código administrativo, suprimindo concelhos, vai tentar também liquidar na prática a Câmara de Pares.
E ameaça aumentar os impostos.
José Luciano lança uma enorme campanha de protesto, que em Abrantes se traduz num comício em que falam o banqueiro do Tramagal, o dr. Zeferino Falcão, o padre Martins, o publicista republicano Magalhães Lima , o político e académico Frederico Laranjo (que seria Par do Reino em 1898) e convidam o dr.Ramiro Guedes, líder da pequena formação republicana local.
Presentes representantes dos Lojistas de Lisboa e da Associação comercial dessa cidade
O ''meeting'' reúne umas 3 mil pessoas....,segundo Eduardo Campos, que deve ter confiado demais na propaganda progressista.
Presidiu ao comício o morgado e banqueiro João Themudo de Oliveira Mendonça, que no cartão de visita gostava de exibir ''Visconde do Tramagal, bacharel formado em Direito e vice cônsul de Hespanha em Abrantes'', secretariado por Ramiro Guedes e pelo rico comerciante, residente no Largo de S.Julião (onde está o pátio traseiro do Palácio Falcão), José Pedro Machado, António Dias Estevinha e António Maria Santos.
Choveu mas parece que isso não assustou a assistência.
O Ramiro Guedes botou discurso e fez o seu primeiro banho de massas, graças ao P.Progressista.
Disse o Visconde Mendonça '' A nossa Constituição, que custou rios de sangue e lágrimas, está hoje calcada aos pés''.
Mas a estrela foi Frederico Laranjo, cabo eleitoral na região (era de Portalegre) dos progressistas:
Tudo isto é a versão do P.Progressista no seu órgão jornalístico
De forma que convém avisar que em 3 de Fevereiro houve um comício progressista, do partido de José Luciano de Castro, em que o minúsculo PRP abrantino fazia de figura decorativa.
A imprensa regeneradora conta a coisa doutra forma e diz que só estavam 500 pessoas.
Diário Ilustrado, órgão regenerador, 4-2-1895
Só para terminar convém citar o padre Martins, uns meses depois, na véspera das eleições de Novembro, quando Avellar foi reeleito, depois duma burla eleitoral medonha, '' Não creio na eficácia das lutas de palavra, nem de imprensa, perdida como está a noção de lei, necessitamos além da abstenção um movimento enérgico e decidido ''.
(reunião de Lisboa do P.Progressista)
O Padre andava furioso com o dr.António Bairrão e companhia pela destruição do Convento da Graça, a medida estrela dos regeneradores locais.
Mas tudo se acalmou....o rotativismo ainda tinha pernas para durar e a ''velha raposa'' ou seja José Luciano voltaria ao poder em 1897
mn
ver Eduardo Campos, Cronologia do Século XIX
http://maltez.info/respublica/portugalpolitico/eleicoes_portuguesas/1895.htm
Era 1700 e esta edição parisiense destacava uma freira abrantina do Convento da Graça.....
morreu a freira em 1640.
Haveria (e há ) decerto mais notas biográficas, bibliográficas e hagiográficas sobre a monja dominicana e se procurarmos nos arquivos talvez se recolha a vera efígie da sóror Margarida.
Mas por enquanto, só vamos anotar a repercussão internacional da sua vida devota.
E que um livro de setecentos, saído nos prelos de Paris, falou dela.
Nenhum livro estrangeiro fala do obscuro Presidente regenerador, o advogado Bairrão que demoliu o convento onde se penitenciou Madre Margarida.
Ganhou ela pelo menos por 1-0 ao tramagalense.
Já agora, era dono o Mosteiro duma herdade no Campo do Alcoural, de que era foreiro o Visconde da Abrançalha, da família do arquitecto Duarte Castel-Branco,
em finais do século XIX.
A crónica dava pano para mangas.
Mas fica por aqui, uma prazenteira esplanada espera por nós, e talvez para acompanhar a imperial se peça uma tigelada, cuja receita inventaram as gulosas freiras da Graça em seiscentos
Aposto que madre Margarida era boa doceira.
mn
a história da herdade foi-nos contada pelo Arquitecto e confirmada nos Arquivos nacionais
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