Como é sabido Salazar despachava directamente com o salafrário que dirigia a Pide fosse Agostinho Lourenço, fosse Silva Pais.
cap. Lourenço (imagem do blogue Histórias do Nosso Tempo com a devida vénia)
As cartas dirigidas por Santos Costa ao Brigadeiro Marques Godinho (1) serviam como prova do móbil do crime de homicídio involuntário, atribuído por Adriano Moreira, ao Ministro da Guerra, o maior humanista de Alcafazes, donde era natural e onde gostava de privar com Aquilino Ribeiro.
O móbil seria eliminar provas de eventuais actividades a favor da Alemanha Nazi, praticadas por Santos Costa.
Vejam-se as penhoradas cartas do escritor a agradecer certo favor ao Ministro, que andam publicadas na Correspondência de Santos Costa.
Veja-se ainda isto que é o que resulta duma busca sumária
Como é que Santos Costa, monárquico da ala dura, era amigo dum homem que andou metido no regicídio?
Sobre as ligações entre Santos Costa e Costa Gomes, ver este artigo, no Público, do tenente coronel Jorge Alves Martins . Já se falou aqui da protecção que Costa Gomes deu a Santos Costa depois do 25 de Abril.
O Capitão Agostinho Lourenço era irmão do Coronel Júlio Lourenço, Comandante do Grupo Misto de Artilharia Montada nº 24, no Castelo, que foi quem meteu a cunha para que Rosa Casaco entrasse para a PVDE.
mn
(1) Marques Godinho ainda era Brigadeiro quando Santos Costa lhe escrevia. Desempenhava o cargo de Governador Militar dos Açores
Publico aqui o que certamente foi o mais importante artigo de História abrantina, surgido nos últimos 30 anos.
É da autoria do dr. Joao Nuno Serras Pereira,velho e prezado amigo, já falecido, político abrantino a quem devo e devemos muito.
Foi publicado no boletim clerical Nova Aliança em 15-9-94, e é uma defesa acérrima da gestão de Henrique Augusto da Silva Martins e do seu vice-presidente França Machado (avô por exemplo do falecido militar de aviação Rui Burguete, grande abrantino) contra os que os derrubaram, a facção do Dr.Manuel Fernandes.
Pelos vistos o dr. Serras Pereira nunca leu o inquérito. Também é verdade que nunca terá sido foi publicado mas estava em certa casa.
E também é certo que, devido à influência política que teve, que o dr.Serras Pereira poderia ter tido acesso a ele.
O Eduardo Campos diz que por exemplo, citando o ''Jornal de Abrantes'', que se apurou que os camarários ''exigiam importâncias para a recuperação da liberdade ou para evitar ser preso''.
Isso foi a 1 de Novembro de 1944. A 6 de Novembro era dissolvida a Polícia Municipal.
Em 1 de Maio de 1945 é dissolvida a vereação.
Para mim a novidade no texto (que reencontrei arrumando papéis) é que os inquiridores teriam sido o Tenente Coronel João de Villas-Boas Castel-Branco e o Major Dias Leite. O primeiro é o pai de Duarte Castel-Branco, o segundo foi comandante de Tancos e foi um ás da aviação.
O Eduardo Campos confirma que no inquérito esteve o Dias Leite, mas não fala do nobre fidalgo da Figueira da Foz, ou seja do Tenente Coronel João de Villas-Boas Castel-Branco, e adianta outro nome capitão Joaquim Borrego.
O Borrego está aqui, mas ainda era um puto. Era escuteiro, em 1915 no Olival Basto.
Se o querem mais velho, aqui está:
o Capitão Borrego já deve ter falecido, a foto é de 1984.
Quem tem razão?
Só o acesso ao documento original é que pode dar pistas.
O dr. Serras Pereira levanta a suspeita da sua parcialidade. Não acredito em coisas políticas na imparcialidade de ninguém. Também sei que a CMA foi dissolvida, porque caiu primeiro o Governador Civil de Santarém Dr.Eugénio Mascarenhas Viana de Lemos que foi substituído pelo então major,depois brigadeiro Lino Valente. Caiu o Lemos mas só um poucochinho, porque em 1947 já era Governador Civil de Coimbra.
O Dias Leite era um fanático de Santos Costa e depois da morte do General Godinho, fez um discurso de canonização do Costa, em Tancos, que o Jornal de Abrantes transcreveu na primeira página, garantindo ao Mundo Civilizado que o algoz de Palmira Godinho, nunca tinha sido nazi.
