Quarta-feira, 07.07.21

palmira godinho.png

A mais importante presa política abrantina foi a Senhora Dona Palmira  Pimenta Avelar de Almeida Beja Godinho, viúva do General José Garcia Marques Godinho, morto pela Ditadura, graças aos cuidados do tenente-coronel Santos Costa.

A D. Palmira, de velha e fidalga família abrantina, residente no Rossio ao Sul do Tejo, apresentou queixa-crime por homicídio contra o Ministro da Guerra e terminou presa, por pedir justiça. Como o filho, o Dr. Alfredo Godinho.

Quando da sua prisão, o jornal carioca, Correio da Manhã, publicou o artigo que se reproduz, tratando Santos Costa e Salazar, de acordo com a sua condição, como vilões

palmira 1.png

palmira 2.png

A fotografia é tirada nos Açores, quando o General assume o Governo militar do Arquipélago, em plena 2ª Guerra Mundial.

A foto foi-nos cedida pela Senhora Dona Teresa Farinha Pereira Godinho Leitão, neta das vítimas da Ditadura, a quem agradecemos.

mn 

 

   

 

 



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Terça-feira, 15.06.21

santos costa salazar.png

santos costa salazar 2.png

(Extractos da Correspondência entre Salazar e Santos Costa, Comissão do Livro Negro Fascista) 

O coronel Santos Costa implora a Salazar não ser  nomeado Comandante do GACA (Castelo) com desculpas várias.

O  motivo principal era que não conseguia enfrentar uma oficialidade e uma tropa, bem como uma sociedade onde todos o olhavam como o responsável pela morte do General Marques Godinho....

No fundo diz a Salazar, não me foda V.Exa, depois de tantos serviços prestados à Situação... 

 Cidadãos por Abrantes



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Sábado, 19.12.20

A segunda versão de Mário Soares sobre  a morte do General Godinho, na 1ªedição lusa do ''Portugal Amordaçado'', Arcádia, Lisboa, 1974.

Na edição francesa, ''Portugal Bailloné'', Calman-Levy, Paris, 1972, há pormenores diferentes

soares -godinho 2.png

soares -godinho.png

Soares tem um lapso, Godinho morreu no Hospital da Estrela

Na ed francesa anota:

''Conheci Moreira na cadeia onde eu próprio estava encarcerado. Segundo ele, Santos Costa tinha-se desembaraçado do General para recuperar as cartas que provavam a germanofilia do seu governo. Moreira viveu durante alguns dias a tortura dos ''curros''. O processo contra  Santos Costa não teve seguimento. Moreira, a viúva e o filho do General  foram libertados quando a PIDE encontrou as cartas em questão. É difícil dizer quem indicou a sua localização embora o filho do General tenha acusado Adriano Moreira. O facto é que as opiniões políticas deste último mudaram totalmente. Alguns anos mais tarde, Salazar nomeava-o Ministro do Ultramar.

(1)-  Adriano Moreira teve uma carreira política sinuosa. Considerado como progressista quando era estudante, aproximou-se da Oposição Democrática depois da Guerra. Mais tarde, ocupou o posto de Subsecretário do Ultramar. Em 1961, Salazar nomeou-o Ministro do Ultramar. Candidato à sucessão do velho ditador, passa hoje por um dos chefes de fila dos ultras''  (...) ''

Nas suas memórias, Moreira desmentiu que a Pide o torturasse. Em entrevistas posteriores, Soares relatou como, no Aljube, Alfredo Godinho tentou um desforço físico do Moreira, acusando-o de traição. 

Num livro de entrevistas, com Maria João  Avillez, disse que Moreira tinha algumas coisas por explicar.

Finalmente Mário Soares presidiu à homenagem ao General Godinho e ao seu sobrinho Joaquim Barradas de Carvalho, nas Galveias.

ma 

 

 



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Quinta-feira, 17.12.20

general godinho justo baluarte.png

Os versos do Sadi-Azor, sairam em 12-6-1927, já em pleno fascismo, no jornal republicano cá da terra, ''Baluarte''.

O Sadi-Azor era Justo da Paixão, comerciante e proprietário rural no Rossio, político local, republicano histórico, então militante do Partido Democrático (PRP) e director da folha, claramente enfrentada à Ditadura Militar e que terminaria  proibida.

Ou seja considerava Marques Godinho como um homem afecto ao Partido do Afonso Costa, apesar de ser um militar no activo. Como toda a gente sabia na cidade e nos meios militares e como está publicado em livros da época.

Quando Santos Costa o convidou para Governador Militar dos Açores, o brigadeiro Godinho estranhou, porque era público que era desafecto ao regime. E o tenente-coronel S.Costa, Subsecretário da Guerra (o Ministro era Salazar) apelou ao seu patriotismo, em tempo de Guerra Mundial, para desempenhar uma missão de ''interesse nacional.''

ma     



publicado por porabrantes às 15:44 | link do post | comentar

Domingo, 06.12.20

fernando da fonseca.jpg

O Prof Fernando da Fonseca era o médico do general Godinho que se opôs à transferência deste para o Forte da Trafaria, que se viria a revelar fatal para a vida do General.

Um dos melhores médicos portugueses (consultar aqui a biografia ),  tinha sido demitido da função pública em 1947, por ligações ao MUD, pelo mesmo decreto que enviara o General para a reserva.   

As circunstâncias da morte são contadas pelo Coronel Fernando Queiroga, no Portugal Oprimido.

morte godinho 1.png

morte godinho 2.png

Propositadamente não li a literatura hagiográfica que pretende absolver o homem que mandou prender quem apresentou queixa-crime de homicídio contra ele, Santos Costa.

