José Segurado Pimenta do Avellar Machado era um oficial de cavalaria abrantino, inimigo declarado do fascismo.
Diário de Governo, 31 de Agosto de 1911
Como tal sofreu as represálias da canalha salazarista, sendo alvo dum processo político.
''' Faz violentas campanhas e difamatórias contra o estado novo. Inimigo declarado da situação'' (1936) (A.Histórico Militar)
Era filho do político e militar rossiense, General José Pimenta de Avellar Machado e de D.Maria Bárbara Ferreira Segurado.
Que carreira teve?
Em 1925 estava em Macau, onde deve ter sido contemporâneo do futuro tenente-coronel João Villas-Boas Castel-Branco, que ali estava com a mulher, a nossa querida D.Maria Cristina Ataíde Castel-Branco. .
Foi nomeado promotor de Justiça junto do Tribunal Militar Territorial em 1925
(Arquivo de Macau)
Era certamente um homem temperamental.
Em 1926 teve uma auto por ofensas corporais voluntárias . Era acusado de ter ido à cara a outro tenente.
Em 1924 tinha sido proposto, quando era tenente do Estado-Maior, para ser condecorado com a Ordem de Avis. Não lhe foi dada a condecoração. (Arquivo da Presidência da República)
Morreu Governador de S.João Baptista de Ajudá em 1941.
Teve três irmãs D.Georgina Avellar Machado Soares Mendes e D.Maria Leopoldina Avellar Machado e ainda D.Maria Bárbara Avellar Machado. A primeira foi a que viveu toda a vida na Cidade e que teve um importantíssimo papel em obras de assistência social católica, designadamente na Sopa dos Pobres e no Patronato Santa Isabel.
Assim de repente, sem fontes primárias, é o apontamento que se pode traçar dum capitão reviralhista, cuja nomeação em 1938 para governar um pequeno enclave na Costa do Daomé, tem todo o sabor a castigo e a exílio.
Uma breve vista de olhos a Diogo Oleiro diz-nos no indispensável ''Abrantes Cidade Florida'', que o capitão Avellar Machado ''faleceu prematuramente na fortaleza de S.João Baptista de Ajudá''' e que tinha três irmãs (pp. 108).
Vou ver a publicação actualizada do Doutor Candeias Silva, ''História Cronológica do Concelho de Abrantes (da pré-história a 1916)'' e diz o que se transcreve
Diz o autor que o General Avellar Machado teve 3 filhas e esqueceu-se do irascível capitão que detestava Salazar.
Sustentou Alves Jana que os ''textozinhos'' do Diogo Oleiro eram mitológicos e alistou-se com o Candeias para montar uma nova '''narrativa'' da história abrantina.
Ainda não li, mas se a narrativa é como a da ''História Cronológica do Concelho de Abrantes (da pré-história a 1916)'''......arriscamo-nos a que desapareçam mais capitães anti-fascistas.
Já sei que as minudências genealógicas são complicadas, mas se tivesse sido editada a obra vencedora do Prémio Eduardo Campos, do dr. António Graça Pereira ( que ganhou o prémio, apesar de Candeias Silva) já havia uma base de dados fiável de genealogia abrantina, e não havia necessidade da ''nova narrativa fazer a D.Maria Cristina de Ataíde, ser filha dum Visconde regenerador.
ma
bibliografia : General Avellar Machado, por Diogo Oleiro, no ''Abrantes Cidade Florida''
Governo do Benim (ex-Daomé)
ps-Se alguém tiver dados sobre o casamento e descendência do capitão Avellar Machado agradece-se.
D.Ilustrado 30-9-1891
Acho que é o Rev. Sá Pereira, aliás o futuro Monsenhor Sá Pereira, natural da terra. Começou a carreira eclesiástica como Capelão da Casa Anadia em Alferrarede e quase chegou a Bispo. Em 31 de Março de 1891 tomou posse dessa Igreja. Era um homem com ligações políticas ao P.Regenerador, por isso Avellar Machado o foi visitar.
