Esta declaração inserta no ''Baluarte'' é sinónimo da política à abrantina.
O ''Baluarte'', democrático'', protesta contra os métodos do integralismo e ao mesmo tempo o editor do Jornal, Leonel Ferro Alves, um homem do pinhal, com sólidas relações pelo casamento com uma importante (ainda hoje) família do Sardoal ia iniciar uma carreira de espião a soldo da polícia política e delataria Bernardino Machado, Jaime Cortesão e os restantes exilados junto da República Espanhola (1931 e anos seguintes).
mn
edição de 8 de Agosto de 1928
Em 1934 é representante da freguesia de S.Vicente no 1º Congresso da União Nacional, o partido único da Ditadura, Manuel Lopes Valente Júnior, que traira as ideias democráticas do PRP e se passara ao fascismo.
Foi proposto por Henrique Augusto da Silva Martins, que pelas mesmas datas denunciava as manobras conspiratórias do ex-deputado democrático João Damas e do major José Garcia Marques Godinho , aos sicários do regime.
Terminou o Valente, segundo Candeias Silva, filiado no PS de Abrantes.
João Damas
ma
Era 1933 e os distintos vultos da dividida União Nacional abrantina (facção oficial), composta por França Machado, Henrique Augusto da Silva Martins,
capitão Andrade (administrador do concelho), Josué Gonçalves ( boss do Rocio, com o Valente como adjunto)....
o conde dr. Caldeira de Mendanha, o simpatiquíssimo e bont-vivant dr. Artur Almada e Melo (delegação de Alvega), dr. Manuel Agostinho Santana Maia (Mouriscas e Santa Casa), major Matos Raimundo (um cadete do 5 de Outubro,. agora passado ao integralismo fascizante, Pequito Rebelo benzia-se quando lhe falavam nos integrais de Abrantes), e os chefes da oficina da Fundição (onde o Josué mandava ou mandara) Manuel Martins, João Alho e Zacarias Freire e ainda o operário amestrado Eduardo Martins e certamente o industrial Simão de Alferrarede (que aderira à UN e ao henriquismo em 1930) rebolavam-se de gozo com a notícias das importantes mudanças na imprensa oficiosa abrantina
Na Casa Portugal......onde o ''Correio de Abrantes'' fascizava, insultando Solano e Manuel Fernandes.....
passava a funcionar também a delegação do pasquim fascista ''Diário da Manhã'' e o França Machado, cuja prosa alentejana deixava um bocado a desejar, como sustentava, cáustico, o dr. Apolinário da Silva Oleiro, na Assembleia, passaria a escrever notícias e locais divulgando a obra do patrão (político e patronal, porque trabalhava na Moagem).
Por baixo da notícia, lá estava a advertência, cuidado com a polícia política.
O coronel Rosado, comandante de Artilharia, henriquista, bradou :'' Ò Ramiro a ver te acalmas ''e mandou dar voz de prisão ao dr. Manuel Fernandes, se se aproximasse do Castelo.
Resultado foi expulso da Assembleia e passou a frequentar o Club Abrantino.
ma
Carta de Henrique Augusto da Silva Martins ao insigne ''Chefe da Revolução Nacional'', Prof. Oliveira Salazar, solicitando apoio para construir o Monumento a Nuno Álvares Pereira, 1939.
Como é sabido a construção do monumento só foi feita em finais dos anos 60, mostra de que Salazar era cauto em gastar dinheiro indiscriminadamente em palermices patrióticas. Fazia-o, mas com conta, peso e medida.
Em 1939 começa a 2 ª Guerra e termina a Guerra de Espanha. O dinheiro fazia mais falta para armas, munições e víveres.
O foguetório patriótico poderia esperar....
Introdução do Governador-Civil de Santarém da época, Eugénio de Lemos
mn
fonte: Torre do Tombo
A história do empenho do município abrantino em erguer um monumento a Nuno, o caudilho de Aljubarrota, tem uma larga história, ao longo do século XX, que desembocou nesta jornada, em que o marujo Tomás, acolitado pela individualidades descritas neste número do ''Século Ilustrado'', inaugurou o monumento.
A capa da revista capa destaca a careca célebre dum lendário actor de origem cigana, o Yul Brynner, apesar do Tomás ser também de
generosa calva.
