04.Presença da tecnica esgrafito nos nº 11 e 12 da praça Barão da Batalha, em Abrantes
Por diversas vezes, em reunião de Câmara, manifestei a necessidade de se preservar a decoração com recurso à tecnica do esgrafito, presente na fachada do edificios nº 11 e 12 da praça Barão da Batalha, em Abrantes, como forma de testemunho importante da história da cidade de Abrantes pela sua raridade. Não escondo que foi com enorme surpresa que verifiquei que todo o reboco, da referida fachada, foi removido destruindo os desenhos de esgrafito.
Face aos exposto pergunto se foi feito algum estudo que fundamentou a destruição dos motivos com recurso à tecnica de esgrafito que eram bem visiveis ao nivel do 2º andar?
Se sim, solicito o acesso ao referido estudo.
Abrantes, 23 de junho de 2020''
A.Silveira na reunião de ontem
O Vereador A.Silveira voltou a salientar a necessidade de defender a nossa herança cultural e o património, no caso a única casa com grafitos no concelho.
O V.Caseiro parece o advogado dos promotores, disse que só quando estes começaram a restaurar o imóvel, é que se encontraram os grafitos.
Eles estavam bem à vista quando licenciaram a obra.
O que acontece é que esta autarquia não tem a mínima sensibilidade patrimonial, como se viu em Santo Amaro e por isso há um inquérito no DIAP de Abrantes.
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O Dr. Paulo Falcão Tavares* explica-nos aqui o valor patrimonial deste imóvel:
O valor estético e simbolismo da arte dos esgrafitos em Abrantes
Este pequeníssimo texto pretende sensibilizar todos os intervenientes e o público em geral para o valor e para a situação de risco deste património, enfatizando a necessidade de salvaguardar a sua autenticidade material. Um dos resultados que mais se destacou durante a pesquisa por nós desenvolvida sobre os esgrafitos em Abrantes foi o facto de que a maioria dos esgrafitos inventariados terem sido sujeitos a tantas acções de pintura que, hoje, já não é perceptível o seu aspecto, os seus cromatismos e/ou as suas texturas originais. Sendo o esgrafito uma técnica decorativa com reboco à vista, há valores da matéria que não podem ser descurados, tais como a textura ou a cor das argamassas, pois são intrínsecos à natureza deste revestimento mural. Mesmo quando a actual cultura da conservação e restauro assume como condição sine qua non a conservação da matéria enquanto testemunho cultural, verifica-se frequentemente que, no caso do esgrafito, a intervenção é feita utilizando critérios da construção civil e não de conservação. Infelizmente, continua-se a constatar um desconhecimento sobre como intervir nos esgrafitos, resultando em intervenções ditas de “conservação” ou “recuperação” inadequadas, como, por exemplo, a aplicação de camadas de pintura sobre estas decorações, causando perda dos testemunhos e valores dos edifícios históricos. Em Abrantes temos a aplicação desta técnica, muito usada no Alentejo, e apresenta-se o panorama dos esgrafitos em monumentos religiosos, como o caso de Santa Maria do Castelo (exterior), ou num cunhal do Paço de Abrançalha (exterior), ou ainda no imóvel residencial civil, nº10-11 da Praça Barão da Batalha, um trabalho do melhor que conheço, mostrando exuberantemente 1 cruz enorme circundada por desenhos geométricos redondos com simbologia usada em quinhentos, ilustrando neste caso a cor, a textura e a superfície dos esgrafito que não foi alterada, pelo menos no 2º andar. Este exemplar único na cidade histórica? De Abrantes deveria sensibilizar o público e a Câmara para esta técnica de elevado grau artístico. Urge classificar este edifício numa praça tão descaracterizada. Perder mais esta memória abrantina, da conhecida Casa da Cruz dos Pasteleiros, seria negar às gerações vindouras a sua identidade.
Este património é nosso, e cuidar do que é nosso é mais urgente do que tratar o que não nos identifica enquanto Povo.
Temos esgrafitos simples, noutros edifícios civis dos finais do seculo XIX e inícios do XX, mas de importância inferior, no Rossio ao Sul do Tejo e em Alferrarede.
Paulo Falcão Tavares,
Mestre em Gestão do Património Cultural e Artístico
Dia de S. Frutuoso, 19 de Outubro de 2012
Post de 2012, repescado
nesta data a Tubucci pediu a classificação desta casa e não obteve resposta
* PFT é Presidente da Tubucci
posto por SN
Segundo a reportagem do Médio Tejo, o V.Armindo Silveira chamou a atenção para este assunto e os da maioria disseram que os serviços técnicos ''não viram nada'' no imóvel.
Ora os grafitos assinalados estão bem visíveis na foto.
Deviam comprar óculos.
mn
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