A foto é da Revista de Abrantes. O padre, antes de partir para altos voos, paroquiou S.João e foi Capelão da Santa Casa. Foi Comendador da Ordem de Isabel, a Católica ,e el-Rei D.Carlos fê-lo Comendador de N.Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Teve importantes cargos na magistratura canónica e o Papa Leão XIII (que ele conheceu) fê-lo Monsenhor. Tudo o que se refere à carreira do Sá Pereira deve-se a Emídio Salgueiro, na publicação citada.
Já agora, o doente é o conselheiro Lopo Vaz (de Sampaio e Melo), que na época era Ministro de várias pastas e o homem-forte do P.Regenerador, após a morte de Fontes. Fazia bem o deputado de Abrantes em ir à missa....para conservar assento em São Bento.....
Porém as missas de pouco serviram, Lopo Vaz morreria em breve.
wikipedia
mn
Foto da D.Gina -Abrantes cidade florida
Nota: Carta de Pároco da Igreja de Nª Srª da Anunciada da cidade de Setúbal. 1891. Registo de Mercês de D.Luís I
Como se viu, ontem, a última freira da Graça era parente chegada da Mãe de Avellar Machado, D.Joana Pimenta. O Diário Ilustrado andava atrasado, só deu notícia da morte uns tempos depois. Terá sido o coronel Avellar Machado a redigi-la?
A ''influenza'' era mais prosaicamente a gripe.
O ano é 1891
mn
Em 14 de Agosto de 1899 falecia a Dona Joana Pimenta, natural das Galveias,mãe do então Coronel José Pimenta Avellar Machado, influente político na vila de Abrantes.
A Senhora Dona Joana Pimenta era assídua do Convento da Graça, onde se dedicava à cavaqueira e a beber uns licores, com a Reverenda Madre Angélica Godinho, sua prima e a última freira que viveu naquele convento, demolido pela Vereação a que presidiu um vândalo chamado dr. Bairrão, Advogado tramagalense, que mandou construir o mamarracho que lá está.
O cacique José Pimenta Avellar Machado esteve envolvido na destruição do convento até às orelhas, por mais que a Senhora Dona Joana Rovisco Pimenta o ameaçasse e lhe chamasse selvagem. Um dia destes abordaremos esta actividade.
Mas como vimos o que tornou particularmente dolorosos os últimos anos da sua vida foi a perda do seu filho Joaquim Pimenta Avellar Machado aos 28 anos.
ma
Há um artigo sobre a genealogia desta família publicado no Jornal de Alferrarede, da autoria do dr. António Godinho.
Um dos empregos políticos do General Avellar Machado foi o de Comissário Régio na Companhia de Moçambique. Explica-se aqui o que era a Companhia
Segue carta (há muitas) do Senhor General ao Marquês de Fontes Pereira de Mello, Administrador Delegado da Companhia
Convém dizer que o Marquês não é o António Maria F.P. de Melo, que Bordalo homenageou dando o seu nome a uma revista satírica. É um familiar. O António Maria recusou qualquer título nobiliárquico.
Terá ido o abrantino alguma vez a África ou ficou-se pelos escritórios da companhia majestática, que eram na Rua do Alecrim?
Já aqui isto se referira, mas encontrou-se agora as cartas.
Curiosamente o irmão dele, o tenente da armada Joaquim Pimenta do Avellar Machado, morreu-lhe nos braços, jovem, depois duma doença contraída em Benguela, onde fora um Governador polémico.
Morreu em 29 de Outubro de 1892
Diário Ilustrado
Tenho ideia que o fado africano da família prosseguiu no século XX com mais algum familiar que, também militar, morreu cedo nas partes d'Além.
ma
Nas cortes do Reino de Portugal, falava Cristóvão Aires, 1901, tratava-se duma guerra de promoções entre militares de engenharia e militares médicos.
mn
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