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Júlio Fogaça, secretário-geral do PCP ''de facto'' expulso por desvio sexual de direita. Depois do 25 de Abril, foi Presidente da Comissão Administrativa da Câmara do Cadaval. Nunca o deixaram regressar ao Partido apesar de ter tido um porte heróico na Pide, ao contrário dum gajo da Intersindical do Couço que rachou em canal. Ora bolas, um heteroxessual não tem por isso de ser um herói, um homem não é uma rocha mesmo que seja do Couço, a Sibéria portuguesa.
O Júlio foi deixado no congelador no MDP até que morreu. Era um homem rico e deixou o PCP como herdeiro. Os camaradas que não tiveram problema a aceitar a herança dum homossexual, recusaram-se a readmitir um homem que foi toda a vida um resistente anti-fascista e que tinha passado pelo Tarrafal.
O Júlio deu-lhes a bofetada suprema, no testamento legou a sua biblioteca vasta e bem recheada à Academia das Ciências, liderada pelo ex-Ministro fascista Adriano Moreira.
A mensagem do Júlio era simples: os livros são uma coisa demasiado complicada para mentes quadradas tipo Octávio Pato.
A mesma tropa que se beijava na boca com o Brejenev, deixou o Alves da RPP ser militante e vetou um herói como o Fogaça.
Depois diziam que eram revolucionários....
Miguel Abrantes
Miguel Abrantes
A discriminação contra os homoxessuais e contra quem mantém práticas heteredoxas no campo sexual foi em Portugal incentivada pela Igreja Católica e pelo Estado ao longo dos séculos.
Abrantes não fugiu à regra.
Iremos revelando alguns casos paradigmáticos.
E mesmo os que se dizem progressistas foram capazes de enxovalhar a honra de grandes personalidades porque tinham hábitos sexuais diferentes dos seus.
Uma Câmara dominada pelo PCP (o MDP era, em 1974-1975, um simples heterónimo do PCP) foi capaz de tirar de uma rua o nome do maior escritor abrantino, António Botto com o vago pretexto de que era homoxessual para o substituir pelo nome da rural Catarina Eufémia.
Eram discípulos dos que expulsaram do PCP o dirigente comunista Júlio Fogaça, um rico proprietário de Alcobaça, que resistiu à tortura fascista no Tarrafal (onde o sr. dr. Álvaro nunca pôs os pés por ser filho de quem era), dirigiu o partido na clandestinidade e foi afastado porque a corja estalinista era mais homófoba que os nazis.
Ou que João Pico.
E agora a personagem do post o ''Pisco''.
Chamava-se João Rodrigues, ''o Pisco''. Era meio judeu, filho do cristão velho, Sebastião Lopes, ferreiro, e da ''Pisca'', alcunha da sua mãe Ana Rodrigues que tinha sangue hebraico.
Natural e residente em Abrantes.
De profissão fora sirgueiro (isto é fabricante de tecidos de seda) e quando foi incomodado vivia da sua fazenda. Ou seja dos seus rendimentos.
Casara duas vezes, a primeira com Leonor da Presa, cristã-velha, a segunda com Isabel da Rocha também sem sangue marrano.
Aos 53 anos as autoridades religiosas deitaram-lhe a mão, foi em 3 de Junho de 1656, já os ocupantes espanhóis tinham sido expulsos e a Independência restaurada.
Continuava a guerra com Castela, mas para os ratos do Santo Ofício havia coisas mais importantes.
O ''Pisco'' foi acusado de sodomia. Esteve nas masmorras mais de dois anos e por auto-de-fé privado de 30/12/1658 foi condenado.
Pena: '' Que ouça a sentença na Mesa do Santo Oficio perante os inquisidores e notários, que seja admoestado na forma ordinária e pague as custas.''
Há perguntas a fazer :
Se João Rodrigues tivesse limpeza de sangue, ou seja fosse cristão-velho, teria sido incomodado?
Se o ''Pisco'' fosse pobre teria valido a pena ao Tribunal eclesiástico persegui-lo?
Tendo em conta a forma do processo, o inquisitório, o Pisco tinha de provar que não era sodomita e certamente terá sido submetido a tratamentos de polé.....
Vão dizer-me que o João Rodrigues, sobreviveu. Mas eu vou dizer que as autoridades eclesiásticas que o prenderam era um bando de pulhas e canalhas. Os mesmos que pela mesma época também prenderam o Padre António Vieira.
O processo do Pisco jaz na Torre do Tombo com a referência Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 9440.
júlio fogaça foto www.iscsp.utl.pt Ler mais aqui
Júlio Fogaça devia ser masoquista. Quando morreu legou a sua vasta fortuna ao PCP. Ao partido que nunca o readmitira por ser ''sodomita''.
Mas Júlio Fogaça que depois de Abril só pôde estar pelo MDP, porque não era digno de acamaradar com Cunhal ou Domingos Abrantes, teve um enorme sentido de humor.
Da sua vasta biblioteca tudo foi legado à burguesa Academia das Ciências, hoje presidida pelo ex-Ministro de Salazar, Adriano Moreira. O bando de fundamentalistas que o tentara aniquilar moralmente não era digno de ler livros. Eram tipos só capazes de ler catecismos.
Quanto a João Rodrigues, o meio-judeu ''Pisco, não sei a quem deixou os bens. Espero que não tenha sido tão trouxa como o Fogaça e não tenha testado a favor dos seus algozes.
Ou seja da Igreja de Abrantes.
Miguel Abrantes
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