A ordem de prisão contra D.Palmira Godinho é uma implícita confissão de culpabilidade.

mn  



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Sábado, 05.12.20

amanhã 



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Quinta-feira, 03.12.20

santos costa antes da pide.png

O tenente-coronel Santos Costa, chefe dos germanófilos e homem com excelentes relações com a Abwehr , Ministro da Guerra, manda fazer uma investigação reservada ao General Carlos Ramires, que fora um polémico comandante-geral da GNR (1) (nomeado por Botelho Moniz, inimigo do beirão) e estava implicado no Golpe de 10 de Abril de 1947, comandado pelo General Godinho.

carlos ramires.png

Ramires acabou passado à reserva.

O que pretende Costa é averiguar se o Major Pessoa da Costa tem ''correspondência particular'', provavelmente cartas entre S.Costa e Ramires, durante o seu governo militar açoriano, que possam implicar o matador do General Godinho, em acções pró Eixo e anti-americanas. 

São conhecidas as ligações deste oficial-general ao Tramagal e ao hipismo, onde foi figura destacada.

ma

(1) assunto a comentar outro dia 

PS-por lapso trocou-se há pouco o nome de Carlos Ramires pelo seu familiar Vasco R. Sorry

 



publicado por porabrantes às 19:38 | link do post | comentar

Quinta-feira, 19.11.20

godinho.jpg

Ficamos a saber que o General Godinho era ''avô da D.Joana Godinho Soares Mendes'', através deste douto artigo, já referido

avo da d.joana.png

Aparentemente a fonte é o pároco do Rossio, que certamente, cheio de boas intenções, se enganou e não foi consultar os arquivos da instituição de que é Presidente nato.

A D.Joana casou em 1914 com João José Soares Mendes. Por esses anos, o seu primo José Garcia Marques Godinho era capitão de Infantaria 22 (em S.Domingos)  e um exaltado republicano, que vimos nos dias seguintes ao 5 de Outubro, exaltar o fim dos Braganças, sendo ainda tenente. 

Era filho de Joaquina Victória Marques Godinho e de José Garcia Godinho e tinha nascido nas Galveias.

Francamente não tenho pachorra, por agora, para ir ver quem era o avô da D.Joana, embora já tenha consultado o atestado do padre do Rossio, datado ainda do tempo da Monarquia, onde o sacerdote atesta que a menina rossiense Palmira Pimenta de Almeida Beja, era de boa família e de bons costumes. O  oficial Godinho juntou-o ao requerimento que enviou a El-Rei e ao Ministério, pedindo licença para se casar. Era o procedimento habitual para o casamento dos oficiais do Exército. 

Quanto à D.Joana ser herdeira da actualmente falida fundição, já se desmentiu o infúndio. 

Quanto a ela ter deixado muito dinheiro, o artigo fala em 4 mil contos, o Comendador José Viegas e a mulher D. Leonor Paller de Viegas, um industrial algarvio, que teve uma fábrica de cortiça no Rossio, deixou pela mesma época bens avaliados em mais de 300 mil contos à Santa Casa de Abrantes, fora o que dera à da sua terra, São Brás de Alportel

Inauguracao Hospital de São Brás.jpg

O Almirante na inauguração do Hospital de São Brás, onde andam com azar, já morreram 6 idosos na Santa Casa local.

ma



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Sábado, 24.10.20

Neste artigo, Fernando Queiroga (1), militar envolvido no Golpe da Mealhada e depois na Abrilada de 1947, exige justiça contra Santos Costa pelo homicídio contra o General Godinho, e publica a queixa-crime de D.Palmira Godinho contra quem acusava de matar o seu marido.

Outro nome da região é nomeado, o General Carlos Ramires.

Queiroga estava exilado no Brasil, onde nunca parou de fustigar a Ditadura e de exigir Justiça.

Quem redigiu a queixa foi Adriano Moreira, mas por medo recusou assiná-la.

 

 

queiroga godinho 1.png

fernando cerqueira general gidinho 2.png

ma

sobre o Coronel Queiroga, a sua vida de nacional-sindicalista a negociador do apoio da Cuba de Fidel a uma revolução em Portugal

ver (online) Luís Farinha, ''Fernando Queiroga, um revolucionário no exílio, ''- Num dos golpes dos anos 30 estão os nacionais-sindicalistas de Rolão Preto, os monárquicos de Paiva Couceiro e o Reviralho. Entre os conspiradores militares, o tenente João Lopes Romãozinho que acaba expulso do Exército.

Um boa descrição do fracasso da Mealhada, onde outro dos participantes foi Fernando Pacheco do Amorim é dada nas memórias do General Carlos Galvão de Melo, que aliás são divertidas.  

Queiroga  apanhou 3 anos de cadeia por participar, com o General Godinho na Abrilada de 1947. O Advogado de defesa foi o seu amigo, Arlindo Vicente



publicado por porabrantes às 10:39 | link do post | comentar

Segunda-feira, 05.10.20

tenente godinho.png

Palavras do General José Garcia Marques Godinho, nas festas de proclamação do 5 de Outubro de 1910, em Abrantes.

 generalgodinho 47.jpg

Marques Godinho foi coerente com o que disse em Outubro de 1910, em Abrantes, como a ''escumalha'' ou a ''ralé'' que se batera na Rotunda, como afirma o oficial de S.Domingos, jogou a vida pela sua ideia de República.

Que não era a dos fascistas.

Foi o único dos republicanos abrantinos que deu a vida pela Liberdade.

Recorte do ''Abrantes'', Outubro de 1910.

ma  



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