Terça-feira, 12.01.21
 
São Julião em Punhete?
Uma hipótese a explorarPré-visualização da imagem
 
 
Nem todos os santos constarão da lista do calendário romano. Será o caso de alguns santos denominados de «São Julião». Sabemos que o Concílio mandou que só constassem no calendário apenas as festas com inegável importância universal, remetendo-se assim para o direito particular as restantes celebrações. Segundo o martirológio romano (últimos ajustes) celebra-se a 6 de Janeiro o dia de São Julião e Santa Basilissa. São estes santos que se veneram na igreja matriz da vila de Constância. Na minha opinião não é certo que este casal tenha sido sempre aqui venerado. Há um outro São Julião que poderá ter sido casado com Ireneia, nome depois contraído em Iria, opinião publicada por gente entendida na matéria. Em Punhete, actual vila de Constância, há efectivamente memórias escritas de São Gião, contracção de São Julião, e de Santa Iria (oratório do Palácio da Torre, antigo Castelo templário). E, à semelhança de outras localidades, haverá eventual confusão com outro São Julião como já referi.
Uma questão preliminar se coloca então: quem foi este orago, São Julião, da paróquia de Constância? Há vários santos com este nome.
No que concerne a São Julião e Santa Basilissa (século III), estes terão feito voto de castidade porém, Julião, terá sido forçado pela família a casar-se com Basilissa. O casal transformou a sua casa num hospital, onde chegaram a atender mais de mil pessoas. Durante as perseguições de Diocleciano, Julião foi decapitado após ter sido preso pelo governador de Antioquia, no Egipto. Basilissa morreu pacificamente. (1)
São Julião é o padroeiro de várias freguesias como São Gião. Essa denominação aparece em Constância, por exemplo, em 1536. (2)
Curiosamente,. em 27 de Março de 1822, a propósito da trasladação da paróquia para o actual templo (na sequência das invasões francesas), somente existe referência oficial à trasladação da imagem de São Julião: «continuando como orago da paróquia» (3)
As actuais imagens existentes na Igreja Matriz (São Julião e Santa Basilissa) terão sido oferecidas no século XIX por uma família do Alentejo, por via de uma promessa. A encomenda a Lisboa terá resultado no envio por barco de duas imagens? (4)
Por todos estes motivos terá sido o nosso São Julião originário confundido com um dos seus homónimos? O problema é intrincado, tem solução canónica, mas a história tem outros desígnios e motivações.
Na lista dos santos que nos é facultada pela «Legenda Dourada» de Jacques de Voragine (5) surgem-nos vários santos com este nome entre os quais um São Julião, hospitalário.
Este último São Julião num acesso de ciúme terá morto por engano os seus pais . Este parricídio tinha-lhe sido profetizado por um cervo, com cara humana, que ele perseguia e a que não dera valor. Decidiu Julião redimir-se deste crime e, mais a sua mulher (cujo nome Voragine não revela), retiraram-se os dois para as margens de um grande rio, onde muitos perdiam a vida, e aí estabeleceram um grande hospital, onde poderiam fazer penitência. E estavam constantemente ocupados a fazer passar uma ribeira - «a ribeira» - a todos os que ali se apresentavam. E a receber todos os pobres. Um dia Julião acolheu no seu próprio leito um homem que lhe apareceu e que morria de frio. De repente aquele que parecia coberto de lepra levantou-se branco como a neve para o céu e disse ao seu hóspede: «Julião, o Senhor enviou-me para vos advertir que ele aceitou a vossa penitência e que brevemente ambos repousarão no Senhor». O que aconteceu segundo a lenda.
Jorge Campos Tavares informa-nos que os pais deste Julião eram espanhóis. Mais acrescenta o autor que se ignora a época em que ele viveu. (6)
