Já se encontra à disposição dos curiosos e investigadores a tese do Doutor Jorge Pessoa Santos Carvalho no Repositório da Universidade de Coimbra https://estudogeral.sib.uc.pt/
''O estudo e a bibliografia sobre as relações jugoslavo-portuguesas (1974/76) era e continua a ser quase inexistente. Entre diversas razões, estas vão desde as consequências da desintegração da Jugoslávia na última década do século XX a uma legislação com um prazo mínimo obrigatório de 30 a 50 anos para o acesso aos acervos arquivísticos, passando por um intercâmbio cultural que foi sempre reduzido, mesmo depois do 25 de Abril e do restabelecimento das relações diplomáticas interrompidas desde 1948. Do mesmo modo, pode-se dizer que a ausência de estudos acerca deste segmento da política externa jugoslava está ligada às consequências políticas nas historiografias dos Estados, surgidos do desaparecimento deste país balcânico. Quanto à historiografia portuguesa, essa ausência pode ser explicada pelas barreiras linguísticas e pelo desconhecimento da existência desses fundos documentais nos arquivos belgradenses. Porém, em dois arquivos de Belgrado (Arquivo da Jugoslávia e o Arquivo Diplomático do MNE), cerca de dez mil páginas de documentos relativos ao período de 1974-76 dessas relações permitiram apresentar os principais acontecimentos da situação político-militar e socioeconómica do 25 de Abril em Portugal e das suas colónias. Através dessa documentação (telexes, relatórios e memorandos), na sua maioria, do Secretariado Federal dos Negócios Estrangeiros (SFNE), Liga dos Comunistas da Jugoslávia e da Aliança Socialista do Povo Trabalhador da Jugoslávia, esses acontecimentos, as crises políticas, a descolonização, visitas de delegações ou por outros motivos (estatais ou partidários) permitiram o estudo do que queriam (ou não) dizer esses representantes de um país que ocupou, então, um lugar importante na política externa portuguesa. Um lugar que foi devido à posição que ocupava no Movimento dos Países Não- -Alinhados e pelas suas relações (anteriores a 1974) com o PAIGC, MPLA e a FRELIMO, assim como com o PCP, o PS e a oposição antifascista. Igualmente, as informações das suas embaixadas, principalmente, em diversos países africanos, europeus e americanos foram uma boa fonte para acompanhar as posições desses países (e dos seus diplomatas em Lisboa) em relação à situação política portuguesa, assim como os contactos e conversações com os três citados movimentos de libertação das colónias portuguesas. Por isso, foi possível acompanhar a situação política portuguesa pós-25 de Abril a partir, além do processo da descolonização, dos contactos e informações relativos aos seus principais segmentos (Estado, partidos, MFA, as relações internacionais e outros). (...) ''
Introdução do Autor com a devida vénia
Boas Leituras
Coimbra, 31 de Janeiro, Doutoramento em História de Jorge Santos Carvalho, já aqui noticiado. O Jorge com o orientador da tese, Prof. Catroga.
mn
Doutororou-se na Universidade de Coimbra, na passada quinta-feira, com a máxima classificação, o Doutor Jorge Pessoa Santos Carvalho, em História'', com uma tese sobre as relações luso-jugoslavas e a implicação delas na descolonização e o apoio dado por Tito aos movimentos anti-coloniais no Ultramar.
Foi orientador da tese o Prof. Fernando Catroga.
Amílcar Cabral na Jugoslávia
Lá estivemos presentes e vimos a brilhante defesa que fez da sua monumental obra (800 páginas), o académico abrantino.
O júri salientou que a partir daqui, para estudar este tema, a tese de Santos Carvalho será um marco incontornável.
SC foi o subscritor nº2 da petição contra a torre de Carrilho da Graça, em S.Domingos.
ma
imagens : Fundação Gulbenkian, Arquivo PAIGC (F.M.Soares) com a devida vénia
"Godišnjak za društvenu istoriju" - prof. dr. Andrej Mitrović (1937-2013)
Godišnjak za društvenu istoriju
Annual for Social History
http://www.udi.rs/annual.asp
godina
sveska 2
Beograd, 2013.
year
no 2
Belgrade, 2013
Jorge Santos Carvalho
Andrej Mitrović (1937-2013), 103-104.
mn
O nosso amigo Dr.Jorge Pessoa Santos Carvalho doutora-se em Coimbra no 31 de Janeiro, às 14.30, na Sala dos Capelos.
