Bartoon no Público
O livro ''Longe do Mar'' de Paulo Moura, jornalista free-lancer,é um retrato duma viagem através da EN 2 , da raia transmontana até Faro. É uma narrativa que presta no título uma evidente homenagem ao "On the road'' do Jack Kerouak, e a toda a tradição literária e cinéfila norte-americana que escolheu o caminho de partir, em busca dum imenso país desconhecido.
E ao mesmo tempo é um diagnóstico do que é a realidade do interior do país, através das personagens que o Autor encontra na sua viagem.
Que acontece quando chega à região de Abrantes?
Encontra um crime passional, em que um marido enganado, Álvaro Fausto, industrial de casas de alterne, é alvo dum assassinato encomendado pelo amante da mulher, o ''Sossego'' a uns ciganos.
Os ciganos, mais o Sossego, fazem uma espera ao Fausto, mas a cena complica-se, há tiros de parte a parte, e é finalmente o Sossego, que é negociante de pinhões e vive no Couço, que mata o Fausto.
O crime dá-se nos Foros de Arrão,concelho de Ponte de Sôr, em 1998
O Fausto morre cravejado de balas de uma pistola 6,35 mm, no Hospital de Abrantes.
O assassino que, acaba na cadeia de Elvas e a viúva alegre do Fausto, ainda aparecem a corromper os guardas prisionais, para darem uma queca na cela da cadeia.
Depois a coisa complica-se.
É um retrato do nosso interior, bem aqui ao lado
Para que é vou ler histórias de detectives camones, se o Paulo Moura me conta, em grande nível, a história sangrenta e boçal, dum assassinato nos Foros de Arrão?
Parte disto saiu no Público e o autor aumentou as histórias e a Fundação Francisco Manuel dos Santos, editou o book na colecção ''Retratos''em 2016.
Curiosamente, o Público em 2009, publicou a história integral deste crime passional, mas no jornal os nomes das personagens não são idênticos aos do livro, bem como a designação de alguns locais . No jornal a vítima chama-se Gil Mário e há outras mudanças.
Leiam o livro e podem descobrir como é o nosso verdadeiro Portugal, diferente daquele, que as gazetas, subsidiadas pelas edilidades, descrevem, resumindo-o a fogos estivais, festas pimbas e discursos caciquistas. É duro de roer, mas esse é o nosso verdadeiro país.
mn
devida vénia: ao Paulo Moura (capa e texto transcrito)
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