O Chefe da Oposição Democrática Abrantina nos anos 50. O Advogado Vergílio Godinho dirigiu a campanha de Arlindo Vicente e do General Delgado, aliás como se já se tratou amplamente neste blogue.
De nacional-sindicalista a compagnon de route do PCP. Na sequência da campanha abrantina (com Correia Semedo, Duarte Castel-Branco, Costa e Simas, Orlando Pereira, Zé Valamatos, e muitos outros) foi preso e levado para Caxias.
Escritor de mérito , foi preso na sequência da campanha e mandado para Caxias onde passou dois meses enjaulado.
A prisão teve direito a manchete na primeira página do Avante
ma
devida vénia ANTTombo
Num relatório enviado pela entidade competente ao ditador acusa-se a família Moura Neves de falta de diligência no apoio ao candidato fascista Américo Tomás
Num artigo do Ribatejo, Mário Semedo identificou o dr.Armando Moura Neves como inabalável defensor do regime. O artigo do Mário é ainda das melhores coisas que se publicou sobre as eleições de 1958.
Mas nos papéis oficiais não se destaca a atitude de Armando Moura Neves.
Quem se destacam como inabaláveis apoiantes de Tomaz é a família Simão, Manuel Fernandes e o Presidente do Grémio da Lavoura e algum outro
Fernando Simão olhando o Almirante que ajudara a eleger.
ma
ps- destaca-se ainda o papel crucial do clero no apoio a Tomás
O livro de João Alves Falcato (Ed Avante, Lisboa,2018) relata a campanha eleitoral do Advogado Arlindo Vicente, em 1958. Já se falou aqui nisso. Para o que nos importa refere a intervenção do representante abrantino, Dr. Virgílio Godinho nos órgãos nacionais da candidatura. Noticia a constituição da comissão concelhia abrantina a 17 de Maio de 1958. (...) por 18 democratas, incluindo advogados, médicos, comerciantes, proprietários, operários e outras profissões''. (...).
Dá destaque à intervenção de oradores abrantinos na histórica sessão de Alpiarça (a terra com mais pergaminhos anti-fascistas do Distrito, onde Delgado teve mais de 80% dos votos) em 18 de Maio.
Além de Arlindo Vicente, falaram o director da ''Seara Nova'', Câmara Reis, Manuel Sertório, e Maria Fernanda Corte-Real Silva que sublinhou ''o idealismo que impregna aqueles que enfileiram na Oposição a afirmou a inabalável vontade de concorrer na luta eleitoral até à boca das urnas. ''
Referiu ainda ''que o facto de haver duas candidaturas não nos pode separar....''
Falou também um oposicionista local, Carlos Pinhão e o escritor e advogado de Abrantes, Virgílio Godinho. Encerrou o comício, Arlindo Vicente.
ver aqui
Composição da comissão de Abrantes, que depois da desistência de Vicente, passou a apoiar o General Delgado.
Resta recomendar a leitura do livro.
ma
Entrevista na Sábado de Sílvia Oliveira a Eduardo Catroga, Abril, 2018
A fraude denunciada foi realizada sendo o Dr. Manuel Fernandes, Presidente da UN/Abrantes e Presidente da Câmara o Major Machado.
Temos poucas memórias abrantinas e esta excelente entrevista é uma boa contribuição para as avivar.
mn
Passa mais um aniversário da morte do quase abrantino Humberto Delgado, espelho da honra e da democracia.
Já é tempo de honrar os abrantinos que lutaram por ele!
Com Vergílio Godinho na direcção
Com Duarte Castel-Branco, com Correia Semedo, com Costa e Simas, com Orlando Pereira, na primeira fila!
Com gente que depois foi do PCP (ou já era), do MDP, do CDS e do PPD, mas aparentemente ninguém do PS de Abrantes!
E até houve gente que foi depois da UN! E da ANP!
Os democratas foram estes ! Não há volta a dar-lhe.
em segunda fila, nas freguesias
Termina com um amigo meu que foi Presidente comunista da Bemposta, que saia o
Zé Valamatos
Foram estes os homens do General Delgado em Abrantes!
Honra a quem desafiou um palhaço chamado Thomaz!!!!!
mn
O Manuel Dias está ausente, como seria de esperar. O que é o meu amigo esperava? diria o Zé Valamatos.
ORLANDO PEREIRA (1924 - 2016)
Cidadão da Resistência contra a Ditadura durante décadas, muito respeitado em Abrantes, é considerado o líder da Oposição Democrática nesse concelho, nas décadas de 50, 60 e na primeira metade da década de 70 do Século XX. Em 1975, foi candidato a deputado, pelo MDP/CDE.
