Dizia a revista, era para ouvir Rádio Berlim e escutar que os palermas dos nazis iam ganhar a guerra!
O amigo deles
prometia, mas não tinha dinheiro para financiar a obra
contratou o arquitecto, aliás de renome
o arquitecto fez o projecto
pediu dinheiro a Salazar (carta já aqui publicada)
mas o monumento só seria construído no final dos 60 por Duarte Castel-Branco e Lagoa Henriques, por encomenda de Agostinho Baptista (que foi partidário da ala da União Nacional de H.Augusto)
talvez um dia destes se reproduza aqui o projecto, que realmente era dum arquitecto de grande prestígio e obra notável (não um carrilho qualquer)
MN
créditos: foto do hitleriano de São Miguel, blogue do dr.Rui Lopes, extracto de documento
foto do Outeiro: publicada por Diogo Oleiro numa revista nacional em 1942, desconheço o fotógrafo, deixo aos ''historiadores'' oficiais o trabalho de identificarem a publicação
A história do empenho do município abrantino em erguer um monumento a Nuno, o caudilho de Aljubarrota, tem uma larga história, ao longo do século XX, que desembocou nesta jornada, em que o marujo Tomás, acolitado pela individualidades descritas neste número do ''Século Ilustrado'', inaugurou o monumento.
A capa da revista capa destaca a careca célebre dum lendário actor de origem cigana, o Yul Brynner, apesar do Tomás ser também de
generosa calva.
Um dos mais entusiastas para construir o monumento a D.Nuno foi o Presidente da Câmara, Henrique Augusto da Silva Martins, que desenvolveu largos e porfiados esforços nesse sentido. Algum dia se falará aqui, espero, desse empenho. Curiosamente foi um homem da sua linha, o ex-Provedor da Santa Casa (barricada de henriquistas) que seria o anfitrião abrantino de Tomás, para inaugurar o monumento, cujo projecto foi assinado por Duarte Castel-Branco, com estátua de Lagoa Henriques, o que esculpiu o Camões, que continua a estar estacionado na ''ribeira'' de Constância.
O anfitrião foi Agostinho Baptista.
Dou um salto no tempo para recordar que o monumento a Nuno está vandalizado e ao abandono e que a responsabilidade dessa situação vergonhosa pertence inteiramente às edilidades que, nas últimas décadas, têm deixado destruir o património desta cidade, enquanto, no caso actual, desbaratam recursos, com a insensatez que os caracteriza, em palermices como o Creativ Camp.
A estátua abrantina de Lagoa Henriques desapareceu há muito, quando desaparecerá esta política que permite o saque, o roubo, a destruição brutal e vandálica da nossa história?
Não sei quando sucederá isso, mas ninguém dirá que aqui não se descobriu a careca dessa gente.
MN
O discurso arquitectónico moderno tem na sua moldura epistemológica a antítese do seu próprio ego. Para ser claro a mediocridade das obras de Carrilho da Graça denunciadas publicamente pelo grande arquitecto de Macau (assim chamado por ter grande parte da sua obra nessa ex-colónia) Manuel Vicente, sem dizer o nome da criatura devido à sua insignificância cultural, ao absoluto vazio intelectual que se sente, apalpa e sofre na rigidez alentejana duma repetição exaustiva e monomaníaca das mesmas soluções, prova que a originalidade e o prazer da descoberta, essenciais na produção artística e na praxis cultural, estão ausentes daquilo que não é já arquitectura, por não ser arte, mas simples mercenarismo mercantilista e rendição abjecta ao mercado.
Num momento em que a palavra mercado é fuzilada pelo discurso unânime dos observadores internacionais, como diria Deleuze a esquizofrenia estereofónica do cifrão é o que caracteriza o discurso mercantilista.
Em suma Carrilho da Graça devia ter nascido no Souto e ser empreiteiro.
Ao contrário dele o nosso caro Duarte Castel-Branco reúne uma formação académica de nível superior, a mera licenciatura, no tempo do processo de Bolonha, não devia permitir dar aulas numa Universidade, com os pergaminhos rompedores daquilo a que Foucault chamava num livro célebre a ''loucura do desafio artístico''.
O processo de criação como disse Franz Kafka é um processo alucinatório porque o artista quando cria está en transe e imune às pressões inadmissíveis dos mercados, às concessões reles ao sistema, e manifesta virilmente a sua interpretação do mundo.
É o que sucede nesta obra-prima de Duarte Castel-Branco e Lagoa Henriques, que a nossa autarquia, por desconhecimento dos valores artísticos, tem abandonada, porque acham que a escultura é uma forma de decoração de rotundas, do mesmo tipo de decoração que as pessoas da classe social autárquica ( noção científica emanada do discurso de Castoriadis sobre a burocracia) praticam nos seus lares colocando bonecas espanholas, vestidas de sevilhanas em cima das televisões. Felizmente a chegada dos novos formatos televisivos roubou espaço a esta prostituição do espaço doméstico e fê-los colocar as sevilhanas em cima do frigorífico.
esta foto original oferecida à petição por um representante da família Ataíde Castel-Branco (só um plebeu reles é que escreve o apelido Ataíde com y (1)) é uma relíquia porque provém da redacção das Novidades, orgão da imprensa católica que o Rev. Cónego Graça não leu, porque senão escrevia melhor, como se pode ver no verso
Isto é arte, a obra de Duarte Castel-Branco e de Lagoa Henriques, as construções de Carrilho da Graça são simples concepções próprias do discurso empreiteiral.
Marcello de Noronha
(1)- Plebeu no sentido cultural. Todos os carrilhistas são plebeus culturais. A arte é uma forma de nobreza. Provavelmente como disse Picasso a aristocracia sou eu.
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