Do júri faz parte outro abrantino, o Prof. Fernando Catroga.
A tese de Santos Carvalho trata das relações luso-jugoslavas.
O doutorando foi o 2º signatário da petição contra o monstrengo de Carrilho da Graça que a reacção protagonizada pela pegacha Isilda e pelo Carvalho do falido CRIA, queriam implementar para destruir a paisagem abrantina.
Exilado anti-fascista, preso político, militante comunista ( depois abandonaria o ''partido''), historiador, fundador do ''Espalha-Fitas'', especialista na história do MCI (Movimento Comunista Internacional),
crítico do caciquismo abrantino, cidadão do Mundo, o Jorge é sobretudo um grande amigo e um académico de sólido prestígio.
ma
Nesta entrevista, o nosso amigo dr. Jorge Santos Carvalho, que foi o peticionário nº 2 contra o monstrengo ilegal do licenciado alentejano, Carrilho da Graça, trazido pela mão da tropa que arrasa o CRIA, conta o que foi a sua actividade como bibliotecário das bibliotecas-panzers da F.Gulbenkian (em Abrantes) e em Trás-os Montes.
Também conta a sua prisão pela canalha fascista e o exílio em Belgrado e as suas actividades de investigador que já deram origem a obras aqui abordadas.
O Jorge defenderá a sua tese de doutoramento na Universidade de Coimbra em Janeiro de 2019.
É uma entrevista de 2009 que nos passou desapercebida, e que repescamos agora.
Imperdível.
mn
Sabemos muito pouco sobre a história da Oposição à ditadura em Abrantes. Boa parte do que se foi publicando, saiu neste blogue. Mesmo o que a Zahara publicou sobre o General Marques Godinho, foi em parte daqui retirado.
Aquilo que se publicou no blogue refere-se sobretudo à história da Oposição da campanha do General Delgado para cá (1958) e anda associado a nomes como o dr. Vergílio Godinho, dr.Orlando Pereira, dr.Correia Semedo, dr.José Vasco,
arq. Duarte Castel-Branco, drª Maria Fernanda Corte Real e Silva (que provavelmente teve mais importância entre 1960-1974 que muitos dos citados) e que com o marido passara já pelos cárceres da ditadura, e que com Mário Soares e Salgado Zenha estivera na direcção nacional do MUD Juvenil.
Além disso fora clandestina nas redes do PCP.
Estas ligações propiciaram a que Salgado Zenha convidara o dr. Orlando Pereira para fundar o PS de Abrantes, em 1974, que ele recusou, por manter uma ligação ao PCP.
A história da Oposição nos anos 30 e 40 estava (e está por fazer) embora aqui se tenham evocado alguns nomes, como Fernando Farinha Pereira.
Saiu agora, da autoria da Drª Manuela Poitout, ''Raul Wheelhouse, médico, oposicionista e maçom - reviralho e maçonaria no Alto Ribatejo, ''publicado na revista Nova Augusta, nº29, que é um contributo muito importante para o estudo do ''reviralho'' na nossa zona e não só.
A autora, de créditos firmados na investigação regional, estuda o papel do prestigiado médico da Santa Casa sardoalense, na montagem (ou relançamento porque a informação que temos é que já havia outras redes maçónicas em Abrantes, a que esteve ligado por exemplo Diogo Oleiro) do Grande Oriente na região.
E o nome ao lado do médico que surge é o de Fernando Farinha Pereira
A partir do triângulo 331 do Entroncamento, Farinha Pereira vai ficar responsável por montar a maçonaria em Abrantes.
No triângulo do Entroncamento vai filiar-se também o Alferes Lobato Falcão, já aqui referido.
As actividades maçónicas são em parte a cobertura para se montar uma rede conspirativa, dirigida entre outros pelo dr.João Soares e por militares. Pretendia-se criar um levantamento militar nacional contra a Ditadura.
