Outro dia certo curioso perguntava onde andava a correspondência do abrantino, Infante D.Luís nos Arquivos estrangeiros.
Boa parte, as cartas entre ele e Francisco de Borja, Duque de Gândia, que depois foi Geral da Companhia e antes disso espião de Carlos V para anexar Portugal, estão no Arquivo da Companhia de Jesus em Roma.
Outras estão publicadas como esta de Inácio de Loyola, em que explica que medidas disciplinares tomou contra outro importante jesuíta,
que criara problemas na Província de Portugal.
D.Luís parece que fez votos de castidade e pobreza ( mas continuou o mais rico potentado de Portugal) e Borja terá obrigado o Infante a suspender as cópulas com Violante Gomes, a mãe do Prior do Crato.
ma
Em Luanda, um negreiro, que age como Procurador da Santa Casa de Lisboa, mete-se noviço jesuíta e testa a favor deles e de outras obras pias, também testa a favor de herdeiros abrantinos
A Santa Casa e a Companhia envolvidas até ao pescoço nos negócios do tráfico.
Ainda estava para chegar outro Jesuíta que defenderia, em português de lei, a exportação em massa de pretos para o Brasil, chamar-se ia António Vieira.
A Ordem de Sua Santidade, o Papa, metida no tráfico até às orelhas de Santo Inácio.
Como diz, Alencastro, in ''De Cafres e de Cafajestes: Fluxos e refluxos de personagens no Atlantico Sul'' , o Padre Vieira, é um dos grandes expoentes da ''teoria negreira jesuíta''.
ma
ps-o melhor do testamento é quando deixa 4 pretos a Santo António.....
P.Luís Gonzaga de Azevedo, Proscritos, (Jesuítas na Revolução de 1910), 2º volume, Bruxelas 1914
Ou de como uma brigada de bons ''liberais'', chefiados pelo futuro dr.José de Oliveira Vinagre, detém uma ''perigosa quadrilha'' de jesuítas na Estação do Rossio de Abrantes.
Finalmente, como era homem de bom coração, não os levou detidos para os calabouços da cadeia comarcã e deixou-os fugir para Espanha.
Já se viu noutras cenas que afinal de contas o ''revolucionário'' tinha bom coração.
ma
A Capital, diário republicano, 4 de Dezembro de 1910
(gamado ao Zé Luz que no face faz um notabilíssimo trabalho de preservaçao da memória de Constância)
Inácio de Loyola, na Quinta de Santa Bárbara, antiga propriedade da Companhia, o medalhão escapou à sanha republicana porque a Quinta era em 1910, propriedade do deputado e médico abrantino Zeferino Falcão
Há uma gralha, o Jornal chama a Martins Júnior....José, chamava-se João
Martins Júnior diz ''Afonso Costa é o Marquês de Pombal do século XX''
'' O mais lídimo representante da raça latina''
A ''excursão'' do Martins Júnior parece ter sido feita um pouco à revelia da estrutura local e distrital do PRP
a excursão oficial do Ramiro Guedes fora a 6-11-1910
havia uma evidente rivalidade política, que se iria acentuar com os anos e que terminaria com Martins Júnior comandando golpistas armados contra a República....
mn
O Rev. Padre Dr.Silva Tavares, SJ, era diretor da revista jesuítica que naturalmente elogia o político e cronista abrantino Martins Júnior
e a forma como executou literariamente a turba dos deputados democráticos, comandados pelo ministro reciclado da monarquia Bernardino Machado e sobretudo o António Maria da Silva com que a Igreja pactuava nas vésperas do 28 de Maio....
(ver sobre isto os estudos de Luís Salgado de Matos)
Naturalmente os jesuítas também aplaudirão o caudilho, amigo de M.Júnior, que eutanasiou a 1º República
O Padre Tavares era do Mação e um eminente homem de ciência, mas coitadinho não simpatizava com maçons.
mn
Na Morgadinha, Júlio Diniz, um liberal moderadíssimo, descreve assim a perfomance dum missionário aterrorizando uma aldeia ....
