Corria a crise estudantil de 1969, em pleno conflito com o Ministro da Educação Hermano Saraiva um grupo de assistentes da Faculdade de Arquitectura, em reunião no Sindicato dos Arquitectos recusa-se a prosseguir as aulas no ano seguinte, entre eles Duarte Castel-Branco:
in Gonçalo Canto Moniz, A formação social do arquitecto: Crise nos cursos de arquitectura, 1968‑19691
No entanto, o historiador' Martinho Gaspar
garantiu na ''Barca'' que Duarte Castel-Branco era por esta época um homem do antigo regime
Estamos à espera que diga que o Hermano Saraiva era em 1969 um notório anti-fascista.
ma
foto do Gaspar: Rádio Hertz
O Prof. Hermano Saraiva fez este programa dedicado à Cidade. Foi mal recebido na visita a Abrantes pelas autoridades, como o denunciou e bem o blogue do Jota Pico.
Com este programa e outros fez mais pela história da Cidade, problematizando-a e divulgando-a que todos os poderes locais depois do 25 de Abril.
Saraiva foi ainda o Ministro da Educação que deu um pingue subsídio para se fazer a maior exposição de sempre na cidade, em S.Domingos, a dos Mestres de Abrantes e Sardoal.
Crítica Fernando de Pamplona à Exposição (devida vénia ao Museu RTP)
Foi ainda um historiador que merece respeito e será tudo menos ...um
um ignorante, segundo sustenta este indefectível partidário da cacique, o dr. José Falcão Tavares
Vi o programa com atenção e não notei nada de discutível (a não ser uma interpretação ousada da heráldica dos Almeidas) mas o dr. Tavares, grande admirador do Carrilho da Graça, sentencia à maneira soberba do Conselheiro Acácio, que o Historiador é ignorante absolutamente!!!!
Ignoro qualquer formação académica do dr. Tavares para opinar sobre História ou sobre Historiadores e o insulto só demonstra uma falta de educação abaixo de Bial.
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Denuncia no programa Saraiva a CMA da época por deitar efluentes no Tejo sem tratar e todos sabemos que isso é certo. Naturalmente os fanáticos do caciquismo. local dedicam-se a insultar o Mestre.
Ah! também faz o elogio do homem que restaurou S.Domingos, que foi Duarte Castel-Branco. Isso também põe fora de si a base social do caciquismo. Tadinhos!
ma
desagua no Tejo -Hermano Saraiva dixit
Estive a ler uma nota num Jornal de Abrantes da década de 70 onde Jorge Moura Neves Fernandes noticia a nomeação de Hermano Saraiva para Embaixador no Brasil. Marcello Caetano queria acabar com os programas na RTP do Mestre, porque eram muito subversivos e exportou-o para Além-Mar.
Anota o dr. Jorge que as comemorações dos 75 anos da elevação de Abrantes a Cidade, que permitiram a recuperação do Convento de S.Domingos e uma exposição sobre os quadros do Mestre de Abrantes nesse local, só foram possíveis porque Saraiva, enquanto Ministro da Educação, abriu os cordões à bolsa e deu um generoso financiamento para as festas.
Sendo assim devíamos ser gratos ao dr. Saraiva, mas quando regressou a Abrantes, para a filmar para a RTP, trataram-no assim:
Começou a chover e procurou refúgio no Café Portugal. A Senhora Vereadora da Cultura estava muito ocupada para o convidar a tomar um café na CMA. A gratidão e a ignorância atrevidas à abrantina são assim.
mn
foto de Jota Pico
Faz-nos o favor o Prof. Catroga de explicar às autoridades que não se deitam muralhas abaixo ?
CMA
Embora o Doutor Hermano Saraiva já o tivesse explicado
no dia em que a Isilda Jana, Vereadora da Cultura, o deixou à chuva......porque tinha medo que ele tirasse alguma coisa da cartola...
a redacção
foto: Foto de Hermano Saraiva, by João Pico, então Vereador laranja ou Presidente do CDS, já não nos lembramos....
mapa: Exército Português
José Hermano Saraiva foi também um duro Ministro da Educação do ditador Salazar e usou mão dura na crise de Coimbra em 1969, diz-nos o nosso amigo dr.Rui Lopes
É certo que é sempre de lamentar o desaparecimento de alguém, neste caso também lamento o desaparecimento. No entanto, deixo dois pontos: o historiador e o Ministro que não deixa saudades à Academia de Coimbra.