1. Nasceu a 24 de Março de 1924, em Alenquer (Merceana), onde o seu pai desempenhava o cargo de secretário da Câmara. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa. Na Faculdade conhecera a mulher com quem iria casar em 1950, Maria Fernanda Corte Real Graça e Silva, uma activa militante da Oposição, julgada em Tribunal Plenário (1).
Pertenceu à direcção do MUD Juvenil e esteve preso no Aljube, em 1949, juntamente com outros antifascistas, entre os quais Mário Soares. Mantinha, então, ligação ao Partido Comunista.
Foi para Abrantes em 1951, pela mão de Armando Martins do Vale, advogado de renome, para dar continuidade, como advogado, ao escritório do advogado João de Matos, quando este foi para juiz.
Mais tarde, em 1955, depois de ter feito estágio para “ Registos e Notariado”, em Mação, e concorrido para o notariado, foi-lhe vedado o acesso à função pública e impedido de ocupar o lugar de notário do Cartório de Albufeira, a que tinha direito ao ficar colocado em 1º lugar: tinha sido alvo do famigerado Decreto-Lei nº 25317, de 13 de Maio de 1935, que bania da Função Pública quem não desse garantias de fidelidade ao regime ditatorial do Estado Novo. Assim, não chegou sequer a tomar posse do cargo e foi advogado em Abrantes, durante um quarto de século, entre os primeiros anos da década de 50 do século XX e o princípio do ano de 1977 (2).
Orlando Pereira participou activamente em todas as campanhas eleitorais e, em 1961, foi candidato da Oposição, no distrito de Santarém. Em 1973, integrou a Comissão Nacional do 3º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro.
Como advogado, defendeu vários presos políticos julgados nos Tribunais Plenários.
Desempenhou diversos cargos na Ordem dos Advogados: delegado às assembleias-gerais, entre 1963 e 1971, e delegado na Comarca de Abrantes, entre 1968 e 1971.
2. Foi candidato do MDP/CDE a deputado, nas primeiras eleições democráticas realizadas e 25 de Abril de 1975, para a Assembleia Constituinte.
Na sequência da revolução de Abril de 1974 veio a ser reintegrado na Função Pública, mediante a simples prova do seu afastamento por motivos políticos, que estava patente no “Diário do Governo” em que fora publicada a deliberação do Conselho de Ministros que o demitiu; e, em princípios de 1977, Orlando Pereira era nomeado notário do 13º Cartório Notarial de Lisboa, um importante cartório na Baixa lisboeta, onde terminaria a sua carreira profissional. Faleceu no dia 21 de Junho de 2016, em Lisboa, com a idade de 92 anos.
(1) Maria Fernanda Silva (Pereira) fez parte do MUNAF; em 1945, com 19 anos, aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas; no ano seguinte, integrou a primeira Comissão Central do MUD Juvenil (sendo a única mulher), com Mário Sacramento, António Abreu, Francisco Salgado Zenha, José Borrego, Júlio Pomar, Mário Soares, Nuno Fidelino Figueiredo, Octávio Pato, Óscar dos Reis e Rui Grácio. Conheceu Orlando Pereira, estudante do 2.º ano e dirigente estudantil ligado ao Partido Comunista, e data de então a sua adesão a este partido, fazendo-se a intervenção no âmbito daquela organização juvenil. Foi enquanto dirigente do MUD Juvenil que foi presa por duas vezes, o que fez com que não concluísse imediatamente o curso: a primeira, em Évora, juntamente com Júlio Pomar, a 27 de Abril de 1947, foi libertada quatro meses depois; tornou a ser detida, desta vez em Beja, em 24 de Abril de 1948, recolhendo mais uma vez ao Forte de Caxias. Saiu em liberdade condicional passados três meses, em 29 de Julho. Julgada inicialmente pelo Tribunal Plenário de Lisboa em 15 de Março de 1949, seria condenada a 40 dias de prisão correccional e suspensão de todos os direitos políticos por três anos, mas a sentença seria agravada para 100 dias de prisão correccional, por acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 19 de Julho de 1950.