E comenta que o padre comparava a rede ferroviária.....às redes tecidas pelo Demo.
As ''missões'' eram organizadas pelos jesuítas, que apesar de proibidos nesta terra, tinham regressado e sob disfarces e artimanhas legais, espalhavam a boa-nova do ultramontanismo.
Esta palavra significava a política religiosa consagrada ao Concílio Vaticano I (1869-1870), que instituirá uma concentração de poderes no Papa e decretará a infabilidade pontifícia.
vários padres conciliares
Tudo coisas que aterrorizavam os ''bons liberais'' como Solano de Abreu e Júlio Diniz.
Quando chegaram os missionários ultramontanos à vila de Abrantes?
O Padre Carlos Radameker , responsável pela rede semi-clandestina da Companhia de Jesus, espalhou por todo o país, a boa-nova.
Em 1867, um autor situa-o na vila de Abrantes....
Se houve de facto uma ofensiva jesuítica, ''os bons liberais'' entraram em paranóia e acreditavam numa conspiração mundial jesuítica, com a mesma boa-fé com que os clericais piamente estavam crentes numa conspiração mundial judaico-maçónica.....
mn
Foi Cunha Belém que cheio de ódio anti-jesuítico, ideário típico do liberalismo do XIX, que propôs ''canonizar'' Sebastião José
São dele estas imortais palavras, ditas em nome da soberania nacional:
Isto é um excerto do artigo de Romeiras, Francisco & Leitão, Henrique. (2012). Jesuítas e Ciência em Portugal. V - Os Colégios de Campolide e de São Fiel e a implantação da República. Brotéria. 174. 425-440.
O Cunha Belém foi escorraçado do lugar de deputado abrantino por um fidalgo de Alvega, D.Miguel de Azevedo Coutinho.
mn
O Prefácio ( de Mary del Prior) diz assim
Um dos negócios era abrantino e punhetense
O Padre João Tavares, testamenteiro de D.Fernando Martins Mascarenhas de Lencastre, nomeava nomeava Procurador o Padre Rafael Mendes para entre outras coisas:
Leiam o livro, que é excelente, para saberem como a Ordem do Papa ficou rica e como os jesuítas foram uns excelentes administradores dos seus capitais.
Devida vénia ao historiador brasileiro Paulo da Assunção, para o excerto citado, e, como as conversas são como as cerejas, vejam como este painel de Fernão Gomes,
provavelmente outrora propriedade dos jesuítas, foi vendido , por 40.000 euros, num leilão na Cabral de Moncada (donde se extraiu a foto, com a devida vénia), proveniente dum coleccionador de Constância.
Não tinha a autarquia de Constância 40.0000 € para impedir a saída da tábua da terra????
Não brinquem connosco, o que não tinha a autarquia era técnicos para estarem atentos ao que se passava no mercado da arte e vontade política de defender o património da sua terra.
mn
o livro
NEGÓCIOS JESUÍTICOS:
O Cotidiano da Administração dos Bens Divinos
de Paulo de Assunção
ISBN 10: 85-314-0799-0
ISBN 13: 978-85-314-0799-4
Formato: 20x27 cm
Nº de Páginas: 512 pp.
Peso: 1155 g
E das ordens religiosas, que não dependem das dioceses, sobre actos cometidos pelos seus membros....
Há ou não há?
A jurisprudência ianque, que é sempre a jurisprudência inovadora, em casos de Direitos Civis, graças sobretudo ao activismo negro, que foi iniciado pela NAACP em 1909, já decidiu há muito tempo que sim.
A diocese de Boston quase foi à falência e teve de vender grande parte do seu património para pagar as indemnizações.
Casos isolados? Não, casos generalizados.
Esta jurisprudência também chegará cá e pagarão caro pelo que fizeram. Pagarão com aquilo que mais estimam, dinheiro e prestígio.
