Em 15 de Outubro de 1654, o Rei D.João IV nomeia um mercenário inglês, Francisco Naper, capitão-mor de Abrantes
Naper, oficial de cavalaria, tinha mostrado bons serviços na fronteira do Alentejo mas metera-se numa briga entre oficiais e levara um tiro numa perna, que gangrenara.
Não houve mais remédio, para os físicos, que com um cutelo, amputá-la.
O Bragança prometera a Naper, um posto onde o manco pudesse continuar a carreira militar, agora que não podia montar corcéis.
A capitania abrantina, onde a função era arrebanhar mancebos ( e velhos) para as fronteiras ameaçadas, é cargo compatível com a coxeira do veterano soldado inglês.
Só uma dúvida, levaria perna de pau?
Dom João ett.a
faço saber aos que esta minha carta patente virem que considerando eu o muito que conuem a meu seruiço auer na villa de Abrantes pesoa de seruicos, e experiência das cousas da guerra que exercite o cargo
de capitão mor delia e de quem justamente se possa fiar que tratara da defensa daquclla praça nas oeasioes que se otlerecerem com o cuidado desuelo e vigilaneia que pede a importância delia
E considerando eu assi mesmo que npessoa de Dom francisco naper concorre todo o referido por ser soldado de ualor, e muita experiência adquirida nas guerras deste Reino, e nos postos que ocupou em que
procedeo com particular satisfação e que nesta ocupação me seruira muito a meu contentamento e com aquelle zelo ualor e bons procedimentos com que o ha feito ate gora em tudo o de que foi encarregado, por todos estes respeitos hey por bem e mez praz de o nomear como por esta carta o nomeo por capitão mor da villa de Abrantes para que sirua nella este cargo emquanto eu ouuer por bem
e não mandar o contrario com a qual auera o mesmo soldo que por entretenimento goza nesta corte com que se lhe continuara na mesma forma que se lhe fez ate gora e gozara de todas as honras priuilegios preeminências liberdades izencões e franquesas que por rasão deste
cargo (de que por esta carta o hey por metido de posse) lhe pertencem podem, e deitem pertencer. Pelo qne mando aos ( apitaes, officiaes e soldados das companhias da dita villa e seu districto lhe obedecão cumprão e guardem suas ordens tão inteiramente como deuem, e são obrigados e o dito Dom francisco naper jurara na forma costumada que coinprira em tudo as obrigações do dito cargo.
Por tirmesa do que lhe mandei dar esta carta por mim assinada e sellada com o sello grande de minhas armas.
Dada na cidade de Lisboa aos quinze dias do mez de outubro D. Luis a fez Anno do nacimento de nosso s.or Jesu Christo de l654, e eu Antonio Pereira a fiz escreuer. =El-Rey.
T. do Tombo, liv. 17 da Secretaria da Guerra, fl. 168 r.
in Christóvam Ayres de Magalhães Sepúlveda, Historia organica e politica do exercito portuguez: provas, Volumen 2
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