Os Planos Municipais contra Incêndios são obrigatórios. Durante o reinado da cacique (2012-2016) não havia plano em Abrantes. A floresta ao abandono, o órgão que devia planear a prevenção quase não se reunia e actores fundamentais na gestão da floresta ou da prevenção não estavam representados.
''Desde 2001 ardeu 54% da área florestal, 97% em apenas cinco anos'' e a cacique e os amigos políticos achavam que não era necessário plano e os recursos gastos na defesa da floresta quase só limitaram às transferências financeiras para a Associação de bombeiros.
Entretanto o eucalipto era implementado sem qualquer fiscalização, fosse em terras férteis, fosse noutros tipo de terras.
''Em sede de contraditório, a vereadora da Câmara Municipal Ricardina Lourenço, informou ter votado contra todos os pedidos de florestação com eucaliptos discutidos em reunião da Câmara, devido “(…) ao facto de haver falta de informação, quer quanto ao local, bem como à adequação da plantação desta espécie, temendo a existência de brutais áreas de eucaliptais podendo, em caso de incêndio, pôr em risco a vida e os bens das populações (…)”, considerando que “Tais alertas foram simplesmente ignorados pela maioria que governa o município (…)”.
A vereadora da Câmara Municipal Elza Vitório alegou não ter havido qualquer pedido de arborização com eucaliptos que fosse negado e que áreas agrícolas e de pinhal foram convertidas em eucaliptais, sem qualquer verificação ou fiscalização.''
fonte: Relatório do Tribunal de Contas
Há um manifesto promovido pelas multinacionais eucalipteiras em defesa da praga australiana.
Já há autarcas da região e associações a assinar.
As eucalipteiras estão associadas ao latifúndio monocultural e à poluição que devasta os nossos rios.
Os eucaliptos associados aos fogos, que são praga conhecida, e à destruição da biodiversidade.
Sempre que se fala disto regressamos a Gonçalo Ribeiro Telles:
«É um abuso inqualificável dizer que está a arder uma floresta em Portugal. Cientificamente, esta afirmação não tem qualquer validade».
(...) O que está a funcionar como um barril de pólvora são povoamentos mono específicos (de uma só espécie) desprovidos de qualquer variedade biológica. Não se trata de mata ou de floresta, mas sim de mato, que exige a permanente limpeza para a produção de madeira destinada à indústria.
Considerado o primeiro ecologista português, Ribeiro Telles acusa os Governos, os autarcas e as universidades de «ignorância atroz», por terem uma noção completamente errada do território e por defenderem «a floresta inexistente». «É uma anedota absurda», lamenta.
O que deve ser feito, então, urgentemente? O ordenamento do território implica o investimento na mata, que deve funcionar por «zonagem», ao preencher as zonas frágeis em termos de erosão, ou seja, nos grandes declives e nas barreiras. Ao mesmo tempo, é importante construir as sebes para a agricultura, com o objectivo de defender as culturas. «A sebe é o estádio final da mata para permitir a agricultura do homem», explica, e «nada disto está a ser feito».
A terceira aposta, deve ser a recuperação dos montados de sobro ou de azinho (cortiça) ou dos soutos (castanheiros). O montado é uma interface entre a agricultura e a pecuária, uma pastagem «que raramente arde e que regenera facilmente».
Outro aspecto fundamental no ordenamento do território é a ocupação do espaço e a recuperação da aldeia. Para o arquitecto paisagista é necessário valorizar o sistema aldeão, porque corremos o risco de ter o País despovoado e à mercê dos grandes empreendimentos, idêntico à exploração dos madeireiros da floresta Amazónica.
«Numa escala diferente, estamos também a expulsar os índios, como acontece quando vimos as populações a correr quando há os fogos».
Encara como «embuste», a forma recorrente de se responsabilizar os proprietários por «deixarem os terrenos ao abandono». Diz que os donos das terras vieram para a cidade e perderam a orientação dos marcos, que foram sendo retirados ao longo dos tempos. Hoje é impossível reproduzir o cadastro, porque não sabem quais são os limites da propriedade.«DESASTRE» COM ORIGEM NOS ANOS 30
Gonçalo Ribeiro Telles enuncia três etapas que contribuíram para «a destruição do País». Os erros começaram no século XIX com plantação de pinhal bravo, que existia apenas nas areias do litoral. O País, que era um carvalhal compartimentado por culturas, passou a ter uma percentagem excessiva de pinheiro bravo. Mais tarde, por volta de 1930, assistiu-se à arborização de 400 mil hectares de baldios, no Gerês, com pseudo-tesugas, pinheiros, cedros, faias e carvalhos-americanos, que acabou por «expulsar» as comunidades de agropecuária do Norte.