Podemos sempre conjecturar como alguns já o fizeram com propriedade que São Julião e a mulher se fixaram no local onde actualmente existe Constância. Nos textos em latim e em francês atribuídos a Jacques Voragine há uma referência a um grande rio (o Tejo?) e, por outro lado, a uma ribeira (uma ribeira do Tejo, o Zêzere?) referentes ao local onde São Julião se fixou com a esposa. Uma pesquisa aturada sobre a origem das palavras (esse desenvolvimento não é matéria para este artigo) permite-nos esta conjectura última. Quem reproduz e não conhece Constância e deixou no texto duas expressões distintas «grande rio» e «ribeira», dá-nos um indício de autenticidade! Uma ribeira não desagua no mar em princípio...
Certo, certo é que não se pode confundir este casal (que não foi mártir, donde, sem palma) com o outro do Egipto (Julião e Basilissa). Só por aproximação ou semelhança se poderá considerar mártir este casal cujos pais de Julião seriam espanhóis e se fixou onde havia um grande rio e uma ribeira - atenta a tradição da Igreja.
No recorte de uma gravura de Neale surge no tempo das invasões francesas a velhinha igreja paroquial de São Julião que, parece, já existiria no século XIII. A pia baptismal, de oitocentos anos, existe na actual matriz, para onde foi trasladada, segundo me contou o saudoso cónego José Maria d'Oliveira Rodrigues.
José Luz (Constância)
Post Scriptum - Se, efectivamente, os seus pais eram espanhóis e se, o nome de Punhete teve origem na Catalunha (7) e foi importado pelos templários, percebe-se a devoção no Oratório do Palácio da Torre de Punhete, a Santa Iria, contracção de Ireneia mulher de São Gião, Julião? Por sinal o nome da Comenda local e do Adro e Igreja que ali existiam junto ao Palácio. A terra do grande rio e do rio afluente desse grande rio. Não sabemos a verdade. Mas é apaixonante este assunto. Há muitas coincidências. É há dados verossímeis. Ou será que esta capela a Santa Iria de cuja existência temos registo tem a ver com a Santa Iria assassinada em Tomar e que estará na origem da lenda de Punhete sobre a terra do pé torto? (8)
A estalagem de São Julião pode ter existido no sítio do antigo castelo, depois Palácio da torre. E quanto à dificuldade em se passar o rio, na época medieval essa dificuldade deve ter existido. Nós sabemos que esta zona até ao Almourol tem um historial nesse sentido. As barragens do século XX e o assoreamento milenar alteraram a força das águas. Leitão de Andrada falava do ímpeto das águas em.. Punhete.
(1)Enciclopédia Católica online, publicada por Kevin Knight in «New Advent»
(2) Arquivo da família Themudo de Castro, Livro V, citado em «Casa de Camões em Constância», por Maria Clara Pereira da Costa e outros , 1977.
(3) Livro de «Lançamentos de Pastorais e capítulos de Visita da Vila de Punhete» transcrito por Joaquim dos Mártires Neto Coimbra em 1954.
(4) Contava o cónego José Maria.
(5) La Legende Dorée T.1, de Jacques De Voragine, Editor: FLAMMARION , Edição ou reimpressão: Janeiro de 1999
(6) Jorge Campos Tavares, Dicionário de Santos, Lello & Irmãos, Editores
(7) Catalunha e Punhete.
A documentação escrita sobre o período da nacionalidade regista inúmeros exemplos de importação de topónimos, de lugares homónimos que pertenciam a milícias internacionais. Punhete, lembra o local de um mosteiro templário na Catalunha, Punyalet e é o caso trazido à tona na obra monumental "Castelos Templários" em Portugal, de Nuno Villamariz Oliveira, da Ésquilo, pág 229, obra de dissertação apoiada pela Comissão Portuguesa de História Militar.. O topónimo Punyalet aparece de facto em "L' Arquitectura dels Templers a Catalunha", de Fuguet, S, J, Universidade de Barcelona, departamento de história de arte, 1989.
Sendo uma hipótese académica sobre a origem do nome do povoado de Punhete não pode ser ignorada pois assenta numa investigação séria, com leis próprias desta ciência. É mais do que uma lenda ou uma pura especulação. O professor José Hermano Saraiva, numa das suas vindas a Constância ( 2010) salientava o papel crucial dos Templários no povoamento deste território.
(8) A lenda conhecida em Constância e passada de geração em geração assevera que vinha um «tronco» rio abaixo e que alguém lhe deu um pontapé, tendo ficado com o pé torto.Era a santa ,afinal. e não um tronco.
 
