Debret, Casa de negreiro cigano no Brasil
Uma das principais actividades da comunidade cigana brasileira foi o tráfico de escravos.
A 11 de Abril de 1572, Manuel Ferreira, vizinho de Abrantes, capitão de navio, que fazia o trato da Guiné, vende o preto Biafra, Filipe de nome próprio. O Filipe tinha 20 anos. Comprara-o 9 anos antes.
Trabalhava o Ferreira para Duarte de Leão e António Gonçalves de Gusmão, que tinham o trato da Guiné contratado com o Rei.
Comprara o Filipe Biafra, com 11 anos, ainda menino, nas partes da Guiné.
Vendeu-o por 115 ducados
Vende-o a Pedro Aragonês nas Canárias.
São múltilos os documentos assinalando a presença de abrantinos nas Canárias, nesta época.
mn
João Dornelas, escudeiro d'el Rei, era contador do almoxarifado de Abrantes em 1433, no tempo de D.Duarte.
E subiria na carreira administrativa.
Em 1445 armou uma caravela para caçar escravos guanches nas Canárias, e fez 20 cativos em Las Palmas.
Porém como as coisas estiveram a ponto de correr mal.........pensou comer (ele e a tripulação) os escravos.
Era adjunto da empreitada esclavagista, Diogo Portocarrero
Dentro dos gloriosos vultos da expansão marítima e da contribuição abrantina, só faltavam 2 antropófagos: Dornelas & Portocarrero, SA
Não se deve acusá-los de racistas, os guanches eram brancos, muitos louros e de olhos azuis.
ma
Monumenta Henricina, vol I, pag 47, Coimbra, 1960
Católico, Manuel Joaquim era devoto de Santo António, o santo especialista em encontrar escravos fugidos. E cá actualmente em encontrar coisas perdidas.
Manuel António compaginava o catolicismo com a devoção pelo candomblé.....
um grande artigo de João Reis (Universidade Federal da Bahía, São
Salvador – Bahia – Brasil)
DE ESCRAVO A RICO LIBERTO:
A TRAJETÓRIA DO AFRICANO
MANOEL JOAQUIM RICARDO
NA BAHIA OITOCENTISTA*
mn
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Num concelho de fronteira, onde as milícias concelhias viviam do fossado em terra islâmica, é óbvio que a compra e venda de cativos mouros tinha de estar regulamentada no foral afonsino.
ma
O Juiz Conselheiro Francisco José Velozo foi um homem dum saber e duma erudição prodigiosa.
Neste trabalho, que é um capítulo da sua tese de licenciatura, disserta sobre a influência profunda do direito islâmico no sistema penal medievo, vigente no Sul e Centro do País.
E aborda o castigo previsto para o dono dum escravo mouro, que no Médio Tejo, faça das suas.
O dono responde penalmente pelas tropelias que fizer o mouro.
Francisco José Velozo, ''O Homicídio no Direito Muçulmano ''
Tinha de andar com cuidado o dono do escravo, porque a sua cabeça podia rolar, dado que respondia pelos crimes que eventualmente praticasse o muçulmano cativo.
Era assim em Tomar, Torres Novas...Ourém, etc....
Ler teses destas, onde se nota o magistério do grande Mestre que foi Marcello Caetano, é um gosto.
ma
François Soyer, El comercio de los esclavos musulmanos en el Portugal Medieval, rutas y papel economico, in Espacio Tiempo y Forma, nº 23, 2010
Depois venha uma doutorada transmontana explicar a François Soyer que não havia escravos na Idade Média
ma
O escravo ateu
''A António, escravo de João Fernandes, morador na vila de Santarém, perdão por, com fúria, ter dito ao seu senhor que descria de Deus, pelo que andava amorado. 1502-12-29. Portugal, Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 37, f. 59v.''
O escravo do preto
''A Estêvão Pais, criado que fora de Pedro de Anhaia, mercê, por se assim é, de metade de um escravo por nome António, que ficara de Pero Fogaça, preto forro, natural de Benim, o qual falecera, vindo para o reino em um navio, sem fazer testamento, nem ser casado, nem ter herdeiros, vindo da Ilha do Príncipe. 1520-05-15. Portugal, Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 38, f. 26.''
O escravo de Constância
''A António Cubas, escravo de João Rodrigues, morador em Punhete, perdão por ter fugido da cadeia depois de visto o parecer de D. Pedro de Meneses, desembargador do Paço. Portugal, Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 44, f. 85v.''
já agora
António Cubas fora preso por mandado dos juízes de Abrantes depois duma inquirição sobre um fogo posto na Charneca, termo de Punhete fora considerado culpado por ter sido visto a apanhar cinza no lugar da queimada, facto relacionado com um privilégio concedido às freiras do Mosteiro de Santa Clara de Lisboa, o que era não era motivo para ser preso. António Cubas fora preso e antes de lhe serem postos os ferros conseguira fugir. Terá de pagar 300 reais a Afonso Botelho, com cargo de recebedor, para as despesas da Relação, tendo-se de passar uma carta comprovativa desse pagamento nos 15 dias seguintes, sem esta carta não haverá perdão. Pagou os ditos 300 reais que foram carregues por Marcos Esteves, capelão e escrivão. Não indica o nome do escrivão.
e muito mais escravos aqui
devida vénia Torre do Tombo donde se retiraram os dados
mn
José Hinojosa Montalvo, Intercambios comerciales entre Portugal y Valencia a fines del siglo XV, ''El Dret portugues''
Actas das II Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval, Volúmes 1-2, pag 772, INIC, Instituto Nacional de Investigação Científica, Porto, 1987
O Doutor Candeias não regista para 1492, o bravo João de Abrantes, negreiro, entre os heróis no rol que fez em ''Abrantes na Expansão Ultramarina''
Mas teremos de registar o Juan de Abrantes, presumivelmente abrantino, como grande empresário de ''import-export''
Não nos venham contar que faltava espírito comercial aos abrantinos de quinhentos.
Uma dúvida, seria judeu?
Boa parte da ''trata'' estava nas mãos de portugueses (e abrantinos) desta comunidade.
O Prof. Hinojosa adverte contudo que a presença de mercadores portugueses no tráfico de escravos em Valência era residual nesta época.
mn
sobre o assunto: Grandes empresários abrantinos: O negreiro Simão
Um bispo abrantino vende escravos chineses
Qual era o impacto do tráfico negreiro na fortuna dos homens poderosos de Abrantes no século XVIII?
Os ''historiadores'' locais não o conseguiram apurar.
Mas alguns cantaram a grandeza de D.Rodrigo, o grande Marquês, diplomata e intelectual ilustre, que jaz em Santa Maria do Castelo.
O aristocrata tinha fartos interesses no Brasil e bastantes escravos.
A historiadora brasileira Denise Vieira Demetrio, nesta tese da Universidade Federal Fluminense, aborda com muita profundidade o assunto.
Ler a tese é um bom presente de Natal.
E temos de agradecer à Doutora Denise Demetrio esclarecer-nos sobre a dimensão atlântica da poderosa Casa abrantina e ainda o gráfico que lhe roubámos.
ma
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