As testemunhas disseram que o ''homem era avesso à violência'' (2), nesta hagiografia, de Raul da Silva Pereira, retrata-se a biografia dum homem saído da pequena-burguesia abrantina, que gostava muito do Vaticano II e foi importante a fundar a prestigiada revista ''Análise Social''.
As testemunhas recrutadas nos meios académicos não explicaram se o homem era alérgico à fraude eleitoral.
Entretanto os contínuos da PIDE-DGS passaram anos à sombra, sem culpa formada e o Pires Cardoso, grande amigo dum fascista reciclado, Francisco Pereira de Moura, gozava duma reforma dourada.
Hierarquicamente o Pires Cardoso foi por 2 meses chefe dos Pides.
Como as coisas não são brancas nem pretas, entre os companheiros do Pires Cardoso, na gestão da Emissora Nacional, dois nomes míticos do fascismo e depois da Resistência, Humberto Delgado e Henrique Galvão.
ma
(1) e (2)'' Raul da Silva Pereira
Prof. Doutor José Pires Cardoso (1904-1990)
Ensaio biográfico de um homem simples
Edição do autor para ofertas
Fora do mercado
Lisboa 2019
Num artigo alucinante sobre os malefícios do fascismo diz assim o Jana:
''Em 1974, frequentavam o ensino secundário em Abrantes 961 alunos no Liceu e na Escola Industrial''
E depois para mostrar a bondade da Revolução acrescenta '' em 1994 eram 1549, no Liceu, na Escola, no Tramagal e nas Mouriscas''
Naturalmente a Revolução fez milagres.
Ora consultando o Relatório da Gerência 1969 da CMA verifica-se
Em 1969 havia 3.013 alunos a frequentar o Ensino Secundário e Preparatório no concelho.
Dos quais 2.083 no ensino público.
Se a estes descontarmos os 594 que frequentavam o Preparatório Público: 1489 no secundário.
Ou seja havia menos alunos no Secundário em 1994, que em 1969.
Porque o concelho se desertificou, graças à gestão das Câmaras socialistas onde os esposos Jana foram Vereadores da Cultura.
Termina o homem dizendo que tinha um carro da treta em 1974, certamente por culpa dos fascistas.
Esquecendo que o chefe do Partido dele tinha em 1974, um vistoso Jaguar.
Era o saudoso dr Eurico.
ma
O ex-deputado à Constituinte de 1975, Manuel Dias, dá uma estranha entrevista à Zahara, nº 23 sob o título ''Oposição ao Estado Novo em Abrantes''.
A entrevista é de Alves Jana,subdirector do boletim.
O Dias começa por dizer que se lembra da actividade oposicionista local ''a partir de uns anitos antes de 1950.''
Começa a falar da candidatura Norton de Matos, que data de ''1948-1949.'' Estranhamente não ouviu falar do homicídio do General Marques Godinho em 1947 e dum enterro que deu brado em Abrantes.
Assim não tem de falar do alegado responsável Santos Costa, Adriano Moreira dixit.
Diz o Dias que ''Abrantes era uma terra politicamente pacata''. Pois, onde os Generais abrantinos eram mortos pela Ditadura e os oposicionistas como o Dias não davam por isso.
Na introdução o Jana diz que o Dias anda com falta de memória, nota-se....
No entanto se o Jana se tivesse dado ao trabalho de estudar a cronologia e ajudar o entrevistado, talvez a coisa saísse menos caótica e absurda.
Como era a Oposição nos anos 40, em Abrantes?
Há dados ? Há, nos arquivos e publicados. E algumas coisas são chatas.
A carta do snr. Correia está na B.Nacional e não vou apresentar Barbosa de Magalhães.
in
Dou um salto em frente, depois de descobrirmos que havia bufos entre a Oposição local.
Quem eram?
O salto é longo, porque o Dias também não se lembra da candidatura de Delgado em 1958 e de quem estava lá, mas nós já aqui dissemos que à volta de outro Godinho, os democratas se organizam e combatem.
O herdeiro do ex-nacional-sindicalista e depois comunista dr.Vergílio Godinho, no seu escritório de Advogado, é o dr. Orlando Pereira.
Este é candidato da Oposição em 1961 em Santarém, mas o Dias também não deu por isso.
Depois o Dias salta para 1972 e diz que houve eleições. É falso.
As eleições foram em 1969 e aí a Oposição divide-se entre a CDE (mais ou menos influenciada pelo PCP) e a CEUD (controlada pela ASP).
