Rui Verde ao Correio da Manhã

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Sócrates era um aluno especial?

- Quando entrou, não era assim tão especial. Era um deputado do PS que se dedicava às questões do Ambiente. Depois foi para secretário de Estado...

- A licenciatura ajudou?

- Imagino que sim. Portugal é um país em que se dá muito peso à licenciatura.

- E Sócrates deve ser tratado por Sr. Engenheiro ou Sr. Bacharel?

- Por engenheiro não se pode tratar, porque ele não está inscrito na Ordem dos Engenheiros.

- Há registo das aulas?

- Não conheço. Mas, tendo em conta o processo que está no DCIAP, parece que há.

- Pertencendo ele a turmas, como é que se explica que o nome apareça isolado nas pautas?

- É uma das questões que não é muito clara. Porque é que aparece só o dele? Estranho...

- E também não há registo de uma tese final.

- Pois não. Se houvesse, tinha ficado registado na biblioteca. A minha experiência diz-me que quanto mais cavo, mais descubro. Há um mistério por desvendar, isso há.

- E há registo de propinas?

- Na matrícula diz ‘isento'. Porquê não sei. Não estou a ver a razão.

- Em que altura se apercebeu de tudo isso?

- Quando o secretariado de Sócrates começa a pedir certificados de equivalências para entregar na Câmara da Covilhã. Começo a perceber que há qualquer coisa estranha quando, em 2007, estala a guerra e vejo o Governo completamente parado. Pensei: ‘Há aqui gato escondido com o rabo de fora.' Nessa altura, falei do processo ao professor Luís Arouca. Se ele sanou as irregularidades ou não, veremos. Tem de haver mais documentos de suporte, se não desapareceram.

- A sua detenção foi mais do que uma coincidência?

- Acho que sim.

- Porque é que acha que Sócrates é testemunha abonatória de Luís Arouca? Dão-se assim tão bem?

- Agora não se devem dar tão bem, porque Sócrates fechou--lhe a universidade e eu acho que Luís Arouca tinha esperança de que ele não o fizesse.

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Sugerimos ao snr. eng. Sócrates que arranje  mais testemunhas abonatórias para o Arouca, por exemplo:

o licenciado lacão pode abonar muitas coisas, por exemplo explicar que na câmara de Abrantes sempre se tratou o Bento por Engenheiro, sendo o grande empresário apenas engenheiro técnico e depois  podia comentar

Imaginemos a cena no Tribunal

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claro que há reaccionários que nos cafés diziam: olha ali vai o agente Bento,

agente Bento?

estavam-lhe a chamar agente técnico, não estavam a dizer que ele fosse agente infiltrado na câmara do KGB ou de alguma empresa.....os abrantinos são gente muito boa, podem contar boatos, mas não são malévolos.....

e como é que o PS se vingava de chamarem agente ao Sr.benfeitor Bento....

bem eu disse para as bases se controlarem, mas como estava em Lisboa a ajudar o Sr.Primeiro-Ministro não podia controlar tudo, às vezes havia gajos que se descomandavam, é uma palavra que eu aprendi com o sr.arquitecto António Castel-Branco, então quando passava algum laranja faziam comentários, os descomandados....

quais....

bem por exemplo passava um senhor que é jurista-solicitador e que subiu a pulso como o Sr.Presidente da República e....

ò dr desembuche, que tenho mais testemunhas para ouvir.....

acalme-se dr. juiz, não se esqueça que está a falar com um órgão de soberania.....

eu é que sou um orgão de soberania, o sr. dr. é só membro dum órgão  de soberania....

o sr. dr. juiz parece que é do Mação, lembra-me certo ''lagarto'', eu sou soberano no concelho de Abrantes.....

o sr. só tem categoria intelectual para ser Presidente da Junta de Freguesia da Alagoa!!!!

com a devida vénia o sr.dr. juiz tá descomandado, vou-me acolher ao meu foro de orgão de soberania, V.Exa esqueceu-se de pedir autorização escrita à Assembleia para me ouvir. Está V.Exa desautorizado. Eu sou um jurista, anotei a Constituição, tive muitas boas notas com o Orlando de Carvalho que era uma fera, não sou um solicitador de aviário, V.Exa deve-se ter formado em certa Universidade Privada. Vou-me embora e não digo mais nada. Escreva V.Exa à Dona Assunção a pedir licença. Bom dia e passe V.Exa muito bem....

e assim ficámos sem saber o que diziam os descomandados acerca do solicitador-jurista

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  Miguel Abrantes