O livro ''Portugal à Lei da Bala'' de António Luís Marinho e Mário Cordeiro, Ed Temas e Debates, 2018, pretende demonstrar a falácia de Portugal enquanto país decretado de ''brandos costumes''.
Há uma longa história de violência política no rectângulo, que muitas vezes esquecemos.
É uma leitura muito recomendável.
Os autores tiveram a bondade de citar este blogue, a propósito do atentado a Oliveira Salazar, de que foram protagonistas, entre outros, Emídio Santana, libertário, e o comunista abrantino Marques Granja
Algum plumitivo doutorado e não só cá do burgo já roubou daqui textos, aprendam com os autores de Portugal à Lei da Bala, o que é a honestidade intelectual.
A estes, o nosso obrigado.
mn
António Marques Granja foi o abrantino, de Alferrarede, envolvido no atentado libertário contra Salazar, organizado pelo anarquista e dirigente sindicalista Emídio Santana, em 1937.
Passou largos anos numa penitenciária por lutar pela Liberdade.
Já se falou aqui dele. Estava ligado ao PCP, segundo Santana, mas terá agido à margem das estruturas bolcheviques segundo o dirigente da CGT.
O Pacheco Pereira, na sua biografia de Cunhal, considera que a explicação não é tão linear, e que serviços secretos da República Espanhola (então combatendo a ''Cruzada'' nacionalista) e eventualmente do Komintern podem ter intervido, no apoio à onda de ataques bombistas que pouco antes visara centros de apoio lusos aos militares espanhóis sublevados.
Essa interferência processar-se-ia à margem e sem conhecimento do aparelho do PCP. É uma hipótese que traça Pacheco, mas que não está confirmada.
Em 2013, foi editada esta obra de João Madeira, que ainda não tivemos tempo de ler.
Um episódio do programa da RTP ''Antes da Pide'', de Jacinto Godinho, relatou a história e dele se retirou a imagem da ficha do resistente de Alferrarede.
António Marques Granja, foi depois do General Godinho, o abrantino que mais fez para derrubar o fascismo e que mais caro pagou.
Um homem a quem devemos respeito e que ensinou os doutos revolucionários de cadeirão. À bomba, naturalmente.
ma
créditos: RTP 2, programa citado e Colectivo Libertário de Évora (livro)
Entrevista ao dirigente anarquista Emídio Santana, por Luís Salgado de Matos, in Análise Social, vol XVII, 1981
Martins Júnior ao lado de Afonso Costa, foto de Josua Benolieil, arquivo de O Século, Outubro (ou Novembro) de 1910
Martins Júnior foi ainda grande financiador da agitação sindical e da Federação Maximalista Portuguesa, futuro PCP
parte das brigadas armadas do Partido Radical engrossaram a futura Pide, diz Santana
tinham contas a ajustar com a Formiga Branca, as milícias armadas do Partido Democrático, que inclusivamente possuíam um Esquadrão da Morte para executar sindicalistas
Santana foi o cérebro do atentado a Salazar, onde participou um abrantino, o comunista António Marques Granja
Falta naturalmente uma biografia de Martins Júnior, aliás João Augusto da Silva Martins, irmão do caudilho integralista local Henrique Augusto
ma
Este homem, que conheci, Emídio Santana, bom amigo do Dr.Mário Soares e já agora hóspede da generosa hospitalidade do Marquês de Fronteira, D.Fernando de Mascarenhas, quando abriu as portas do palácio Fronteira, em 1969, em Lisboa, porque mais ninguém tinha as coisas no sítio para dar abrigo às reuniões dos inimigos da Ditadura, foi o paladino da CGT, da Anarquia, dum sindicalismo revolucionário que não aceitava nem ordens de Moscovo nem a colaboração de classes, que foi como terminou o primeiro secretário geral do PCP, Carlos Rates, sentadinho na Câmara Corporativa, quem sabe se no mesmo banco de Lourdes Pintasilgo.
Foi ele também que com uns camaradas fez ir pelos ares o carro de Salazar e se enfrentou a Rosa Casaco. Haveria por aqui mais algum abrantino?
Conversa para outro dia....
O Miguel Serras Pereira fez-lhe o prefácio das Memórias.
Houve sindicatos libertários em Abrantes?
Soavam tambores de guerra em Espanha.
Era 1931 e o Camarada Emídio era director do nº1 do Jornal Solidariedade, órgão dos sindicatos mineiros e metalúrgicos e decerto não deixaria oportunidade de organizar os trabalhadores do Tramagal e de Abrantes, quer quisesse ou não o Sr.Soares Mendes ou o Senhor Eduardo Duarte Ferreira, o ex-ferreiro, agora patrão e capitão da indústria.
Agradece-se ao Colectivo Libertário de Évora a gentileza.
Editado pelo dr. João Soares.
Lembram-se do alferes Lobato Falcão, deportado em Angola, com Mário Castelhano, que morreria no Tarrafal???
Há por aí memórias de outros anarquistas abrantinos a descobrir.
MA
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