conta o sr. J.A.S. no Mirante

''A meio da passada semana fui almoçar a um restaurante de Lisboa com um amigo dos jornais e da televisão. É um daqueles restaurantes onde os ministros e ex-ministros ocupam noventa por cento das mesas. Quase no fim do almoço, já com a nossa conversa em dia, o meu amigo perguntou-me baixinho se eu estava a seguir a conversa de três marmanjos que estavam atrás dele. Eu disse que não e ele contou-me que os tipos tinham passado o almoço a formar o próximo governo do país. Ficou completo agora, disse-me ele com um sorriso, íamos já na sobremesa.''

 bastaquin 

agora conto eu, não um almoço, mas uma jantarada lisboeta, haverá  16 ou 17 anos. Contou-ma um político eanista agora dado aos negócios. Para poupar trabalho vou usar parte da prosa do Mirante

''A meio da passada semana fui jantar a um restaurante de Lisboa com um amigo da política. É um daqueles restaurantes onde os ministros e ex-ministros ocupam noventa por cento das mesas. Quase no fim do jantar, já com a nossa conversa em dia, o meu amigo perguntou-me baixinho se eu estava a seguir a conversa de três marmanjos que estavam atrás dele. Eu disse que não e ele contou-me que os tipos tinham passado o jantar a pedinchar favores a um conhecido político cavaquista de cuja carreira Paulo Portas deu cabo com uma série de manchetes assassinas no  

  in delito de opinião

o mais idoso com sotaques galego e modos de carroceiro (não distinguia muito bem o garfo do peixe, do da carne) dizia para o manda-chuva: tens de arranjar alguma coisa para este gajo, tá falido, perseguido pelos credores, perdeu as eleições lá na terra, quando entra no café é a risota geral, e não pode viver com as senhas de presença de vereador oposicionista. O mais novo, um gordinho, dizia: é tudo verdade, senhor doutor, por alma do meu falecido avô, arranje-me alguma coisa.

O manda-chuva que tinha bom coração disparou: tás nomeado governador civil. E assim foi.....''  

créditos Warner Bros e blogue Basta Que Sim

Suzy de Noronha, socialite e gaja boa