 


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Domingo, 13.12.20

Frei Francisco de Oliveira foi um erudito frade dominicano que viveu, no Convento de S.Domingos ,   vários   anos, no século XVIII e deixou obra vultuosa sobre ‘’antigualhas’’ romanas, tanto abrantinas, como da sua região natal, o Baixo Alentejo.

convento de sao domingos artur falcão ar.jpg

(foto Artur Falcão)

O seu trabalho  consta parcialmente  publicado  em várias obras de referência , nesse  remoto século.

Em Abrantes, foi o capitão Mourato, que  se referiu ao dominicano pela primeira vez  na sua monografia sobre a história da vila, (Archivo dos Municipios portuguezes historia analytica, descritiva e critica de todos os municipios do Reino... 1885),  reeditada por Eduardo Campos em 1981, com o título ‘’ ’Memória Histórica da notável vila de Abrantes’’.

Há alguns anos, a investigadora bejense,  Marta Páscoa, na sua tese de mestrado,   ’Frei Francisco de Oliveira, A escrita da História Regional e Local no século XVIII’, (2002)’’,  resgatou a memória do frade dado às pedras romanas e aos velhos alfarrábios.

Traçou o retrato possível, à luz da documentação coeva, da vida e obra dum sábio clérigo, saído da pequena nobreza bejense e que colaborou intensamente com os homens, que no século XVIII, estavam a reescrever a história pátria, limpando-a das patranhas lendárias que séculos de obscurantismo tinham acumulado sobre ela.

Um grupo de homens ilustrados  pelo espírito do iluminismo e que em parte se reuniam sob a égide da Academia de História, a cuja fundação andou ligado o 1º Marquês de Abrantes.

Pela sua correspondência, publicada e citada pela Autora,  sabemos que esteve em Abrantes seis anos, talvez a partir de 1742.  

Numa das suas obras, dá notícia duma lápide romana abrantina, que viu em 1747, na Quinta do Seixo  ’’ ‘’Esta em Abrantes em 1747 na quinta chamada do Seixo dos padres dominicanos que continha o seguinte:

 

‘’Taemilio Ma Or.

Aed. II vir Flamin.

Provinc. Lusitaniae

Taemilia Maerina. D. S. P. F.

Isto he: sendo Tamilio Maero Almotacé e segundo varam do governo levantou este sepulchro a Temilia Maerina Sacerdotiza da Província Lusitana.’’

( Frei Francisco de Oliveira, "Memórias para a História da Província do Alentejo’’ publicada por Marta Páscoa, na tese citada).

Esta obra foi reconstruida pela autora citada, a partir dos manuscritos do dominicano, que se encontram na Biblioteca Pública de Évora (entre os papéis de Frei Manuel do Cenáculo) e no Arquivo Municipal de Beja.

 

O frade, em múltiplas publicações feitas em livros da época e noutros textos deixados inéditos, existentes na Biblioteca Pública de Évora e no Arquivo de Beja (etc), transcreve lápides romanas, existentes sobretudo no Alentejo.

A autenticidade dalgumas destas lápides é atestada pelo académico e reputado especialista em epigrafia, Prof José da Encarnação, por exemplo na sua monumental obra ’’Inscrições Romanas do Convento Pacense’’ (Coimbra, 1984).

 

A partir dos manuscritos do frade, que consultou na BPE, o capitão Mourato escreveu:

seixo.png

Transcrição de Manuel Mourato da lápide da Quinta do Freixo ( Campos, 2002)

A transcrição não é igual e há divergências de datas. Mourato diz que o frade a viu em 1742, este diz que foi em 1747. Também afirma que no papel que consultou não havia tradução e que fez esta:

tradução.png

Que é muito diferente da proposta por Frei Francisco.

 

Mourato refere outra lápide, que o frade teria visto na mesma quinta. No que Marta Páscoa  publicou, não há referência a ela.

Mourato diz que transcreveu a lápide a partir dos ‘’apontamentos manuscritos para a história da sua pátria (a Cidade de Beja)’’, que estariam entre os papéis de Frei Manuel do Cenáculo, na Biblioteca Pública de Évora. ‘’ Os quais se conservam na Biblioteca Pública de Évora, entre os papéis do Arcebispo D.Fr Manuel do Cenáculo, já bastantes deteriorados’’. 

 

Temos portanto, que o frade descreveu e traduziu uma lápide abrantina, existente em 1747, que diz que viu e que o documento, escrito pela sua mão, jaz na Biblioteca Pública eborense, no Códice cIII.