Recorda que a política da época está retratada no livro «Quando os Lobos Uivam» de Aquilino Ribeiro.
A seguir, apareceram os eucaliptos, e novamente os pinheiros, para satisfazerem as indústrias de celulose e de madeiras para a construção civil. «Assim desapareceu a agricultura no fundo dos vales, a cabra que dava leite e cabrito, o leite que dava queijo, ou os matos que davam o mel e a aguardente de medronho. Um cenário muito diferente daquele que existe, onde se vê crescer o pau com destino para a celulose».
«Estas produções podiam não ter grande peso para o Produto Interno Bruto (PIB) mas contribuíam para a fixação de população no local», sublinha.
«Hoje somos um País sem população no interior - entregue às grandes extensões de povoamentos para a indústria - com taxas de emprego altíssimas no litoral. Portugal está transformado num deserto».
O ex-ministro de Estado e da Qualidade de Vida culpa ainda as autarquias por «não entregarem» as aldeias aos emigrantes que regressam à terra de origem e responsabiliza-as por disponibilizarem loteamentos, ao longo das estradas, sem um sistema de planeamento, equipamento e de concentração.
«Depois vê-se as pobres populações aflitas, metidas em casas no meio da chamada "floresta", quando os culpados são as autarquias que deviam ter incrementado o desenvolvimentos das aldeias».
«A política florestal tem sido desastrosa», e nenhum Governo, desde a década 30, conseguiu ter consciência das necessidades do País.
«É preciso iniciar imediatamente um verdadeiro ordenamento do território, o que demoraria menos de uma geração».
«A árvore está a ser perdida todos os dias. Se a árvore deixa de estar na mata, na sebe, nos pomares, no montado, na cidade, o que temos é uma cultura artificial que pode dar muito dinheiro durante um curto intervalo de tempo a alguns mas que pode acabar com o País», conclui, ao lamentar ainda a inexistência do Programa Nacional de Ordenamento do Território.
Mestre Gonçalo, entrevista ao ''Diabo'', 17 de Agosto de 2005
mn
Nesta crónica Margarida Totgema destroça a ''política florestal'' da cacique, Luís Dias, Valamatos, Celeste e Caseiro Gomes.
Em causa a eucaliptização selvagem da nossa terra
mn
O património dum concelho tem de ser visto numa perspectiva multidisciplinar e panorâmica. Não o constituem só as pedras mas também a paisagem e sobretudo as criaturas vivas. Por isso o Miguel se insurgiu aqui, como eu, contra o regresso ao fanatismo beato, reaccionário e hipócrita de que são exemplo em Abrantes certos beatos como é o caso do Pico, e assumimos a defesa da Bruna, que não precisava da nossa defesa para nada porque o País está com ela.
Hoje vimos abordar outra perspectiva do património de Abrantes que são as árvores, tão dizimadas pelos fogos e pela ignorância pública e privada, divulgamos em primeiro lugar uma oliveira classificada como património nacional nas Mouriscas.
Divulgamos aqui os dados que constam na página web do Ministério sa Agricultura sobre este magnífico exemplar, como diria o Marcello
Nº Processo: | KNJ1/478 | Classificação: | Aviso nº 4 de 02/01/2007 |
| |||
Nome Científico: | Olea europaea L. var. europaea | ||
Nome Vulgar: | oliveira | ||
Interesse histórico ou paisagístico | Árvore de grande antiguidade testemunhado pelo perímetro do tronco, oco e cariado que servia de abrigo aos pastores. Conhecida regionalmente por Oliveira do Mouchão. | ||
| |||
Distrito: | Santarém | Coordenadas X: | 204486.777488 |
Concelho: | Abrantes | Coordenadas Y: | 278347.239047 |
Freguesia: | Mouriscas | Longitude: | 8º 4' 54,71" O |
Morada: | Cascalhos | Latitude: | 39º 28' 20,72" N |
| |||
Perímetro da Base: | 12.30 | Perímetro a 1,30m: | 6.60 |
Diâmetro da Copa Norte/Sul (m): | 7.00 | Diâmetro da Copa Este/Oeste (m): | 6.00 |
Altura (m): | 7.80 | Idade (anos): | 300 |
Por curiosidade anotamos que esta centenária oliveira foi classificada por despacho do Director-Geral de Florestas, o peticionário Prof. Eng. Francisco Castro Rego, grande amigo de Abrantes como o testemunha o seu apoio deste a primeira hora à petição. O Eng. Francisco Castro Rego é o maior especialista português em fogos florestais e se a CMA o tivesse consultado há muito que podia ter implementado uma política séria de preservação da floresta abrantina. |
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)