No Brasil, um país onde o Direito, é herdeiro da escola da Academia Coimbrã, já estão a pagar.
Transcreve-se a notícia:
STJ condena Igreja Católica a pagar indenização por pedofilia
Geral - 26/11/2013
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter decisão que condenou a Diocese de Umuarama, no Paraná, e um padre do local a pagarem indenização de R$ 100 mil a um garoto que sofreu abuso sexual quando dia 14 anos, em 2002. O fato ocorreu na cidade paranaense de São Tomé, que faz parte da Diocese de Umuarama.
A decisão foi tomada em julgamento realizado na terça-feira passada (19) na análise de um recurso da Diocese, que questionou condenação no Tribunal de Justiça do Paraná. O TJ havia reconhecido "ato ilícito" do padre com "responsabilidade civil" da Igreja. Cada um foi condenado a pagar R$ 50 mil "de forma solidária".
No processo, a Diocese de Umuarama argumentou que não houve responsabilidade solidária, uma vez que os atos foram "exclusivamente" praticados pelo padre que "desenvolvia trabalho voluntário e vocacional de ordem religiosa". O TJ, porém, entendeu que o fato de ele cumprir funções e horários foram "suficiente para configurar a relação de preposição".
A relatora do caso no STJ, ministra Nancy Andrighi, cita que os mesmos fatos são alvos de uma ação penal no Paraná. Para ela, ficou "evidenciado" a subordinação do padre à Igreja. "De sorte que o primeiro recebia ordens, diretrizes e toda uma gama de funções do segundo, e, portanto, estava sob seu poder de direção e vigilância, mesmo que a ele submetido por mero ato gracioso (voto religioso)."
Para Nancy, que foi acompanhada por outros três ministros da Terceira Turma, o padre "é para os fiéis a própria personificação da Igreja Católica, no qual, em razão do desempenho de tão importante papel, depositam justas expectativas de retidão moral e santidade".
Ao G1, o advogado Hugo Sarubbi Cysneiros, que defende a diocese, informou que vai recorrer da decisão junto ao Supremo Tribunal Federal.
Ele afirmou ainda que "o voto, infelizmente, demonstra total ignorância e, solenemente, ignora como a Igreja funciona". "No momento em que você transfere para a instituição a responsabilidade de uma pessoa física, você aplica uma tese que é completamente descabida nesse caso específico", completou.
No julgamento, a ministra destacou que havia provas de que houve abuso a diversos menores. "À vista de tal cenário, mostra-se ainda mais reprovável o comportamento do réu, que, sob o manto do sacerdócio e aproveitando-se dele, abusando, pois, da lídima crença que lhe era devotada em razão de sua qualidade de padre, convencia as vítimas menores a pernoitarem na casa paroquial de São Tomé em sua companhia, obrigando-as a dormirem em seu quarto, algumas vezes até na sua cama, para fins de constrangê-las, mediante violência presumida, a praticar e permitir que com ele se praticasse atos libidinosos diversos da conjunção carnal."
Nancy disse que o acordo entre o governo brasileiro e a Santa Sé sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil não deve ser considerado no caso porque serve para mostrar que não há vínculo empregatício entre as partes.
"A regra nele inserida não tem qualquer pertinência ao deslinde da questão, na medida em que apenas afirma o vínculo de caráter religioso existente entre os ministros ordenados e as Dioceses, com o nítido propósito de evitar, salvo situação excepcional, a caracterização de vínculo empregatício."
com a devida vénia de Sertão Bem Informado.
É o que diria o Presidente da Liga Liberal abrantina
e receberia o Dalai-Lama no Vale de Roubão.
Enquanto guardado pelas alabardas dos suiços, o argentino pratica o jesuítismo. Não esquecendo que foi outro jesuíta, Matteo Ricci, que fez o dicionário de chinês que os ocidentais ainda usam.
Terá a nova saga jesuítica mais sorte que a do dezassete?
ma
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)