Um dos mais entusiastas para construir o monumento a D.Nuno foi o Presidente da Câmara, Henrique Augusto da Silva Martins, que desenvolveu largos e porfiados esforços nesse sentido. Algum dia se falará aqui, espero, desse empenho. Curiosamente foi um homem da sua linha, o ex-Provedor da Santa Casa (barricada de henriquistas) que seria o anfitrião abrantino de Tomás, para inaugurar o monumento, cujo projecto foi assinado por Duarte Castel-Branco, com estátua de Lagoa Henriques, o que esculpiu o Camões, que continua a estar estacionado na ''ribeira'' de Constância.
O anfitrião foi Agostinho Baptista.
Dou um salto no tempo para recordar que o monumento a Nuno está vandalizado e ao abandono e que a responsabilidade dessa situação vergonhosa pertence inteiramente às edilidades que, nas últimas décadas, têm deixado destruir o património desta cidade, enquanto, no caso actual, desbaratam recursos, com a insensatez que os caracteriza, em palermices como o Creativ Camp.
A estátua abrantina de Lagoa Henriques desapareceu há muito, quando desaparecerá esta política que permite o saque, o roubo, a destruição brutal e vandálica da nossa história?
Não sei quando sucederá isso, mas ninguém dirá que aqui não se descobriu a careca dessa gente.
MN
O cúmulo da paranóia natalícia, o cacique ex-integralista e neste momento salazarista, Henrique Augusto Silva Martins ( nesta época a cúpula integralista já se batia contra Salazar! Saravá Hipólito Raposo!) ''aconselha'' que as montras locais mostrem o Presépio, censurando-se a Árvore de Natal por ''estrangeira'' e certamente pagã.
É o poder à portuguesa e à abrantina metendo o nariz na propriedade alheia, no caso as montras das lojas.
Por cima o próspero comerciante galego Sr.Bruno, mais tarde naturalizado luso, dá as Boas Festas. Terá ele metido o presépio oficial na montra?
Ao lado o Sr.Major Zúniga escreve de Cabo-Verde, onde estavam tropas abrantinas, esperando quem sabe um desembarque nazi ou americano (Roosevelt ameaçara tomar pela força as ilhas atlânticas, se Salazar não conduzisse a neutralidade numa direcção aliadófila)
é o Natal de 1941....
Natal de Guerra Mundial, racionamento, pobreza e censura com presépio oficial nas montras.....
Em boa parte do Mundo um Natal regado pelo sangue e com a metralha uivando como música de fundo....
Mesmo assim desejava-se Boas Festas, como fazia o Sr.Bruno.....
Nós também desejamos Boas Festas, apesar da eterna crise, da pobreza ameaçadora e da fome que por aí anda....e ainda do perene caciquismo abrantino
a redacção
Jornal de Abrantes de 28-12-1941
voz do betão
Esta foi a casa do Brigadeiro João Duarte Marques, que entre outras coisas foi Comandante do RI2, Comandante de Santa Margarida,Deputado da Nação naturalmente pelo partido único, dirigente local importante da Legião Portuguesa, administrador da Fundição Soares Mendes no Rossio, professor de ginástica no Colégio Nossa Senhora de Fátima, membro militante da facção Manuel Fernandes, acabo de saber agora regente da Tuna do Liceu de Castelo Branco (1915-1917), sócio da Assembleia de Abrantes, Administrador do Concelho de Abrantes,etc
Um homem importante na vida local. Um cavalheiro cheio de bom humor e um homem jovial.
No fim de contas um senhor que não permitiria a um plumífero que quando lhe escrevesse a necrologia lhe ocultasse os cargos ou a ideologia política que professara. Era capaz de ressuscitar para corrigir o disparate.
Um perfil sucinto pode ser encontrado aqui, donde extraí a foto.
Depois da morte dele a casa foi vendida pelos herdeiros ao Estado e aí funcionou o Centro de Emprego. Sabem quem esteve entre os directores do Centro?
A Barca
Sabem porque é que a Drª Elza Vitório teve de deixar este lugar???? Têm os leitores boa memória????
Quem é que a substituiu????
Que excelentes habilitações e curriculum vitae tinha o Pina????
Licenciatura em Filosofia e era professor do actual Ensino Secundário na velha EICA, depois Solano de Abreu. Também tinha outras coisas. Entre as quais a confiança política de Nelson Carvalho e do PS, tanta que depois foi parar à CM de Abrantes onde foi 2 vezes Vice-Presidente. Aí conviveu com outro homem de muita confiança do Sr.Carvalho, o Bento do Fojo.
A drª Elza foi desterrada para Tomar, apesar de haver conseguido um sólido prestígio enquanto gestora do Centro de Emprego de Abrantes.