 

Face a esta descrição factual do capitão Mourato (e ainda a outras sobre os desaparecidos documentos alegadamente escritos por Frei D.João da Piedade, Bispo de Macau ou da China, sobre história de Abrantes), desdobraram-se em considerações, Eduardo Campos e Joaquim Candeias Silva.

Bastantes pouco abonatórias  para Mourato. E no mínimo infelizes. 

 

Temos agora a prova documental, graças a Marta Páscoa, que parte dos documentos citados por Mourato, estavam na BPE, como ele sustentava. 

E que o capitão Mourato não inventou nenhuma lápide, transcreveu-a a partir dos apontamentos setecentistas de Frei Francisco de Oliveira.

Era um probo historiador, Mourato, aqueles que atiraram pedras, podem agora meter a viola no saco.

Finalmente fica a pista, na tese citada há amplas referências a uma volumosa massa documental, saída da pena de Frei Francisco (alguma com referência a Abrantes), dispersa pelos arquivos citados, que ainda não está estudada.

Entre esses papéis, podem estar os outros documentos citados por Mourato e que não são vistos desde o século XIX, como os famosos apontamentos do dominicano abrantino, o Bispo Fr. D.João da Piedade,  sobre a História da Vila abrantina.    

ma



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Quarta-feira, 10.06.20

Que sabíamos nós sobre a História das freguesias de Abrantes?

Quase nada.

Nesta tese, a drªNádia Raquel Mendes Lopes, dá-nos um retrato da freguesia da Bemposta no século XVIII.

A drª Nádia é professora na Escola Superior de Educação de Santarém.

A tese leva o nome ''Natalidade e mortalidade na Freguesia da Bemposta em finais do Antigo Regime (1752-1800)'', foi defendida em 2017 na Universidade de Coimbra.

Deu-me um gozo monumental ler a tese e aprendi muito.

Com base num estudo sistemático e comparado dos assentos de nascimento da paróquia local, responde a investigadora:

Donde é que vinham os homens que foram casar à Bemposta, no dezoito?

Quantos escravos havia?

Houve neste período 4 nascimentos de filhos de mães escravas, sendo o último, em 5 de julho de 1774, como a Lei de 1773 tornara livres os ventres, já nasceu livre. (1)

Tendo em conta a população da freguesia, a escravatura era residual.

Quantos nascimentos houve em Água Travessa nestá época?

Bastantes mais que na sede da freguesia?

Nasceram 174 pessoas nesta terra e só 63 na sede da freguesia.(2)

Ou seja a Água Travessa era muito mais povoada e dinâmica que a Bemposta. 

Quais eram os Casais ocupados?

A tese mostra qual era  ocupação dos vários casais  da zona, que ainda são sede de explorações agrícolas importantes, como o Casal das Tojeiras ou Cadouços.

Naturalmente tenho de agradecer à drª Nádia este importantíssimo serviço à nossa história local.

Um dos trabalhos mais importantes de história abrantina nos últimos 20 anos!!!!.Merecia uma edição em papel.

Chapeau.

MA

(1) pag 39 da tese

(2) pag 29 da tese

 

 

 



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Segunda-feira, 13.01.20

Em 2018 foi defendida esta tese de mestrado, ''IDENTIDADE EM CONTRASTE , DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO À REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO, CONVERSÃO DO CASTELO DE ABRANTES EM POUSADA'', na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, pela Arquitecta Patrícia Maria Fernanda de Matos.

A ideia de reconverter o Castelo em Pousada já foi equacionada nos anos 60, pela CMA e DGMN, aquando das grandes obras de intervenção que levaram à demolição das instalações do velho quartel de Artilharia.

desobstruçao porta muralha 68

 

A tese tem algumas boas ideias e enferma de lugares comuns como o elogio das desastrosas políticas municipais da cacique e sucessores, caracterizadas pelo despesismo e pela destruição do património.

Assim elogia-se o ''bunker ''como grande obra de arquitectura e até se diz que foi premiado, coisa que não sucedeu.

Mas faz-se uma abordagem histórica do Castelo muito  fraquinha e com evidentes erros, produto da consulta da bibliografia municipal recente, que é medíocre. e está eivada de delfisnescos disparates.

Dizem-se coisas absurdas, que parecem de história-ficção:

historia ficçao

O título concedido a D.Rodrigo não é dado por D.Afonso VI, que já estava morto quando o seu sobrinho-neto, D.João V cria o marquesado.   A obra do dito Palácio dos Marqueses, é pois já do reinado do ''Magnânimo''.