Quanto ao Historiador, é certo que muito encantou na TV com as suas "estórias" no entanto, estas eram desprovidas da cientificidade que a ciência histórica exige, muitas vezes baseado em "estórias" de fonte oral duvidosa. Quanto à cientificidade da História dele estamos esclarecidos.
Como homem do Estado Novo, foi um ministro que não deixa saudades à Academia de Coimbra, foi um ministro que era irmão de António José Saraiva, mas este, suponho, estava exilado quando quando ele era ministro.
Bom contador de "estórias" e comunicador, estou de acordo, mas a História dele é desprovida de qualquer cariz científico.
Caro Rui,
Desculpa só editar hoje o teu comentário, acutilante como sempre, mas ontem fizemos luto pelo Prof. Hermano Saraiva.
Dizes que é sempre de lamentar a morte de alguém.
Sou menos cristão. Não lamentarei que em Damasco a Resistência faça justiça.
weekly.ahram.org.eg
Como recordas Hermano Saraiva deixou más recordações em Coimbra, quando a Academia desafiou o fascismo
A Academia ou parte dela porque barricados em alguns cantos havia estudantes que achavam que o salazarismo era demasiado democrático e pediam um fascismo autêntico, levantando a bandeira de José António Primo de Rivera e de outros tribunos da extrema-direita. Entre eles o Zé Miguel Júdice e o Francisco Lucas Pires.
Mas Saraiva foi um vulto intelectual importante e ensinou o nosso povo a amar a história.
História romanceada???
Os mais belos textos da nossa História, os de Fernão Lopes e de Oliveira Martins, são terrivelmente parciais. Mas são História.
O que separa a Literatura da História?
Uma fronteira ténue....
Para terminar direi que o Saraiva me recorda o Rocha Martins que entre 1910 e 1950 foi o grande divulgador duma História Popular, Liberal e Patriótica.
Retiro o Liberal à do Saraiva, a História dele foi Populista (por isso era elogiada pelo comunista Mário Castrim) e Patriótica.
Saraiva disse sempre que não era um democrata. Ao menos não mudou de casaca como o oportunista do Adriano Moreira.
Miguel Abrantes
O Doutor Candeias é um conhecido historiador abrantino mas apesar da sua sabedoria às vezes mete o pé na argola. A sua formação (seminário mais curso de história e doutoramento dirigido por Veríssimo Serrão) impedem-no de ter uma das qualidades fundamentais para passar de vulto mediano da nossa historiografia a ser uma grande vedeta mediática da história como o Prof. Hermano Saraiva.
Escutem-no e vão descobrir porque afirmamos isto:
Diz Saraiva que se ser um grande Historiador como ele (embora em altura física seja o mais pequeno) é preciso ter sido advogado criminalista. E dar-se bem com os criminosos. Essa formação jurídico-detectivesca leva Saraiva a dizer que nunca fala dum sítio onde não tenha ido. Primeiro vai lá observar, estudar as pistas, depois relê os livros e formula hipóteses.
Algumas são polémicas, como se sabe.
Ora, o Doutor Candeias é para nós demasiado amigo dos arquivos, confia demasiado na papelada velha e dá-nos ideia que não foi a todos os locais sobre os quais opina. Por exemplo, aquele lapso que lhe apontámos aqui sobre a identificação de D.Lopo de Almeida num fresco de Siena, teria sido evitado com uma estadia prolongada na bonita cidade italiana e uns agradáveis passeios pela Toscana.
Da mesma forma, a sua biografia canónica de D.Francisco de Almeida devia ter sido acompanhada por uma longa peregrinação pelo Oriente, estudando in loco onde o terrível abrantino degolou turcos.
C.R.Boxer conhecia todos os sítios dos quais falava. E além do mais falava japonês.....
De maneira que vimos sugerir ao Sr.Dr.Candeias que aplique o método Saraiva, estude Direito, abra durante uns anos banca de advogado criminalista em Abrantes (onde a clientela está a aumentar exponencialmente) e quando o seu escritório for assaltado, publique na folha gratuita um anúncio queixando-se.
No dia seguinte, acontecerá como ao Advogado Hermano Saraiva, os ladrões vão lá devolver o roubo e deixar um cartão a pedir desculpa.
Nesse momento, já possuidor dum sério instinto dedutivo-criminalístico, o Doutor Candeias poderá regressar à História e quem sabe substituir Saraiva (que infelizmente não é eterno) como Rei das Audiências na RTP.
Miguel Abrantes
Antigamente quando o Prof. Salazar governava os métodos do ensino primário eram outros, menos tolerantes e permissivos.
