Isso meu amigo, são nomes de bons e leais Fulas, raça de senhores, estirpe de guerreiros, que fizeram a djidah por Portugal.
Pagava ao Homem Grande da Tabanca uma viagem a Meca o Kako Baldé, que era o nome de guerra dum bravo que já se batera contra os russos em Estalinegrado, dirigira uma carga de cavalaria da GNR contra o povo que vitoriava Delgado à porta do Liceu Camões, e fizera a guerra em Angola.
Em troca dum Fode Embaló se passar a chamar Hadji Fode Embaló os seus homens caçavam balantas.
Spínola era o nome da lenda de monóculo e dele ouvi dizer a Galvão de Melo: O Coronel Spínola era muito famoso em Angola. No distrito dele não havia turras, mas também não havia população civil.
Armou os fulas para se defrontarem com os balantas e e enfrentou-se a um caudilho indígena de etnia papel, o Nino, que fez a guerrilha com ferocidade e génio.
Dirigiu um tio meu uma coluna que saiu de Bafatá, Chaimites como as de Abril, tudo tropa vinda da EPC da velha Scallabis e iam ver duma tabanca fula que os ''grunhos'' tinham flagelado.
No final da picada, lá estava a aldeia fula. Há problemas perguntaram? Não, meu alferes, aqui tem as orelhas dos balantas.
Um dia, o capitão da companhia passou-se dos carretos. O nome vem nos jornais da época. Tinha estado preso em Goa, quando Vassalo e Silva se rendeu quase sem dar um tiro. Ficara um pouco passado. Dizia que estava farto de perder guerras. Andava o Spínola de amores com Senghor, aquele poeta amigo de Pompidou, tinham estudado na Sorbonne juntos e para fazer um trio juntava-se o Aimeé Cesaire, o poeta crioulo da Guadalupe, que nunca defendeu a independência da sua terra, porque dizia, cínico, os franceses escravizaram-nos durante 400 anos, agora terão de andar outros 400 anos a sustentarem-nos com subsídios.
As tropas lusas apanhavam morteirada vinda do Senegal e não podiam replicar. O bravo capitão passou-se. Invadiu o Senegal e destruiu o primeiro posto fronteiriço. Não ficou contente. Havia mais postos da tropa senegalesa e do PAIGC uns 10 Km para lá da raia. A Coluna arrasou-os também e regressaram vitoriosos e eufóricos a Bafatá.
O escândalo foi tal que deu reunião do Conselho de Segurança da ONU. E o capitão transferido para a Metrópole onde foi julgado em tribunal militar, sendo Advogado o cunhado, que depois foi Secretário dos Negócios Estrangeiros em algum governo PS.
O bravo capitão é hoje arquitecto e pintor. Mas de vez em quando dá-lhe a nostalgia das guerras. Outro dia pedia num forúm da net cópia de algum guião do RI 2 porque estava a pintar os guiões de todas as unidades que combateram no Ultramar.
O alferes a quem ofereceram as orelhas era abrantino e já morreu. Em combate contra uma leucemia aos 40 anos.
Muitos dos bravos fulas foram entregues aos do PAIGG e foram fuzilados. Eram homens valentes e cruéis como os da esta tribo que o meu amigo Cidadão Abt resgatou.
Miguel Abrantes
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)