Repomos os comentários em dia, apesar da preguiça estival, diz-nos o Sr.Dr. Velez:
Comentário no post A Expulsão da Anabela
.Falou-se de GENTE DAS NOSSAS GENTES, que alguns como eu ainda tiveram oportunidade de conhecer; o que será uma mais valia para nós próprios...Claro que sim, o Sr. Capitão Andrade; claro que sim os Caldeira de Mendanha; claro que sim o Comendador Dr. Francisco Soares, prestigiado cirurgião a exercer em Coimbra, que ao longo de toda a sua vida só fez o bem aos seus amigos e concidadãos, mas gratuitamente, nunca tendo sido amigo da Liga do filho do outro...sempre jogando com ligas verdadeiras, tanto nas mulheres como com as da vida, mas definitivamente nunca gostou de rezas e pendões, nem da padralhada e foi um dos homens que influênciou a minha maneira de ser.Num dos Natais pós 25 de Abril, disse-lhe que me filiei na J. Centrista. Respondeu-me irado: és doido ou comes merda ? Oh Xico ! Hoje não é dia para isso. Nunca virou a casaca e eu também não, mas ainda hoje me questiono o que lhe devia ter respondido.Sobre ele e brasões, também podia dizer umas coisas, mas não me apetece.Sobre outros brasões, até posso falar: mais nêsperas e menos caroços.A mulher de César não pode dar baldas e sobre ela não se deve dizer: salto na cabra e vendo-a.Amigo Xico Soares: fazes cá falta.
António Velez
Caro António:
Virar a casaca é, muitas vezes, próprio de oportunistas. Já os conhecemos. Às vezes há oportunistas com brasões. O Visconde da Abrançalha tinha um Tio que o protegia, o levava ao Café Marrare e a Paris a instruir-se e a ver as coristas, chamava-se D.Álvaro....
As casacas do D. Álvaro, não lhe foram viradas, a família vendeu-as em leilão, mais os livros, que os alfarrábios queimam as pestanas e as obras de Bocage são impróprias de beatos,
PARA UM DICCIONARIO
dos
PÒRTÜGUEZES NOTÁVEIS DO MEU TEMPO
D. ÁLVARO
(..)
Bocca arqueada, enorme, mas fresca,
entreaberta sempre, como a rosa que
elle usava na lapella da casaca,— de
qualquer das quarenta casacas que tinha, pretas
urnas, outras verde garrafa, outras azues de botoes
amarellos, outras de panno forte a duas costuras
para de dia, outras de abotoar, outras com
botões de bronze representando cabeças de bichos,
outras...
Quarenta casacas, emfim I
Das quaes se fez leilão.
E, por signal, no leilão, o pregoeiro deixandose
ir na toada de annunciar as obras de Bocage,
que o Lopes livreiro da rua do Oiro acabava
de reeditar prefaciadas pelo Rebello da Silva, e
de gritar:
Mais dois volumes do mesmo autor!
Mais outro volume do mesmo autor!
Mais trez volumes do mesmo autor!
Passou ás casacas, e:
—,Mais quarenta casacas do mesmo autor!
gritou.
Grande elegante, o D. Álvaro.
Um dos príncipes do Chiado, e de S. Carlos;
um dos soberanos do Marrare. Em Paris, n'uma
viagem com seu sobrinho, hoje visconde da
Abrançalha, cuidava estar ainda no Chiado, no
Marrare, e, sempre á vontade, combinava com
este cavalheiro:
Ás cinco horas no café Montmorency; o
primeiro que chegar, espera pelo outro.
O primeiro que chegava perguntava a algum
dos moços:
O meu tio veiu?
Já appareceu por cá o meu sobrinho?
O moço nunca sabia. ''
é o que conta Mariano Pina na
já não tendo casacas familiares para vender, há quem pura e simplesmente vire a única que tem.
Mariano Pina era amigo de Eça,
devia ser meio anarquista para se meter com os vende-casacas.
mn
foto do Mariano: Biblioteca Nacional
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