Volto ao deputado Marques. Ideologicamente segundo esta obra, que cito, era '' fanático consciente por Salazar''. Sempre o conheci salazarista, mas nunca notei que fosse um fanático.
E como parlamentar foi capaz de solicitar ao Governo um documento ''quente'' sobre a vida política abrantina que colocava em risco o seu próprio partido, a ''União Nacional''.
Na legislatura de 1944-1945 fez duas diligências parlamentares importantes
''Envia um requerimento pedindo que lhe seja permitido consultar o processo de sindicância à Câmara Municipal de Abrantes.
Envia um requerimento pedindo cópia das conclusões da sindicância feita à Câmara Municipal de Abrantes. ''
O resultado da sindicância conduziu à demissão compulsiva de Henrique Augusto Silva Martins da Presidência da CMA, e à nomeação do capitão Machado para Presidente.
(Henrique Augusto é o mais jovem de bigode.)
O inquérito revelava coisas graves na gestão do Henrique Augusto. Diz o Eduardo Campos que nunca foi publicado.
O Capitão Machado é o oficial ao lado de D.António Ferreira Gomes que visitava Alvega. Foto disponibilizada à Tubucci pelo Nuno Carola.
Gostava de ver algum deputado PS pedir no Parlamento da República ou na Assembleia Municipal cópia de qualquer sindicância ou inquérito feito à Câmara do Senhor Carvalho ou da Maria do Céu.
Gostava de ver, mas não vi, sinal de esses ''deputados'' têm mais medo em democracia que teve em Ditadura o deputado João Duarte Marques.
M.N
PS-Vai a Maria do Céu, cheia de pressa eleitoral ,ceder a casa do Deputado Marques ao IPT.....aquela Escola que os alunos recusam por.... falta de charme....
Créditos
Dr. Rui Lopes,
Eduardo Campos, Cronologia de Abrantes no Século XX, CMA
J.M.Tavares Castilho, Os deputados da Assembleia Nacional 1935-1974, Ed Assembleia da República, disponível on-line
Tubucci e Nuno Carola: Foto do Capitão Machado
Não é quem estão a pensar, mas esta viatura cheia de força
que aqui podem ver noutra perspectiva,
o Fuso Canter começou a produzir-se no Tramagal e é o modelo de camião mais vendido pela Daimler.
Enquanto a iniciativa privada produz estas viaturas cheias de raça no Tramagal, autarcas sem raça fecham bibliotecas nessa Vila.
O seu antecessor no fecho de bibliotecas é o tenebroso salazarista
blogue Sao Miguel do Dr.Rui Lopes
Henrique Augusto da Silva Martins expulso de cacique municipal na segunda metade dos anos 40 devido a uma benta inspecção da tutela, ainda hoje no segredo dos Deuses......Grande País!!!!!!
Como estaria no segredo dos Deuses o processo bento do Júlio se........ não o tivéssemos aqui mostrado, o processo que encheu de lama
Marcello de Noronha
No Jornal de Alferrarede e no seu blogue Coisas de Abrantes (já aqui elogiado) o Sr. José Manuel d'Oliveira Viana tem vindo a fazer uma interessante obra de divulgação da história local.
É coisa de elogiar e precisamos de mais trabalhos destes.
No entanto, na página do número de Setembro, dedicada à insurreição do 5 de Outubro e aos seus efeitos abrantinos, há algumas imprecisões e erros que iremos procurar corrigir.
Hoje, referimo-nos ao brasão de Portugal encimado por uma coroa que figura no edifício dos Paços do Concelho, na Raimundo Soares.
Os Paços não são obviamente aquele casarão, dito Palácio Falcão, baptismo atribuído ao empregado de Alves & Cª, empresa cujo capital é detido entre outras, por uma off-shore com sede no Panamá.
Os Paços são o edifício onde desde o século XVIII funcionou a CMA, que o eng.Bioucas com a ajuda do arq. Santa Rita (filho) em boa hora restaurou.
E onde por respeito à história de Abrantes, a CMA devia ter continuado a ter a presidência se não fosse o ajudante de mister Alves, o das off-shores.
Diz o Sr. Vieira que o terrível ''carbonário'' António Farinha Pereira, comerciante de azeites na praça de Abrantes (mais exactamente na Ferraria) e depois em Alferrarede foi o responsável pela liquidação de tudo o que cheirasse a coroas, na cidade.
E depois acrescenta, pedagógico, que o ''cidadão'' Farinha Pereira poupou o escudo real nos Paços do Concelho.
