A entrevista publicada na integra no Abrantes é nossa foi fortemente cortada e desvalorizada pela ESTA (Escola Superior de Tecnologia de Abrantes) quando saiu no EstaJornal. Aliás, se analisarmos bem essa entrevista notamos dois fatos:
O primeiro é que a entrevista não foi publicada na integra no site do EstaJornal online, por motivos que desconhecemos. Aliás nem na integra nem de maneira nenhuma. O que não faz sentido porque trata-se da história de vida de um aluno da ESTA, não seria motivo de orgulho pela instituição ter este exemplo de vida patente?
O segundo motivo, como podem ler no site do Abrantes é nossa, o aluno fala como vê a escola, as praxes, o ensino em Portugal, uma visão de alguém que veio de fora e portanto faz criticas duras ao conformismo de muitas pessoas e alguns responsáveis.
Toda essa critica que deu corpo à entrevista não foi publicada no EstaJornal, só aproveitaram a parte em que ele diz que teve o apoio do IPT (Instituto Politécnico de Tomar).
Podíamos por em dúvida as boas intenções de quem dirige o EstaJornal: não publicam os conteúdos que são publicados no EstaJornal Online o que é publicado no EstaJornal impresso porque é prática da casa. Então o que está a fazer a entrevista da Fátima Felgueiras e do Miguel Paulo Silva no site do EstaJornal? Entrevistas que saíram na mesma edição impressa [da entrevista de Fábio Jorge].
Porquê, a entrevista do aluno Fábio Jorge não foi lançada na plataforma online? Nós sabemos que ele não foi acusado de nenhum saco azul nem tem uma vida repleta de vitórias numéricas como o Senhor Miguel Silva, mas tem uma vida contínua de luta, sacrifício e uma opinião muito critica do ensino em que foi inserido, deve ser isso que incomoda.
A vida que nos contam ser de bem e só bem fazer sentido publicar, não é nem informação nem tão pouco sério. Trata-se de manipulação. Usar o certo para fazer o errado. Manipular a realidade é feio e desonesto. O que nos vale dizer que tudo está bem quando de fato não está? Podemos chamar, sobre essas bases, jornal ou preferem propaganda politica?
Fábio Jorge passou por uma guerra, foi colocado num seminário ainda miúdo e lá ficou até ter maioridade. Passou fome, viu a miséria de frente. Teve a sorte do destino: encontrou documentos do pai que provavam a nacionalidade portuguesa, um pass para uma nova viragem na sua vida. Uma vida mais digna. Batalhou para chegar à ESTA. A Instituição Abrantina que para ele é uma vitória. Teve coragem e disse, mesmo assim, o que via de mal no ensino. E antes de termos a humildade de aceitar criticas, que no fundo nos dão oportunidade de melhorarmos. O que fazemos? Não mostramos o que não queremos mostrar no jornal e nem pensar publicar na Internet. Custa-nos relembrarmos quem somos de fato e que papel temos na sociedade.
Interessa mais aos abrantinos saber da vida intima de Felgueiras, do que o tesouro que Abrantes abraçou.
Podem censurar as palavras. Criar leis para impedir a manifestação critica que desenvolve e faz pensar uma sociedade. Mas jamais censuram a alma guerreira e vitoriosa de quem quer trazer algo de bom à comunidade onde estão inseridos.
Quantos mais vão ter de ser ignorados para uma imagem falsa e desonesta prevalecer?
Sensacionalismo não é sinónimo de informar, não ignorar a realidade. Sensacionalismo indirecto é o que se está a passar. Quando não temos integridade para fazer o que está certo, usamos a palavra certo para fazer o desonesto.
Ao Fábio Jorge só nos resta dizer: Admiramos-te por teres seguido pelo caminho certo, teres a coragem de dizer o que sentes mesmo seres financeiramente pobre, e portanto facilmente prejudicado.
O mundo precisa de pessoas corajosas. Que olhem para os outros sem pensar em negociatas.