Nos anos 70 o Dias cai na megalomania ''Nessa altura, anos 70, os rostos da Oposição era eu e pouco mais''.
O ''pouco mais'' era o Correia Semedo, o Duarte Castel-Branco e o Orlando Pereira, os clandestinos comunistas no Tramagal, de que sabemos o nome, etc.
Antes dos 70, no Chave de Ouro é metido na grelha o estudante Jorge Pessoa Santos Carvalho, como o atesta a respectiva ficha da PIDE, mas o Dias também não se lembra.
Acontece que o Doutor Jorge Santos Carvalho teve de viver no exílio em Belgrado, enquanto o Dias metia tesouras e alfinetes na política abrantina, e também foi o peticionário nº 4, e isso é subversivo.
Continua o Dias a trocar coisas e diz que a D.Fernanda Pereira, mulher do Dr.Orlando era comunista (ou seja muito perigosa como o Santos Carvalho) e não podia sair de casa, que era nesta avenida.
A ''residência fixa'', que o Dias diz que a PIDE teria aplicado à Drª Fernanda, a ter existido, não implicava obviamente que a estimada Senhora não pudesse sair.
Acontece que eu a costumava a ver tomar a bica no ''Pelicano'' com a D.Maria da Luz Semedo, Presidente da organização ''Antigas Alunas do Colégio de Fátima''.
Não vou negar nem a actividade anti-fascista da D.-Fernanda, que vem do MUD, nem a sua vastíssima cultura, nem o seu assanhado sovietismo, mas era uma pessoa simpática e amável com quem dava gosto conversar, excepto sobre a URSS.
Finalmente o artigo oferece-nos boas fotos, porreira uma com o Mário Semedo na varanda da CMA ( o Mário era afilhado do dr. Esteves Pereira), mas algumas como a da Drª Maria Barroso são posteriores ao 25 de Abril, onde o Dias alega que os ''terríveis comunistas'' lhe quiseram dar umas chumbadas em Alpiarça.
Sobre tudo isto, remete-se para este artigo do dr. Eurico Consciência.
Finalmente com o tempo o Manuel Dias vai recuperando alguma memória, agora já vai admitindo que o dr. Eurico foi o principal fundador e homem essencial do PS cá na terra em 1974-1975.
De tanto falar no dr. Orlando e misturar o antes e depois do 25-A, o Manuel Dias esquece-nos de contar que o Advogado se candidatou contra ele em 1975 pelo MDP-CDE.
MN
Um dos mais célebres saneamentos de párocos foi o do P. Felicidade Alves, que era titular da paróquia dos Jerónimos.
De menino bonito do Cardeal Cerejeira e de Américo Thomaz a proscrito.
Dera em progressista e pagou por isso. Terminou depois do 25 de Abril em agitador gonçalvista.
Quem é que foi capaz do clero abrantino de se solidarizar com ele?
Quem foi capaz de desafiar um Cardeal, que obedecia ao fascismo?
Quem foi?
Monsenhor Carvalheira, então o padre missionário José Genro Carvalheira, que na selva de Moçambique, assistia à constante violação dos direitos do homem, por parte da Frelimo e das Forças Coloniais.
Dessa terra atribulada, vem a carta solidária contra o Cardeal salazarista.
Cheia de bons conselhos e de valentia, porque as cartas do Padre Carvalheira e as do P.Felicidade iam invariavelmente parar às mãos dos esbirros fascistas.
O P.Carvalheira terminou a carreira eclesiástica (feita em grande parte sob direcção de gente ilustre, como D.Eurico Dias Nogueira ou o Cardeal Lustiguer) como humilde Pároco de Rio de Moinhos.
Apesar de ter sido feito Monsenhor graças ao Cardeal de Paris.
E então vivia no Rossio ao Sul do Tejo, como se já disse alguma vez.
Um homem ilustre, valente e humilde.
ma
créditos: Fundação Mário Soares, Jornal Tornado (P:Felicidade), a outra foto já não sabemos, as nossas desculpas
O professor de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa, Edmundo Corvelo era um homem próximo de Armando Larcher, chefe dos Serviços de Censura e a João da Costa Leite (Lumbralles), um dos mais poderosos ministros de Salazar. Graças a esta proximidade conseguiu ser nomeado Vice-Presidente do CELIJ -Comissão Especial de Literatura Infantil e Juvenil. Foi o redactor das '' Instruções para a Literatura Infantil'' que permitiram um ataque furioso e histérico contra as histórias de quadradinhos, que levaram inclusive à proibição episódica da revista ''Tintim''.