Ninguém com mais de 50 anos negará que houve grandes professores no ensino primário salazarista e nós aqui como metáfora demos o exemplo da D. Alice de Brito como evangelizadora da população feminina do Pinhal.
Foto do Livro do Sr.Traquina ''O Souto-Um Povo-Uma Cultura''.
E também já propusemos que a Escola dos Quinchosos se passe a chamar Marques Heitor, um grande professor de Abrantes Cidade.
E estamos falar de Ensino público acessível a todas as classes sociais a quem o Dr. Salazar exigia pelo menos a quarta classe......
A quarta classe salazarista exigia um domínio seguro da História de Portugal, certamente uma História feita por Reis, Santos e Heróis, mas uma História com cronologia exacta e com factos concretos e não com invencionices.
Ai do aluno que não soubesse o que se tinha passado em 14 de Agosto de 1385 no campo de Aljubarrota.!!!!
Tinha uma raposa garantida!
Certamente a nossa História não foi só feita por aqueles senhores e as amplas massas populares tiveram um papel destacado como explicou o Sr. Dr. Álvaro Cunhal naquela crise num Manual de divulgação sobre 1383-85.
Mas, senhores, a Cronologia e a Verdade Histórica são a base dum ensino sério do passado como explicou o Prof. Antório Henrique de Oliveira Marques nas suas Memórias, criticando a falta de atenção dada à cronologia nos manuais escolares desde os anos 60, não poupando à crítica os que foram assinados pela sua Mulher, Fernanda Espinosa....
Voltou a dar importância a essas coisas, Oliveira Marques e o resultado é ter conseguido transformar a sua Escola, o Curso de História da Universidade Nova de Lisboa na melhor do País neste campo.
Da escola de Oliveira Marques saiu a Doutora Hermínia Vilar, a mais brilhante Historiadora abrantina, natural das Mouriscas, de quem já aqui falámos.
Hermínia Vilar é a pessoa que mais sabe em Portugal da Casa de Abrantes quer se queira quer não.
Especialmente sobre a sua fase medieval.
Não vamos citar nenhum livro nem artigo demasiado denso, mas apenas a primeira obra publicada pela Doutora Hermínia que é esta, que devia ser estudada por todos os abrantinos cultos:
O livro foi editado em 1988, ganhou o Prémio de História Local ( com a distinta participação no Júri do Prof. Oliveira Marques) e é uma vergonha que ainda não esteja esgotado.
Mas também uma sorte, porque o Sr. João Pico poderá comprá-lo e estudá-lo, especialmente as páginas 84 à 87 para aprender a não dizer disparates e sobretudo atribuir alarvidades próprias de ignorantes a pessoas sérias e sabedoras como é o caso do Prof. Hermano Saraiva cuja obra de divulgação e investigação da nossa História é notável.
Diz Pico que Hermano Saraiva ''reproduziu'' que D. Lopo de Almeida tinha participado na Batalha de Aljubarrota e em mercê de qualquer favor ao Rei teria sido feito 1º Conde de Abrantes.
João Pico aprendendo História, tarefa difícil a do Professor in Pico do Zêzere
Infelizmente o D. Lopo nem sequer tinha nascido e só foi feito Conde em 1476 por Afonso V por méritos para o bloguer pouco recomendáveis. O Lopo era uma espécie de Vara do Africano, homem para todo o serviço. Bons e maus. E alguns dos serviços que fez ao Africano foram pouco elogiáveis.
De forma que o Mestre Hermano Saraiva nunca poderá ter escrito isso, nem sequer dito, como é próprio de qualquer pessoa que sabe da sua profissão. Que a de Saraiva é a História actualmente....
Porque já foi a Advocacia, a Diplomacia, o Ensino Liceal e Superior e a Política.
O que não reproduzimos do Prof.Hermano Saraiva é a opinião sumamente desagradável que tem sobre Adriano Moreira, ex-líder do CDS ( foi o homem que reduziu o Partido ao táxi), nas suas Memórias.
Moral da História : Imaginem o que diria a a nossa saudosa D.Alice acerca dum pobre aluno que confundisse Aljubarrota com o cu de Judas........
Se todas as opiniões do Pico são tão fundamentadas como esta, estamos conversados....
POR ABRANTES
PS- Se o Livro da Doutora Hermínia for muito denso, só resta a História de Abrantes aos quadradinhos com texto do saudoso Eduardo Campos e Sara Morgado. Desenhos de Paulo Matos. Só custa 2,49 euros. Pode comprar aqui
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