Cria-se uma rede civil, particularmente activa no Rossio ao Sul do Tejo, inclusive com reuniões no Tramagal, em casa do médico da MDF, Correia da Fonseca, e ainda na do ex-deputado democrático dr. João Damas (Poitou,45)
Que no entanto na época estava já ligado ao grupo estado-novista do dr.Manuel Fernandes e em ampla discórdia com o cacique Henrique Augusto da Silva Martins.
Segundo a autora citada, o homem fundamental na conspiração na zona foi o guarda-livros da Casa Serrano, Manuel Jacinto, natural da Chamusca...., residente na Rua Avellar Machado, no Rossio....,
que terminaria deportado para os Açores (como o médico) e e só foi libertado em 1939.
Sete anos de presídio em Angra do Heroísmo.
Na conspiração estava previsto que o major José Garcia Marques Godinho liderasse o golpe em Infantaria, aboletada em São Domingos. (Poitout,47)
Boa parte das actividades do Jacinto, passaram-se no Rossio . E aí é ainda apontado o nome do dirigente comunista Manuel Alpedrinha, um dos poucos comunistas com filiação maçónica, na mesma loja lisboeta, a Rebeldia que Wheelhouse.
A autora refere ainda a posterior carreira do médico na tentativa de refundação do socialismo português.
Um dos primeiros autores a referenciá-lo foi o Doutor Jorge Santos Carvalho, in
''As Relações Jugoslavo-portuguesas (1941-1974)''. , Coimbra, 2012.
Só por curiosidade uma carta de António Sérgio em polémica com Wheelhouse
sobre a refundação do socialismo democrático português (1)
Portanto um estudo pioneiro e fundamental, o da drª Manuela Poitout para a História da Resistência ao fascismo na região.
A ler sem falta.
Aqui só se respigou o referente a Abrantes e muito resumidamente.
mn
(1) Arquivo António Sérgio
Foto do anti-fascista Manuel Jacinto, Torre do Tombo
O nosso amigo e historiador abrantino Jorge Santos Carvalho explica o duro quotidiano dos exilados políticos em Paris na década de 60
Veja o vídeo do Projecto de História Oral sobre o 25 de Abril [Registo video] : Exilados políticos em Paris / Director do projecto Boaventura de Sousa Santos, Roteiro e entrevista Maria Manuela Cruzeiro . - Coimbra : CD25A, 2001. - Entrevistados: Manuel Teixeira, José Louza, João Reis, Jorge Santos Carvalho.. - Fuga e exílio em Paris. - DVD Nº 846
E deixe de ler histórias da carochinha escritas por ex-seminaristas e seminaristas honorários
Não perca tempo,
mn
Não tinha lido ainda este livro do Doutor Jorge Santos Carvalho e já pensava ter lido quase tudo sobre o golpe de 1947, do General José Garcia Marques Godinho. Voltou o assunto à baila dada a conversão do Edmundo Pedro ao adrianismo.
Como viram os diplomatas jugoslavos o golpe a partir de Lisboa?
A Jugoslávia era o único país europeu comunista com relações com Lisboa, como já explicou o Jorge várias vezes.
Isto é um telegrama da Embaixada da Jugoslávia para os homens do Marechal Tito
É notabilíssimo que a Comissão do Centenário tenha feito uma cronologia sem saber quem era o Gen. Marques Godinho e o Marechal Tito sabia quem era!!!!
Acho que isto tem remédio, vou marcar uma almoçarada com o Jorge no Hotel Moska, em Belgrado para discutir a situação.
texto reproduzido: parte do livro citado do amigo Jorge Santos Carvalho.
mn
outro dia, citando o Jorge, falarei aqui das relações entre Abrantes e o Golpe do tenente Queiroga (1946). Mas antes disso quero encontrar umas memórias do General Galvão de Melo
Faça download do livro do Doutor Jorge Santos Carvalho, historiador abrantino
e nosso amigo. Agradeça à Universidade de Coimbra e ao Autor. Uma obra importante para o estudo do fascismo e da Oposição e ainda do período posterior ao 25 de Abril
a redacção
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)