(2) Testemunho do advogado abrantino José Amaral: “Foi com ele que fiz o meu estágio, entre Março de 1976 e 30 de Setembro de 1977. Após o Dr. Orlando Pereira ter pedido a suspensão da sua inscrição na Ordem dos Advogados, quando foi para Notário (...) continuei no escritório do Dr. Orlando, pelo qual fiquei responsável, a tempo inteiro, a partir do dia 12 de Agosto de 1976, que é a data que marca o início da minha vida activa. Ele só vinha ao fim-de-semana, e nem sempre. Aprendi muito com ele». (facebook)
Biografia da autoria de Helena Pato
http://silenciosememorias.blogspot.pt/…/1016-maria-fernanda…
http://amar-abrantes.blogs.sapo.pt/faleceu-orlando-pereira-…
Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário, de Luís Reis Torgal e Mário Matos e Lemos.
Como resolvemos colher notas sobre a história da Casa de Saúde, um amigo disse-nos sabes onde era a Casa do anti-fascista e grande médico Costa Simas?
Lá lhe disse que era em frente ao Hotel. Isso é a segunda.
A primeira era esta
O Dr.Joaquim da Costa Simas além de médico importante, destacou-se pela sua actividade na campanha do General Delgado.
Algumas das reuniões onde estavam o dr. Vergílio Godinho, o dr. Correia Semedo, o arq. Duarte Castel-Branco e outros foram nesta casa.
Está na hora de lá meter uma lápide, aqui resistiu-se ao fascismo, em nome de Portugal e da Liberdade.
ma
General José Garcia Marques Godinho, Presente!
Acusado de homicídio involuntário: Fernando Santos Costa
nunca foi julgado, morreu em liberdade, com os galões de General, sob a protecção do Marechal Costa Gomes
contou outro dia o Jaime Nogueira Pinto numa tertúlia, que mantém no Observador, com Jaime Gama.....
Costa Gomes safou-se da sua implicação no golpe Botelho Moniz contra Salazar, graças à protecção de Santos Costa....
Portugal é assim, terra de impunidade.....
Adriano Moreira, advogado da família Godinho deu depois em fascista e agora é um Senador e discursa sobre justiça social!!!!!
Godinho era maçon e republicano, conquistou as mais altas condecorações face ao fogo das tropas do Kaiser, Santos Costa era um amanuense de secretaria, quando foi nomeado para o Governo de Salazar, um militar que comandava um quartel de Abrantes e que o tinha comandado escreveu no seu diário que tinham dado a um ''vilão'' uma vara para mandar. Só havia que esperar vilanias e assim foi.
Até Palmira Beja Godinho, a viúva do General, que pedia justiça foi presa......
A mulher do General Delgado nunca foi presa......
Santos Costa já tinha sido afastado de postos governamentais por Salazar em 1958.....
Mário Soares disse, num livro de entrevistas a Maria João Avillez, que o Moreira tinha de explicar muitas coisas sobre o caso ''Godinho'', nunca explicou
Para conhecer as façanhas de Santos Costa é preciso ler isto
By Tom Gallagher Published in History Today Volume 31 Issue 2 February 1981 - See more at: http://www.historytoday.com/tom-gallagher/portugals-beria-general-santos-costa-and-1926-1974-dictatorship#sthash.474RHfdz.dpuf
Mas terá de pagar para ler o artigo.
mn
que me lembre Godinho foi o único abrantino morto pela ditadura
Estava a arrumar papéis e recortes da campanha de 1958 para Delgado a Presidente e dei com isto:
certamente pouca coisa, a notícia no Avante clandestino da prisão do Advogado abrantino Dr.Vergílio Godinho, chefe do núcleo de apoiantes da candidatura do General Delgado cá no burgo.
Há quem não se lembre ou então estava no lado do Tomás.
Duarte Castel-Branco estava a monte. Outro ''anti-fascista'' estava na alfaiataria, que é um sítio apropriado para virar casacas.
Castel-Branco safou-se graças a Costa e Simas e a António Moura Neves, o primeiro revilharista, o segundo estado-novista.
É melhor não publicar mais papelada, não queremos que as forças vivas sofram.
MA
Na Colóquio, Rev. da F.Gulbenkian
Vergílio Godinho foi Advogado em Abrantes e aqui dirigiu a candidatura falhada de Cunha Leal (1958). O seu escritório foi ''herdado'' pelo Dr.Orlando Pereira. Na política começou ao lado dos nacionais-sindicalistas de Rolão Preto, que era como ele da Beira Baixa e
terminou no PCP. Foi um escritor premiado, e este é o aspecto que se evoca na Colóquio.
MN
a Colóquio está on-line na net
a propaganda quase hitleriana do homem que levou ao Pacto de Cacilhas entre o PCP e Delgado, ou seja o fundador do PPM, Rolão Preto, foi apreendida pela PIDE e está na Torre do Tombo
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
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