O terramoto que arruinou a Torre de Menagem é de 1531, e não posterior a D.Pedro II.  

A parte sobre a Idade Média é sumária e vê-se que não se consultou a obra básica ''Abrantes Medieval'' da Professora Doutora Hermínia Vilar.

Sustentar que a artéria medieval abrantina por excelência  era a R. Correia de Lacerda, unindo a alcáçova a S.Vicente, é de novo fazer ficção histórica.

A autora citada considera a Rua Grande como a grande artéria da urbe, nos tempos feudais.

Finalmente dizer que o Castelo nunca sofreu nenhuma intervenção desde a Idade Média, é entre outras coisas esquecer a grande campanha de obras dos anos 60/70 da DGMN ou que a Fortaleza foi um equipamento militar importante até quase 1960, com múltiplas intervenções da engenharia militar desde o século XVII.

mn

foto da  DGMN -desentulhando a Porta da Traição     

   

 

 

 

 

 



publicado por porabrantes às 14:03 | link do post | comentar

Domingo, 16.12.18

livro zé

O Prof. José Albuquerque Carreiras, a Prof Doutora Giulia Rossi Vairo e o Prof. Doutor Kristjam Toomaspoeg apresentam amanhã mais uma obra fundamental para o estudo da Idade Média Europeia

em vez de estudar lugarejos perdidos nas brenhas como Água de Casas ou entrevistar senhoras da Chainça que têm o descaramento de contar que tiveram maridos copofónicos (grande qualidade!!!!!) sem que o dito se possa defender dado estar a animar tascas celestes...

mn



publicado por porabrantes às 20:03 | link do post | comentar

Domingo, 19.08.18

A Senhora Doutora Maria do Carmos Raminhas Mendes envia-nos este comentário:

 

carmo raminho

 

ver aqui

 

Nós é que temos de agradecer estas simpáticas palavras e voltar a recomendar a leitura do seu trabalho sobre História da nossa região.

 

ma 

 



publicado por porabrantes às 13:42 | link do post | comentar

Quinta-feira, 05.07.18

9788446029380

Ediciones AKAL,

 

CRISTIANA: GUIA BASICA PARA ESTUDIANTES (En papel)

JUAN CARMONA MUELA

, 2008

 

Custa 10 euros e sustenta que São Miguel apareceu ao Bispo de Abrantes e por causa disso se construiu o santuário do Monte S.Michel

 

obispo abrantes

 Como é sabido nunca houve nenhum Bispo de Abrantes e portanto São Miguel absteve-se da aparição.

 

É uma das maiores calinadas que lemos sobre história da cidade

 

O autor assina mais 6 obras sobre iconografia religiosa.

 

ma



publicado por porabrantes às 19:59 | link do post | comentar

Segunda-feira, 19.03.18

Temos por mau costume ler as teses de doutoramento e às vezes de Mestrado sobre a Abrantes e a região e de as comentar.

teses anastácio

Fomos ler esta

 

O Doutor Oosterbeek fazia parte do júri e publicou esta bonita mensagem sobre ela

Otros destinatarios: docent...@ipt.pt, docent...@ipt.pt, docent...@ipt.pt, docentes_ctesp_web...@ipt.pt, docentestes...@ipt.pt, Funcio...@ipt.pt, funciona...@ipt.pt, quaternary-pr...@googlegroups.com

 
 ''Tenho o especialmente grato prazer de informar que decorreu em 20 de Janeiro de 2016, na UTAD, a discussão pública da tese de Doutoramento de Rita Ferreira Anastácio, intitulada SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA para a GESTÃO DO PATRIMÓNIO: CASO ESTUDO DO MÉDIO TEJO. O júri, presidido pelo professor Jorge Ventura Cardoso e integrando os professores João Pedro Cunha Ribeiro (arguente), Maria Teresa Baptista (arguente), Luiz Oosterbeek (vogal), Pierluigi Rosina (orientador) e Rui Pedro Julião (orientador), aprovou a dissertação por unanimidade, com a avaliação final de 18 valores.
Trata-se de um importante contributo para a futura gestão da região do Médio Tejo, que nos obriga a todos a olhar não apenas para as "potencialidades" mas, em grande medida, para a distância que separa a realidade das bases de dados disponíveis. E é uma tese que apresenta um contributo muito inovador para a gestão territorial da cultura. ''