Tendo em conta o devido respeito ao Sr.Vieira, apetece-me perguntar iam os líderes republicanos locais deixar à vista, exactamente no edifício que simbolizava o poder político o símbolo do regime derrotado????
Era como se os americanos tivessem deixado na praça central de Bagdad, a estátua do ''rais'' Sadaam Hussein incólume!!!!
foto Le Figaro
O brasão que está na CMA foi lá mandado colocado pelo Capitão Machado, nos anos 50, depois do monárquico integralista Henrique Augusto Silva Martins, ter sido saneado pelos amigos políticos do dr. Manuel Fernandes.
foto blogue monárquicos de abrantes
Se o Sr.Vieira consultar uma colecção do Jornal de Abrantes de 1989 (salvo erro) há lá uma carta do dr. João Nuno Serras Pereira que esclarece a história.
Quanto ao Sr.Farinha Pereira deve-se-lhe pelo menos agradecer que o saneamento dos símbolos monárquicos não tenha atingido a Igreja de São João.
No cimo do altar-mor estão lá orgulhosas as armas de Portugal com as coroas dos nossos Reis.
Suponho que o sr. Farinha Pereira resolveu poupar as Igrejas, mas não tenho a certeza.
Também pode ser um restauro....
Marcello de Noronha (e Ataíde, apelido actualmente clandestino)
Os nossos amigos monárquicos do Núcleo realista de Abrantes queixaram-se com toda a razão da vandalização dos monumentos abrantinos pela brigada republicana local que depois de ter recebido um telegrama de Lisboa saiu à rua aos berros gritando ''Viva a República''.
E estavam muito felizes porque nas paredes do velho edifício da Raimundo Soares que foi Paços do Concelho durante centenas de anos e que devia continuar a sê-lo se houvesse respeito pela história de Abrantes encontraram isto:
Milagrosamente a Coroa dos Reis de Portugal teria sobrevivido!!!!
Porém os nossos amigos são demasiado ingénuos, acham que ferrabrases do género do Sr. Justo da Paixão deixavam ficar lá a coroa?
Deram cabo dela.
O Escudo actual foi lá mandado colocar pelo Major Machado, Presidente da Câmara lá nos finais do 40 ou inícios dos 50, diz-nos o nosso amigo João Nuno Serras Pereira.
E elogia o Major Machado que foi o homem que substituiu o monárquico integralista Henrique Augusto da Silva Martins, que viu a sua edilidade dissolvida pelo Ministério do Interior, depois da tutela ter realizado uma inspecção à CMA (1944).
O Relatório foi considerado secreto e nunca foi publicado.
Mais ou menos como às inspecções da tutela aos mandatos de Nelson Carvalho.
O segredo municipal tem destas coisas, é igual no fascismo que em democracia.
E ser monárquico ou republicano não significa ser bom Presidente. Henrique Augusto foi tão mau como Nelson de Carvalho
Finalmente resta dizer que Presidente da CMA desde inícios da década de 30, o flamante integralista teve tempo para arquitectar a prisão do Dr.Manuel Fernandes (com o generoso apoio do Administrador do Concelho e do Governador Civil) mas nunca arranjou vagar para restaurar a coroa dos Paços do Concelho.
De N.Carvalho temos de dizer bem, porque deixou lá estar a Coroa e não teve arrebatos jacobinos para a sanear. Só teve arrebatos para, entre outros, processar o dono dum burro....
Fomos à procura de outra Coroa:
E demos com ela no alto do altar-mor de São João. Nas fotos disponíveis vê-se mal. Sugerimos aos monárquicos que têm mais pachorra para coroas que vão lá tirar uma foto com uma teleobjectiva e depois nos contem a datação das armas reais.
Esta foto é do Sr. Dias dos Reis que tem uma galeria on-line de fotos de monumentos do Distrito e da nossa Cidade.
Todas excelentes. Desde hoje passam a fazer parte dos nossos links, na secção Património.
O Sr. Dias dos Reis é fotógrafo profissional e quem quiser contactar com ele tem aqui o tel.
Finalmente pedimos emprestada outro foto ao Sr. Dias dos Reis:
E infelizmente temos de protestar dado o mau gosto pindérico e provinciano (à moda dos piores santeiros de Braga) destas Santas Mulheres.
Francamente!!!!
O Pároco ou o Igespar que arranjem este conjunto duma forma compatível com a dignidade artística do templo.
Marcello de Ataíde
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