Porque reproduziu um foguete soviético....
O herói de Hergé fora publicado pela primeira vez, numa língua estrangeira, em Portugal, graças ao P. Abel Varzim e ao saudoso (para leitores do ''Cavaleiro Andante'', como eu) Adolfo Simões Muller.
Chefiava a CELIJ-o Professor Serras e Silva, catedrático de Coimbra, o homem que ensinara Cerejeira e Salazar a distinguir entre os talheres de peixe e carne.
Serras e Silva era do Sardoal, como já se viu aqui.
Numa magnífica tese de doutoramento, importante para a história da BD e das mentalidades, defendida na Faculdade de Letras, em 13-2-2019, Ricardo Leite Pinto, com o título: ''Censura e as Publicações Periódicas Infanto-Juvenis no Estado Novo : o papel da Comissão Especial para a Literatura Infantil e Juvenil e da Comissão para a Literatura e Espectáculos para Menores(1950-1968)'', analisa o papel do censor Curvelo e das cúpulas clericais-fascistas (com Moreira das Neves como figura destacada) na luta pelo controle ideológico da BD.
E vem agora o pormenor abrantino, a família de Curvelo vivia em Abrantes e o seu espólio foi doado à B.António Botto. Foi aqui, o local, onde estavam os documentos que permitiram mostrar que o Curvelo era um fascista e um censor.
Na António Botto, está a carta de Raymond Leblanc, da editora do Tintin protestando contra os atropelos da censura, que seguia as instruções do filósofo- censor Curvelo.
Uma grande tese, que merece um forte aplauso.
E uma mostra como os arquivos permitem desmentir mitos. Como o do Curvelo, democrata. Era um salazarista.
mn
Bibliografia: a tese citada, donde se extraiu quase toda a informação, excepto a dos talheres dos seminaristas. Esta deve-se a Franco Nogueira, na biografia de Salazar.
À memória das Lojas e Triângulos que na região se enfrentaram à Ditadura
À memória dos que estão no Grande Oriente Eterno
O bufo da polícia fascista foi estrangulado e atirado a um poço.
Era 22 de Março de 1931
O Jornal era o Paris-Midi
E depois venham contar que não houve resistência à ditadura.
A coisa terá de ser complementada com os Arquivos da PIDE-DGS.
ma
Caros, boa tarde
Dowson, chefe templário e o mais importante ideólogo da extrema-direita inglesa, segundo a BBC
Knights Templar International: Christian Knights or Fascist Front?
mn
JN hoje
O terrorista afirmou pertencer à renascida Ordem Templária, visitou Tomar e diz ter a benção doutro assassino ''templário'', Anders Behring Breivik
É lixo o manifesto do australiano ou há uma organização terrorista internacional ''negra'', que se reivindica templária?
E o Tomar templário, que faz parte do imaginário desta gente e que é regularmente visitado por seitas gnósticas e pseudo-templárias, pode tornar-se um chamariz para loucos e asassinos?
Já o Anders Behring Breivik disse que era duma ''renascida ordem templária''.
É certamente uma incógnita (esta) e a existência duma organização terrorista que as polícias têm de averiguar.
mn
O José Manuel Pintasilgo foi um fascista assumido, como a mana, até que esta deu em católica progressista.
Donde lhe vinha a costela, além dos Ruivos da Silva, que deram dirigentes à ANP abrantina?
A Dona Lourdes passou o tempo a esconder a vida do pai.
Neste livro os autores querem transformar Jaime de Matos Pintasilgo em livre-pensador e anti-clerical. E republicano.
(...) ''Jaime Pintasilgo, republicano, sibarita, iconoclasta, pagão convicto; (...) porque não gostava de padres, nem das instituições, nem das tradições'' (...)
Tudo isto porque não encontraram o registo do casamento católico entre Amélia Ruivo da Silva e Jaime Pintasilgo....
Em 16-1-1922, a União, boletim do Centro Católico, o partido de Salazar, dava conta da criação na Covilhã da delegação local da Juventude Católica, a Jota do partido clerical
Aquele homem divertido, que querem converter em anti-clerical era do Conselho Fiscal do partido pré-salazarista, que defendia um Estado Corporativo e Autoritário, seguindo as ordens de Roma.
Terminou a faena a propor um voto de louvor ao Cónego Anaquim, um clérigo muito famoso por se opor à República.
Para anti-clerical e republicano não está mal.....
Quanto aos autores do livro, investigassem melhor....
ma
História
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montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
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