Luiz Oosterbeek
Pro-President of the Polytechnic Institute of Tomar, for International Relations and Co-operation

Secretary-General of the International Council of Philosphy and Human Sciences (CIPSH)
Secretary-General of the International Union of Prehistoric and Protohistoric Sciences (UISPP)

Estrada da Serra, Campus da Quinta do Contador, P-2300-313 Tomar ''
 
Comecei a ler e não acredito:

suevos

A ilustre doutorada cita, na bibliografia, Manuel Silvio Alves Conde

conde 3.png

E o Doutor Conde, que é o mestre da história medieval do Médio Tejo, diz,nessa obra, que um documento remoto, o Paroquial Suevo, refere Selium que é Tomar. Também acontece que a obra dada por não publicada, foi ...publicada

selium

 

Também acontece que a Senhora Doutora é professora no IPT...em Tomar..

Podia ser isto um lapso, mas a interpretação que é feita da Idade Média é surpreendente:

escravos.png

p.122

Com que então não havia escravos na Idade Média!

Nem sequer em Abrantes!

 

Outro dia, no Médio Tejo, o sr. José Gaio evocou o foral afonsino (na edição do Eduardo Campos):

(...)Nos territórios conquistados, os mouros era considerados escravos. Por cada mouro que era vendido no mercado pagava-se um soldo, e por cada um que trabalhasse para alguém, o patrão tinha de pagar a “décima”.(...)

Depois a doutoranda diz que a Igreja se retirou para o campo!

A Igreja na Europa instalou-se desde os tempos dos Romanos nas cidades, nos campos (pagus) estavam os campónios, que tardaram em ser evangelizados (por isso o termo pagãos).

Os grandes Bispos que auxiliaram Afonso Henriques, como o de Braga e Porto, viviam nessas cidades e eram senhores delas!

Também diz que a Arquitectura Gótica '' não é fruto de influências externas'' (p. 122)

Passa depois a elogiar a Herity (onde manda um dos membros do Júri) e disserta sobre as políticas culturais e patrimoniais da CIMT e fala duma abordagem a partir da engenharia geográfica da valorização do património cultural.

Acerca das infrastruturas culturais abrantinas elencas-o desta forma

elenco

(pag 318 -anexo)

Acontece que a Biblioteca do Rossio de Abrantes está fechada, o Cinema fechou em meados dos anos 70, o MIAA ainda não passou do papel, a Galeria Municipal de Abrantes fechou há muito como o Cineteatro de Alferrarede. O Núcleo Museológico das Mouriscas parece que está arrecadado pela ADIMO, porque a Escola do Lopes está a cair   e o Ecomuseu do Castelo de Bode já não existe!!!

 

É obra!

 

Mas teve 18 valores!

 

Não era melhor a Senhora Doutora ter ido aos locais ou ter consultado a História de Portugal do Prof.Mattoso, vol IV, a ''Monarquia Feudal'' (que não cita) para ter uma visão geral da Idade Média em Portugal????

 

Não devia o orientador ter chamado a atenção para estes lapsos?  

 

 Quanto ao Doutor Luiz Oosterbeek que estava no Júri que disse a estas coisas???

 

ma

PS-Acho que vou deixar de comentar teses por uns tempos.... 

 



publicado por porabrantes às 10:12 | link do post | comentar

Quinta-feira, 02.11.17

Foi actualizado o colega Coisas de Abrantes

 

Para quem gosta de história local recomenda-se uma visita

 

mn



publicado por porabrantes às 15:18 | link do post | comentar

Segunda-feira, 19.06.17

ec candeias silva.png

Eis o Doutor Candeias Silva, garboso, segurando a obra . ''Foral concedido a Abrantes por D.Manuel I em 10 de Abril de 1518, edição diplomática de Eduardo Manuel Tavares Campos,''

eduardo campos 2.jpg

Tendo em conta que passou muito tempo a ocultar a obra do Eduardo....

cs campos.jpg

nome que não podia figurar por exemplo nesta bibliografia inserida no opúsculo ''Abrantes na Expansão Ultramarina'' .........teremos de comentar que segurar a obra do Eduardo será para ele um pesado fardo....

 

ma



publicado por porabrantes às 10:45 | link do post | comentar

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