Admito que entre a assistência estivesse outro abrantino, o General Mesquitella, a bater palmas.....
O meu amigo João Nuno diz depois que nesta época subiram os militares ao poder em Abrantes, e refere dois nomes que são henriquistas: o capitão Júlio Serras Pereira, que ficou a defender os interesses da sua facção na Santa Casa e o capitão integralista Costa Andrade que fica no Grémio. Estes porém perdem poder e são dos derrotados. Mas em 1948 o Júlio já é Vice-Presidente da CMA. E o Andrade será Vice-Presidente em 1961. Mas já tinha sido Administrador do Concelho em 1932, quando a situação henriquista se afiança.
Uma das peças da sua estratégia foi pedir a proibição do Jornal de Abrantes, como órgão subversivo, por ser favorável a Manuel Fernandes. (1)
Tanto como eu sei e o dr.João Nuno sabia ,foi um Homem às direitas. Embora
Com um curioso feitio. A coisa que mais o irritava era que D.Duarte Nuno falasse com um terrível sotaque alemão, e dizia gastou tanto dinheiro o Pequito (2) a educá-lo e não há maneira.
Haveria que meter aqui mais fotos e fazer mais considerações. No estado da questão não sei se o pai do Duarte Castel-Branco foi dos militares que realizou o inquérito.
Só remexendo papéis é que o posso encontrar e naturalmente, como diria Vitorino Magalhães Godinho, indo às fontes primárias.
Espero que elas já estejam desclassificadas. Senão haverá que usar outros meios.
Isto é um esboço duma análise do assunto, a jeito de crónica. Suponho que dará pano para mangas. E que haverá coisas impublicáveis. Nós não somos como a sábia Isilda Jana que garantiu que Monsieur Dupin era um alcoólico incorrigível, só porque tem uma fotocópia dum documento não assinado, escrito alegadamente por um tipo que era um notório pílulas.
ma
créditos: Eduardo Campos, Cronologia de Abrantes no Século XX
Joaquim Borrego: Escuteiros de Olival Basto
Dr.Lemos: My Heritage
Dias Leite: Ilustração Portuguesa
General Mesquitella: Wikipedia
Capitão Andrade: Assembleia da República
Dr. Serras Pereira: Assembleia da República
(1) artigo de Eduardo Campos cujo recorte anda por algum sítio
(2) o importante dirigente integralista José Pequito Rebelo
General José Garcia Marques Godinho, Presente!
Acusado de homicídio involuntário: Fernando Santos Costa
nunca foi julgado, morreu em liberdade, com os galões de General, sob a protecção do Marechal Costa Gomes
contou outro dia o Jaime Nogueira Pinto numa tertúlia, que mantém no Observador, com Jaime Gama.....
Costa Gomes safou-se da sua implicação no golpe Botelho Moniz contra Salazar, graças à protecção de Santos Costa....
Portugal é assim, terra de impunidade.....
Adriano Moreira, advogado da família Godinho deu depois em fascista e agora é um Senador e discursa sobre justiça social!!!!!
Godinho era maçon e republicano, conquistou as mais altas condecorações face ao fogo das tropas do Kaiser, Santos Costa era um amanuense de secretaria, quando foi nomeado para o Governo de Salazar, um militar que comandava um quartel de Abrantes e que o tinha comandado escreveu no seu diário que tinham dado a um ''vilão'' uma vara para mandar. Só havia que esperar vilanias e assim foi.
Até Palmira Beja Godinho, a viúva do General, que pedia justiça foi presa......
A mulher do General Delgado nunca foi presa......
Santos Costa já tinha sido afastado de postos governamentais por Salazar em 1958.....
Mário Soares disse, num livro de entrevistas a Maria João Avillez, que o Moreira tinha de explicar muitas coisas sobre o caso ''Godinho'', nunca explicou
Para conhecer as façanhas de Santos Costa é preciso ler isto
By Tom Gallagher Published in History Today Volume 31 Issue 2 February 1981 - See more at: http://www.historytoday.com/tom-gallagher/portugals-beria-general-santos-costa-and-1926-1974-dictatorship#sthash.474RHfdz.dpuf
Mas terá de pagar para ler o artigo.
mn
que me lembre Godinho foi o único abrantino morto pela ditadura
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